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- Espera aí, tenho uma ideia - disse, abrindo a porta do nosso lado e, saindo do carro, deu a volta e abriu a outra porta, onde no momento estavam meus pés.

Observei-o arrancar o paletó rapidamente e jogá-lo no banco de trás, e em seguida me puxou pelos tornozelos, de maneira que fiquei deitada nos dois bancos da frente, a cabeça numa porta, os pés na outra. Ele entrou no carro, ficando exatamente em cima de mim, pressionando minhas pernas com a dele, sustentando-se em seus braços.

- Melhor? - perguntou, sorrindo.

- Muito melhor - respondi, puxando-o para mim pela camisa.

Beijávamo-nos completamente entregues ao momento. Passava minhas mãos sem parar pelos seus cabelos, descendo por seu pescoço e seguindo por suas costas. Ele soltou minha boca, percorrendo meu pescoço com seus lábios, brincando com minha orelha, mordendo-a de leve e voltando para o meu pescoço. Minhas mãos passaram para a frente da sua camisa, e ousei desabotoar dois botões para poder fazer algo que eu ansiava, sentir seu peito com minhas mãos. Assim que as introduzi pela abertura, ele parou o que fazia e as segurou.

- Mila, Acho que isso não é uma boa ideia - comentou, tentando controlar a respiração.

- Como assim? - perguntei, confusa.

- Você não está acostumada com isso, não quero ir... longe demais com você - respondeu, me encarando.

Não sabia o porquê, mas aquela rejeição fez aflorar em mim todos os meus complexos reais e imaginários. Será que ele não me queria por não me achar bonita, ou por não me achar experiente o suficiente para ele? Harry me conhecia muito bem, ele logo viu no meu rosto que havia alguma coisa errada.

- O que foi? Por que essa ruga aqui? - interpelou, tocando minha testa com a ponta dos dedos.

- Nada.

- Desembucha, Camila! Se você não disser, vou ficar maluco, tentando adivinhar. - Permaneci em silêncio, e ele analisou meu rosto mais um pouco. - Te magoei, não foi? - Neguei com a cabeça, mas na mesma hora meus olhos se encheram de lágrimas traidoras. - Camila... você está chorando? - Ele parecia apavorado. - Por favor, não faz isso, anda, fala pra mim o que você está pensando, não importa o que seja!

Era muito difícil falar sobre isso, e eu não sabia como começar.

- Você...

- Sim? - disse, me encorajando.

- Você me acha atraente? - perguntei, num fio de voz.

Ele me olhou com uma expressão que eu não soube decifrar e, para meu espanto, em seguida caiu na risada.

- Sua bobinha, é isso que você está pensando? Que eu não te acho atraente só porque pedi para você parar? - Ele segurou meu rosto em suas mãos, com delicadeza. - Você é a coisa mais linda do meu mundo! - E, para me provar o que disse, me deu um beijo arrebatador.

- Pensei que talvez não soubesse fazer você se sentir atraído o suficiente por mim - confessei, quando nossos lábios se separaram.

- O que mais desejo no momento é te ter aqui e agora, mas não posso fazer isso, não seria certo nem justo com você. Você merece algo belo e especial, não apenas sexo corrido, dentro de um carro, pensando unicamente na minha satisfação. - Ele me segurou forte em seus braços e sussurrou em meu ouvido: - Quando fizermos amor pela primeira vez, quero ouvir você gemer de prazer em meus braços. Quero sentir você tremer sob meu toque, e quero estar olhando dentro de seus olhos quando te fizer minha. - Ele voltou a olhar meu rosto com ternura. - Fui claro?

- Como água - respondi, ainda surpresa com sua declaração.

- Bem, isso não significa que não podemos brincar um pouco até lá - disse, insinuante.

- Adoro aprender brincadeiras novas - disse, me fingindo de ingênua. - Você quer ser meu professor?

- Só se me prometer ser uma aluna aplicada - respondeu, aproximando os lábios dos meus.

Começamos a nos beijar, ao mesmo tempo com carinho e desejo, e quando ele sugou mansamente meu lábio inferior me senti envolta em chamas invisíveis. Finalmente, fiz aquilo que ansiei por tanto tempo: corri minhas mãos livremente por seu peito, sentindo seus músculos em minha palma, seus pelos nas pontas de meus dedos. Percebi que, enquanto ele me beijava, corria as mãos por todo o meu vestido, como se procurasse por algo, até que o ouvi suspirar, frustrado:

- O que foi?

- Onde fica o zíper do seu vestido? - perguntou, afastando-se para me olhar melhor.

- Aqui, do lado - respondi, apontando para a lateral do meu vestido. - Pensei que você tivesse dito que queria ir devagar.

Ele me deu um olhar maroto, enquanto sorria levemente.

- Bem, mas olhar não tira pedaço, tira? - disse, colocando sua mão onde eu tinha indicado. - Se você não quiser... - Ele parecia um pouco inseguro se devia continuar.

- Quero - falei, sem titubear, e o vi dar um largo sorriso.

Ele foi abrindo devagar, quase com medo, descendo o zíper lentamente. Depois de aberto, senti a ponta de seus dedos na lateral do meu sutiã e vi seus olhos se arregalarem.

- Renda? Você que me matar? - perguntou, desesperado

- Algum problema? - perguntei também, confusa com sua reação. - Você é alérgico?

- Não! - Ele riu.

uncontrollably fond // hs Where stories live. Discover now