Cap. 24 - Fugitivos

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Já era alta madrugada quando uma figura encapuzada entrava no castelo. Dois guardas imediatamente barraram sua entrada, apontando suas espadas.

Tatja tirou o capuz, se identificando à guarda.

— Preciso ver o rei, assuntos de segurança — falou com a voz firme e baixa, baixando a espada apontada para ela com a ponta do dedo indicador. A lâmina provocou um pequeno corte, que imediatamente Tatja levou aos lábios, sugando o sangue que começava a aparecer, e deixando os guardas desconcertados.

Um dos guardas adentrou o castelo, e momentos depois, permitiu a entrada de Tatja aos aposentos reais.

— É uma hora um pouco avançada para uma dama solicitar uma audiência com o rei — Domenicus vestia apenas um robe negro, e estava sentado relaxadamente no divã ao lado da cama. Apontou a cadeira confortável de sua escrivaninha para que Tatja se sentasse e ordenou que o guarda saísse.

— Temo que a informação que eu tenho não poderia esperar até amanhã — a mulher sentou-se elegantemente.

— Pois então diga — o rei levou as mãos aos lábios, analisando a fundo o decote do vestido da mulher à sua frente.

— Meu contato no castelo me informou que a noiva de seu filho planeja fugir do casamento. Ela ouviu a filha do barão e ela trocando confidências, e certamente elas planejam uma fuga.

— Fuga? — o rei estava desconcertado — Porque aquela desmiolada fugiria de um casamento vantajoso para ela? Ela não é ninguém, jamais chegará ao trono se não for casando com meu herdeiro.

— Ela não parece ser muito comum — Tatja argumentou — talvez seja um plano para que o pai dela possa desfazer o acordo.

O rei pensou por alguns instantes, analisando as informações que acabara de receber.

— Mandarei averiguar. Enquanto isso, você não sai desse quarto — sentenciou por fim — se isso for uma intriga, custará caro a quem a inventou.

Tatja engoliu em seco. Confiava em seu contato. Ela estava sendo muito bem paga para saber de todas as informações possíveis dentro do castelo. Mas mesmo assim, poderia se  prejudicar muito, caso fosse apenas um boato.

O rei mandou chamar um guarda, e ordenou que acordassem e lhe trouxessem a princesa ucraniana.

Algum tempo depois, o guarda retorna, e antes que adentrasse o aposento real, Tatja se cobre, para manter sua identidade a salvo.

Minerva e Virgínia entraram nos aposentos do rei, acompanhadas pelo guarda. Virgínia tremia, segurando a mão de Minerva.

— Posso saber onde está a outra princesa? — o rei se dirigiu ao guarda.

— Majestade, só havia as duas no dormitório da princesa.

O rei ordenou que o guarda saísse.

— Onde está sua senhora? — o rei dirigiu-se a Minerva, que mantinha a pose altiva, postando-se à frente de Virgínia.

— Ela tem o costume de sair para cavalgar a noite, às vezes. Minha senhora não me deve explicações de onde vai, majestade — Minerva mediu cada palavra, para que passasse segurança e o rei não soubesse da verdade.

— Uma mulher cavalgando à noite sozinha? Quer que eu acredite nisso? — o rei estava furioso.

— Sim, meu senhor. É seu costume desde criança — Minerva não estava mentindo, mas não era exatamente o que havia acontecido desta vez.

— Certo. Então faremos o seguinte — o rei sentou-se despreocupado no divã, sem se importar com o decoro — vocês ficarão no dormitório até a volta da princesa. Caso ela não retorne, serão enforcadas por traição. Enquanto isso, mandarei guardas atrás da princesa desaparecida, ela não pode ter ido longe.

O filho favorito do Rei - O casamentoWhere stories live. Discover now