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Acordei assustada com o despertador tocando, e minha impressão é que só fazia cinco minutos que tinha adormecido. Arrastei-me até o banheiro, na esperança de que um banho me fizesse sentir melhor, e no caminho escutei mamãe gritando para o Harry acordar. Pouco tempo depois, quando mais animada voltei para o quarto, ouvi minha mãe ainda chamando por ele. Já estava vestida e descendo para o café da manhã, quando escutei a ameaça final.

-Harry Edward Styles! Se não levantar agora, considere sua mesada da semana suspensa!

Sorri, ao ouvir um minuto depois, ele sair do quarto e ir correndo para o banheiro. Depois de 15 minutos, entrava na cozinha um Harry de cara amassada e fechada, o cabelo sem pentear, a camisa para fora da calça e a gravata na mão. Como meu humor também não era dos melhores, continuei comendo calada, enquanto o via pegar o suco na geladeira, mas em vez de beber no copo preferiu tomar direto da embalagem. Harry devia ter acordado com alguma tendência suicida aquela manhã, pois, se mamãe entrasse na cozinha naquele momento, iria trucidá-lo. Normalmente, eu iria alertá-lo, porém, como estava tão esquisito, continuei muda e o deixei a margem da própria sorte.

- Já está pronta? - perguntou, mal-humorado.

- Só preciso pegar minha mochila - respondi, sem olhar pra ele.

- Te espero lá fora - avisou, passando na minha frente.

"Nossa, ele está realmente azedo hoje", pensei ao me levantar. Ao sair para a varanda, vi que ele me aguardava encostado na grade, com as mãos nos bolsos da calça, a mochila nas costas e a gravata enfiada de qualquer jeito no colarinho.

- Harry! - chamou mamãe, surgindo atrás de mim. - Tome conta da Camila, ela é sua responsabilidade! - Fiz uma careta ao ouvir aquilo, e ele limitou-se a virar os olhos. - Tenha um ótimo primeiro dia de aula, querida! - disse mamãe, me abraçando ao se despedir, e abracei-a também e dei-lhe um beijinho. Depois, andei até ele.

- Vamos passar primeiro para pegar o Zee e depois seguimos para a escola - explicou, enquanto estávamos na calçada.

- Ótimo! Vou "adorar" andar com o Zayn todo dia pela manhã - comentei ironicamente, e ele começou a andar fingindo não entender meu comentário.

Quando chegamos à casa do Zayn, ele já nos aguardava no portão. Ao observá-los, parados um na frente do outro, engoli o riso. Enquanto Harry parecia ter saído de um furacão, Zayn tinha a roupa e os cabelos impecáveis, parecendo um modelo de catálogo de roupas.

- Bom dia, pessoas! E aí, animados? - disse com um enorme sorriso, antes de avaliar a aparência do Harry, de cima a baixo. - Cara, o que você fez com seu uniforme, mastigou? - Harry não respondeu, mantendo o rosto carrancudo. - Nossa, estamos "alegres" esta manhã, não? - Zayn perguntou, examinando-nos.

- Cala a boca e vamos logo - resmungou ele.

A escola não ficava longe, chegamos lá em 15 minutos. A entrada estava lotada de estudantes, muitos conversavam animadamente, contando sobre suas férias, e outros faziam cara de tédio igual ao Harry. Estava um pouco assustada por estar em meio a tanta gente estranha, ainda bem que não estava sozinha. Já conhecia as instalações da escola, pois a havia visitado em outras ocasiões, sabia que era enorme, um complexo formado por prédios antigos, mas reformados com os confortos modernos. O pátio interno era grande, arborizado, e tinha um pequeno chafariz.

- Aonde nós vamos agora? - perguntei, agitada, rodando sem parar minha pulseira no pulso.

- Daqui a pouco vão nos chamar para o auditório. A diretora sempre faz um discurso no primeiro dia de aula, para dar boas-vindas, fazer apresentações, explicar as regras, toda essa baboseira - respondeu Zayn, enquanto Harry continuava caladão.

Não demorou muito, apareceram vários funcionários da escola chamando os estudantes. Dirigimo-nos devagar para o local indicado e, ao entrarmos no imenso auditório, nos sentamos a uma das últimas fileiras de cadeiras. Olhei para o Harry, que tinha se recostado na cadeira, fechado os olhos e fingia dormir. Já o Zayn era o oposto, cumprimentava amigos que passavam e mexia com algumas garotas. Estava tão animado que não parava de pular na cadeira, parecia até que tinha sentado num formigueiro.

uncontrollably fond // hs Onde histórias criam vida. Descubra agora