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Depois de um bom tempo ele chegou, sorrindo e com os olhos brilhando, sentando-se ao meu lado.

- Consegui, ufa!

- Vá se acostumando, isso é só o início! - disse Cate.

As luzes finalmente se apagaram e o filme começou. Estávamos todos ansiosos, ele tinha um papel secundário, mas era inegável que, toda vez em que aparecia em cena, éramos imediatamente atraídos pelo magnetismo de sua interpretação. À hora da cena em que ele dançava, não resisti, me virei para ele e perguntei:

- Quantas vezes você pisou no pé da sua parceira?

- Só duas - respondeu, rindo.

Enfim, chegou uma parte muito dramática do filme, em que seu personagem era torturado. Tive vontade de esconder o rosto para não continuar vendo suas expressões de sofrimento e dor, que ele representava de forma espetacular, até que não me contive mais e chorei mesmo.

- Fala sério, Camila! - disse Harry, tirando um lenço do bolso.

- Ah, cala a boca! - respondi, embaraçada, pegando o lenço que ele estendia, assoando o nariz.

O filme terminou, as luzes voltaram a se acender, e começou a hora dos cumprimentos, todo mundo feliz e orgulhoso do resultado. Parabenizei todo o elenco e tirei um monte de fotos. Reparei que Daniel parecia um pouco mais contido essa noite ao falar comigo e entendi o motivo, quando percebi que tinha vindo acompanhado de uma bela morena. Surpreendi-me quando senti uma mão na minha cintura, e uma voz macia com sotaque carregado falando no meu ouvido:

- Alguém já disse que você está linda esta noite?

- Oi, Chuck! Obrigada, você também está ótimo! - falei, observando suas roupas elegantes. - Parabéns pelo filme. Está maravilhoso!

- Obrigado - disse, sorrindo. - Você vai conosco na comemoração, mais tarde?

- Claro, não vejo a hora! - respondi, sorrindo.

- Ótimo, quero dançar com você a noite toda - disse claramente, demonstrando suas intenções ao apertar ainda mais minha cintura.

- Combinado, a gente se vê lá. - Ele me deu um beijo no rosto e saiu, sorrindo e insinuante.

- O que o francês queria? - perguntou Harry carrancudo, surgindo de repente.

- Não é da sua conta - respondi friamente, irritada com seu tom de voz, e o encarei, aborrecida.

- Então, vamos jantar? - perguntou mamãe, atrás de nós.

Seguimos para o espaço reservado para a ocasião, um salão imenso de um luxuoso hotel, que foi todo decorado com cartazes e imagens do filme, sentamo-nos a uma das várias mesas redondas dispostas no local. O diretor do filme chegou e todos o aplaudiram. Ele ergueu os braços, pedindo silêncio, e fez um breve discurso de agradecimento. No final, entraram vários garçons, servindo taças de champanhe, e brindamos a boa sorte do filme e de todos. Voltamos a nos sentar, não demorou muito a entrada foi servida, logo seguida pelo prato principal, e saboreamos felizes a deliciosa refeição. Durante todo esse tempo, a conversa animada rolou solta, mas continuei bravamente nos meus esforços de não fixar o olhar nele. Também tiramos mais algumas fotos em família e com os amigos.

Aos poucos, o salão começou a se esvaziar de convidados, sinal de que estava ficando tarde. Papai estava recostado em sua cadeira, parecendo sonolento, e mamãe, depois de disfarçar um bocejo, colocou a mão no ombro dele, dizendo que também já era hora de voltarem para casa. Infelizmente, nem Gemma ou Cate poderiam nos acompanhar à festa, já que ambas tinham compromissos bem cedo no dia seguinte. Olhei meu relógio de pulso e confirmei que tinha chegado a hora de partirmos.

- Está pronta? - perguntou Harry, já se levantando de sua cadeira.

- Sim, só vou colocar meu casaco - respondi, ao me erguer.

Voltamos calados para o carro e nos dirigimos ao clube noturno, que não era muito longe dali. Deixei o carro no estacionamento, saímos e fomos andando lado a lado em direção à entrada do local da festa, onde um forte esquema de segurança foi montado. Paramos próximos da pista e, ajeitando os ombros, ergui bem as costas e abri um grande sorriso, pronta para começar a colocar meu plano em prática.

- Harry, agora cada um por si - falei, me virando para ele.

- Como assim? - perguntou, desconfiado.

uncontrollably fond // hs Where stories live. Discover now