Cap. 5 - Aroma de rosa selvagem

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Faziam seis intermináveis noites que James não dormia. Ele podia simplesmente ter encarregado um dos guardas mais confiáveis para que passassem a noite à porta do quarto da princesa. Mas por algum motivo que ele não entendia muito bem, ele não parecia confiar tanto assim em nenhum daqueles homens.

O que era bem estranho, uma vez que escolhera para sua pequena divisão do exército, que o rei fazia questão que estivesse sob suas ordens, mesmo sendo tão jovem, os melhores soldados do reino.

Homens que em meio a uma batalha James confiaria sua vida de olhos fechados. Mas nenhum parecia certo para a missão de acompanhar a princesa à noite.

Ainda que tivesse tentado dormir um pouco durante o dia, não conseguia descansar. Ele já estava ficando realmente preocupado.

Apesar dos cuidados e do repouso, a princesa parecia não melhorar da febre, tinha crises constantes, e o pouco que falava, era durante as alucinações, como naquela primeira noite, em que ela o beijara, e o chamara pelo nome de outro, o que foi bem decepcionante a princípio, mas ele não tinha que ser preocupar com isso, afinal o noivo da princesa era seu irmão, não ele.

Antes de ir para o hospital, James decidiu ir ao castelo. O rei havia mandado avisar que queria falar com ele, e se o mesmo não comparecesse, poderia desconfiar de seu sumiço.

Em poucos minutos James atravessou a galope o vale que separava a residência que dividia com sua mãe do castelo. O rei havia destinado uma ala do castelo para eles quando Thomaz nasceu, pois queria que os dois irmãos crescessem juntos, mas na adolescência, James convenceu a mãe para que se mudassem do castelo, já que não concordava com as humilhações que a rainha a fazia passar.

Então o rei ordenou que a residência do conselheiro real fosse reformada para que Irina e sei filho morassem ali. O conselheiro obviamente ficou enfurecido, mas pouco tempo depois algo de podre foi descoberto sobre seu passado e ele fora enforcado. A casa então passou oficialmente a ser de James e Irina.

James deixou seu cavalo e entrou pela porta da cozinha. Ao entrar deparou-se com Letitia que trazia uma cesta com maçãs frescas. A bela morena abriu um sorriso.

—Boa tarde, James. Posso ajudar com algo? —havia mais que boa vontade em seus olhos.

—Obrigado Letitia — disse pegando uma maçã e dando uma bela mordida — mas tenho planos para a noite.

A moça pareceu desapontada, mas não quis demonstrar mais importância ao fato.

James subiu as escadas que davam no salão principal saltando os degraus dois a dois. Ao chegar ao patamar, já podia ouvir as vozes que vinham da sala.

—Agora que ela finalmente acordou acredito que já possamos trazê-la amanhã mesmo — Hector dizia.

—Sim, devemos trazê-la o quanto antes, para que se recupere mais rapidamente. É preciso organizar o noivado — a voz do rei era firme.

—Mas temos que pensar na saúde dela, papai. Ela ainda está muito fraca — Thomaz parecia relutar.

—Está decidido. Amanhã a traremos para o castelo. Ordenei que uma enfermeira fosse contratada para que fique todo o tempo junto dela, não precisam ser preocupar com nada — o rei tinha um sorriso satisfeito nos lábios.

Hector se despediu e saiu da sala, deixando apenas o rei e Thomaz no recinto.

—E você meu filho, sua noiva está a uma semana doente, e você nem ao menos foi vê-la no hospital. Seu irmão, além de a ter salvo no mar ainda se disponibilizou a montar guarda na primeira noite em que ela passou no hospital, mesmo sendo da realeza e se dignando a fazer o papel de um mero soldado. Aprenda mais com ele.

O filho favorito do Rei - O casamentoWhere stories live. Discover now