Cap. 10 - Cupido

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Tatja era apaixonada por James. Todo o reino sabia. Mas aparentemente, o mesmo não. Ou fingia não saber.

—O que você estava fazendo com a noiva do seu irmão? Quando cheguei ela passou por mim como um raio e desapareceu!  – ela já estava perguntando pela terceira vez.

—Já disse que nada! Ela estava cansada de ficar dentro do salão sem fazer nada, saiu para tomar um ar e acabou me encontrando aqui – James bufou – e eu não te devo satisfações.

—Muito facilmente você se desfaz do nosso amor – Tatja estava claramente alterada. Bêbada talvez? – Você sabe que eu deixaria tudo se você ficasse só comigo – empurrou seu corpo tenro e macio contra o corpo de James, que se encontrava encostado no muro baixo do jardim.

—Nunca lhe prometi nada, Tatja. Nunca lhe dei falsas esperanças. Eu não acredito no amor, você sabe disso.

—Mas eu posso te ensinar a acreditar! Poderíamos ser tão felizes juntos!

—Eu não nasci para ser feliz – James desvencilhou seu corpo da cantora, dando alguns passos em direção ao lago  – e nem poderia fazer alguém feliz.

—Eu poderia te ensinar ser feliz – Tatja tentou pela última vez se aproximar.

—Tatja, você sabia que não passaria da minha cama para o meu coração. Avisei a você desde o início. Você aceitou porque desejava o mesmo que eu – não havia diversão na voz de James.

Tatja era uma mulher independente, mas carente demais. James estava confuso quanto aos seus sentimentos, mas também não queria magoar a antiga amante.

—Conversaremos um outro dia. Hoje eu só quero levar minha mãe para casa. Boa noite.

James entrou no salão onde os casais dançavam animadamente. Percorreu o salão com os olhos procurando sua mãe, mas esperando ver Lyrian, ao menos de longe. Não encontrou nenhuma das duas.

—Se está procurando sua mãe, ela já foi para casa. Disse estar indisposta – Thomaz disse se aproximando de James.

—Então também vou para casa.

—Irmão, me prometeste ajudar com meu plano. Não sei mais como lidar com Isobel, que está abalada com o noivado, mesmo eu tentando evitar ao máximo a minha noiva.

James teve vontade de dizer ao irmão mais novo, que mais que evitar a noiva, ele estava sendo insensível com ela, sem que ela merecesse. Mas se calou.

—Não sei em que posso ser útil – falou por fim, bagunçando os cabelos que caiam sobre os olhos.

—Eu percebi que você às vezes conversa com ela. Vi vocês de manhã conversando na sacada. Você poderia descobrir o que ela pensa sobre esse noivado. De repente, algo que ela simplesmente odeia, e eu possa usar para que ela desista desse casamento e vá embora.

James bufou, mas tentou disfarçar sua insatisfação. De alguma forma, queria que a princesa continuasse aqui, então não cogitava a ideia de fazê-la partir.

—Vou tentar. Mas não posso te garantir nada.

Thomaz abraçou o irmão e suspirou um pouco mais aliviado.

—Não sabe como me sinto aliviado. Vamos, tome um cálice comigo!
.
Os músicos já haviam iniciado a última valsa, e James estava sentado no banco próximo à parede, muitos cálices de vinho depois. Sua mente estava leve, mas vagava por pensamentos que ele desejava esquecer.

Tatja não havia retornado ao seu posto junto aos músicos. O rei havia se retirado já há muitas horas, alegando indisposição, a rainha havia desaparecido e Thomaz agora dançava alegremente com Isobel em público. Ele também havia bebido bastante.

O filho favorito do Rei - O casamentoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن