Lyrian acordou com Minerva abrindo violentamente as cortinas grossas e escuras do quarto, fazendo com que a luz forte do sol a atingisse em cheio.
—Acorde minha menina. O médico está aqui para vê-la.
—Bom dia, Minerva — arrastou-se até uma posição sentada, para poder conversar melhor com o médico.
O médico era um homem de baixa estatura, cabelos claros e pouco mais de quarenta anos. Tinha olhos bondosos e uma voz calma.
Ele abriu o curativo que cobria o ferimento e lançou-lhe um olhar satisfeito.
—Está muito bom. Vou retirar os pontos, e você já poderá ficar de pé. Só não exagere, não corra, não dance e não faça grandes esforços. A febre não voltou, então agora você só precisa de alimentar bem e logo estará ótima.
Lyrian ficou feliz com a notícia de que poderia caminhar, mas quando o médico começou a cortar os pontos e puxar, ela preferiu não olhar.
—Fiquei sabendo que você é uma ótima guerreira, mas uma guerreira que não gosta de sangue?
—Gosto de ver o sangue dos inimigos. Não o meu. Ou o das pessoas que amo — Lyrian fez uma careta e o médico riu.
—Nesse ponto você parece muito o jovem James. Ele também não gosta de ver sangue das pessoas que ele estima. Mas não conte a ele que eu lhe contei — o médico lhe piscou um olho — pronto. Terminei.
Lyrian olhou curiosa para a própria perna e apenas uma linha roxa marcava sua pele muito branca, além de pequenos pontos onde a agulha entrara na pele para costurar a pele. Ela não sentia absolutamente nenhuma dor, nem havia sangue.
—Pode acreditar. Ficará apenas uma fina linha, o médico fez um belo trabalho — o médico riu de seu semblante incrédulo.
Minerva que observava ao longe em nome do decoro, aproximou-se e lançou um olhar de aprovação.
—Agora você já pode caminhar. Mas não abuse. Comece devagar e se alimente corretamente.
—Muito obrigada. Espero não precisar do senhor tão cedo — os dois sorriram.
Minerva saiu e foi acompanhar o médico, recebendo no caminho instruções de como deveria cuidar da alimentação da garota e de alguns medicamentos que ela poderia administrar em caso de dor.
Lyrian viu-se sozinha e decidiu tentar levantar-se. Apoiou-se na cama e conseguiu se pôr de pé.
A perna ainda doía quando trocava o peso para ela, mas era quase possível caminhar sem problemas.
Deu três passos, segurando-se na cabeceira da cama e se aproximou da janela que se abria do teto ao chão.
Um dos lados da janela estava completamente aberto, e uma brisa leve jogava a cortina para dentro do quarto.
Lyrian se segurou na outra parte da janela que estava fechada e olhou para o horizonte.
Pequenas nuvens brancas se amontoavam ao longe, pareciam bolas de lã de ovelhas.
Na linha do horizonte, ao longe, era possível distinguir uma colina azulada, e sobre ela, um imponente castelo, de janelas pequenas e telhado vermelho e pontiagudo.
As paredes brancas, àquela distância, pareciam ser feitas de pedras calcárias. Era um lindo castelo.
—Dizem que ele ainda vive lá — uma voz assustou Lyrian que quase se desequilibrou — mas é um lindo lugar.
Lyrian olhou para baixo, e pode ver James, relaxadamente sobre seu cavalo negro, ele olhava também para o castelo.
—Ele quem?
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O filho favorito do Rei - O casamento
RomanceLyrian acabara de completar 17 anos e estava finalmente sendo enviada para seu destino, traçado ainda no ventre da sua mãe: casar se com o príncipe da Bessarábia, Thomaz. A princesa Ucraniana da linhagem Douwey, sexta de uma prole de 8 filhos, não d...