Já se passara dois dias, desde que Lyrian, Lucian e Thomáz haviam resgatado James.
O rei ordenara que discretamente procurassem seu primogênito, mas ninguém lograra êxito. Irina fora avisada sobre o paradeiro do filho, e inclusive, havia conseguido entrar sorrateiramente, trazendo babosa e calêndula, para ajudar na cicatrização dos ferimentos.
James continuava no quarto de Lyrian, que fingia cansaço para se manter o maior tempo possível em seus aposentos.
As feridas já haviam parado de sangrar. A febre cedera. Os hematomas começavam a se tornar esverdeados.
Hector partiria naquela manhã, com um paquete da Turquia, rumo à Ucrânia. Lyrian se sentiu, ao mesmo tempo, aliviada e temerosa: quem garantiria sua segurança e a de Virgínia agora?
Hector podia ser um idiota, mas o rei nada poderia fazer a elas enquanto Hector estivesse ali, mas com a partida dele, Lyrian deveria se cuidar sozinha.
A princesa desceu ao grande salão, e depois seguiu para o jardim, onde a carruagem que levaria Hector o aguardava.
-Boa viagem meu irmão, mande lembranças a papai,mamãe e nossos irmãos.
-Serão lembrados - Hector subiu o degrau e sentou-se - modere-se, e nos vemos em oito meses, minha irmã. Não faça nada idiota.
-Não sou você - Lyrian riu, e deu as costas ao irmão - chegue vivo, irmão.
Lyrian subiu as escadas devagar, tentando disfarçar sua pressa em chegar ao seu quarto.
-Minerva já pediu o seu banho, milady, acabamos de levar - Jenika, uma criada muito jovem e magra descia com dois baldes vazios, seguida por outra criada, que havia boatos, que o rei havia mandado cortar sua língua - milady toma muitos banhos, deve ser por esse motivo que tem uma pele tão bonita e cheirosa.
Lyrian sorriu - ela sabia para quem era o banho - e agradeceu pela gentileza.
Antes de bater à porta, Lyrian observou se alguém a espreitava, se alguém a visse batendo à porta do próprio quarto, acharia estranho, se não batesse, poderia assustar James.
Bateu uma vez e entrou. Na saleta, não havia ninguém. Minerva devia estar nos aposentos de Virgínia. Deu alguns passos, e entrou no quarto de dormir. Atrás da cortina branca, no canto esquerdo do quarto, Lyrian podia ver a borda da banheira. Ela sentou-se à beira da cama, e fez-se anunciar.
-Hector já partiu - falou em tom baixo, mas audível - voltará para o casamento.
Lyrian viu James jogar a calça que vestia sobre a cadeira próxima à banheira, e em seguida ouviu o barulho da água.
-Ele precisa vir para se certificar que você vai se casar - a voz de James era fraca - parte dos acordos.
-Na verdade, toda a minha família virá - Lyrian observava enquanto James emergia na borda da banheira, os cabelos molhados escorrendo pelo rosto ainda marcado - não sei o que farei.
James olhou para ela, tirando a água dos olhos, mas não falou nada.
-Está doendo muito entrar na água? - Lyrian mudou o rumo da conversa, já que não sabia exatamente o que dizer sobre o casamento.
-Sim - James admitiu, enquanto tentava tirar o sangue seco dos cabelos - mas não é insuportável - ensaiou um pequeno sorriso.
Lyrian tomou coragem e se levantou.
-Vou lhe ajudar com suas costas - levantou-se e rodou a chave na fechadura, trancando a porta do quarto. Seu rosto ardia em brasas.
James nada disse, mas uma sensação estranha o invadiu. Sentia-se estranhamente tímido. Como nunca antes se sentira.
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O filho favorito do Rei - O casamento
РомантикаLyrian acabara de completar 17 anos e estava finalmente sendo enviada para seu destino, traçado ainda no ventre da sua mãe: casar se com o príncipe da Bessarábia, Thomaz. A princesa Ucraniana da linhagem Douwey, sexta de uma prole de 8 filhos, não d...