Cap. 38 - Liberdade temporária

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Lyrian chegou ao quarto com a respiração entrecortada e o coração aos pulos. Mal conseguia falar.

–O que houve, menina? Não vi você sair, estava preocupada que algo tivesse acontecido - uma Minerva com olhos inchados de chorar abriu os braços e acolheu a princesa - o que aconteceu?

–Muitas coisas, mam. Eu posso ter estragado tudo... Acabei de colocar Virgínia e James em apuros - as lágrimas escorriam grossas pela sua face – agi por impulso e agora não sei o que fazer.

Uma batida rápida mas forte na porta interrompeu a conversa das duas.

–Quem é - Minerva perguntou em voz baixa - a princesa está dormindo...

–Sou eu, Minerva, a Claire. Preciso falar com vocês.

Minerva abriu a porta e visualizou Claire e Isobel paradas na porta. Lady Isobel parecia doente.

–Entrem rápido – disse, fechando quase que imediatamente a porta, não antes de verificar o corredor, se alguém as havia seguido.

Claire sentou- se na cama da princesa, a envolvendo num abraço gentil. Lyrian chorava.

–Aconteceu mais alguma coisa? Vi você passar correndo e vim atrás de você. Encontrei Isobel na escada, ela não parecia bem, então a trouxe também.

As três mulheres olharam para Isobel e chegaram a conclusão que ela realmente não estava nada bem.

–Fui até os aposentos reais e pressionei o rei - Lyrian confessou.

–Sim, ontem fomos ver o rei, eu estava com você...

–Eu acabei de sair de lá - Lyrian tinha um olhar angustiado – e talvez eu tenha tornado tudo ainda mais perigoso para Viggie e para James.

–Você foi sozinha até lá? - Claire reprovou a amiga - Poderia ter acontecido algo com você, não sabemos do que o rei é capaz.

–Aquele infeliz é capaz de tudo - Lyrian afirmou.

–Mas o que exatamente aconteceu que poderia colocar a Viggie e o James em perigo? - Isobel, até então absorta em seus pensamentos interveio.

–Acho que ele acabou desconfiando da minha relação com o James - contou - supostamente esse punhal que James me deu, ele conhece esse punhal de alguma forma.

Isobel examinou o punhal sobre a cama.

–Este é um punhal cerimonial, muito usado nos casamentos ciganos - Isobel explicou - já vi sobre eles em livros. Eles são usados na cerimônia de casamento e ofertados a esposa, que deve entregá-lo ao filho homem mais velho, para que continue a ser repassado adiante, como se fosse uma jóia de família. É possível que ele tenha sido ofertado pelo rei a lady Irina, mas isso então, implicaria que os dois tenham se casado antes do nascimento de James.

Lyrian, Claire e Minerva compartilharam da surpresa de Isobel.

–Mas se eles se casaram numa cerimônia cigana, o casamento do rei com a rainha Anna poderia ser questionado, se eles não tivessem tudo filhos. Apesar da igreja católica não reconhecer os ritos ciganos, eles reconhecem as cerimônias pessoais, desde que haja três testemunhas dos votos dos noivos - Claire levantou-se - isso tornaria James o herdeiro legítimo do trono.

–Mas o rei teve quatro filhos com a rainha Anna - Lyrian argumentou - o que nos leva a estaca zero. Agora o rei provavelmente sabe da minha relação com James e vai usar isso para prejudicá-lo... Será que ele vai tentar capturar James no casamento?

–Precisamos alertar o comandante Lucian, para que ele impeça James de vir - Isobel ficou pensativa - o rei está fechando o cerco para que esse casamento tenha que acontecer de qualquer forma.

O filho favorito do Rei - O casamentoWhere stories live. Discover now