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Fiquei olhando para o rosto dele virado, depois do tapa que lhe dei. Seus olhos estavam fechados, vi as marcas vermelhas que os meus dedos fizeram em sua pele, e me dei conta de que tinha ido longe demais. Abrindo os olhos, virou o rosto pra mim, numa máscara de fúria que me fez gelar até os ossos, seu olhar fervendo numa raiva intensa. Já tinha aberto a boca para me desculpar, quando me agarrou pelos braços com força, quase me machucando:

- Você não sabe que só existe um castigo para a mulher que bate em um homem? - E, me puxando com violência de encontro a seu corpo, esmagou meus lábios com os dele.

Fui pega completamente de surpresa com aquele ataque repentino. Harry me apertava com força, sua boca obrigando a minha a se abrir, bati o quadril na bancada, enquanto ele me pressionava com seu corpo. Estava tonta, sem conseguir pensar com clareza, muito menos conseguir assimilar que o que havia sonhado, imaginado e rezado para acontecer estava de fato se realizando. Senti sua língua invadir a minha boca, me obrigando a uma rendição total, e literalmente me senti devorada por ele. Estava em choque com seu ataque, me segurei em seu pescoço para não cair, até que o beijo foi mudando de intensidade, indo da raiva para algo mais lento e sensual. Sentia sua língua se movendo dentro da minha boca, mas ele deve ter percebido minha inexperiência.

Primeiro senti seu hálito, seu perfume natural deixando-me inebriada, depois senti o toque suave de seus lábios nos meus, tão delicadamente que pareciam de seda. Senti uma de suas mãos em minha nuca, enquanto a outra me segurava pela cintura, com firmeza e carinho, e seguindo sua orientação movi meus lábios com os dele, saboreando sua maciez e sabor tão masculinos.

Abrimos nossos lábios um pouco mais e, quando nossas línguas se encontraram pela primeira vez, abracei-o fortemente junto a mim, enquanto nos beijávamos em completa harmonia. O estouro de uma manada de búfalos furiosos, a explosão de uma bomba nuclear, o impacto de um meteoro, tudo isso era pouco ao tentar expressar as emoções liberadas naquele momento, sensações fortes e intensas demais que vinham em ondas cada vez maiores, como se estivesse me afogando em fogo líquido, se é que isso era possível. Perdi completamente o domínio sobre minhas ações, sentia como se tivesse me tornado uma marionete em suas mãos, à medida que o beijo prosseguia e ganhava força e calor, assim como seu abraço se tornava possessivo e exigente.

Minha boca não parecia mais suficiente para ele, pois desceu os lábios para meu queixo onde mordiscou levemente, antes de seguir para meu pescoço; arrepios de prazer percorriam meu corpo à medida que ele beijava e sugava bem atrás da minha orelha. Naquele sublime momento, éramos somente Harry e Camila, nosso sobrenome em comum havia ficado para trás. Tive a impressão de ouvir batidas na porta, mas não tinha certeza, pois Harry nessa hora voltou à atenção novamente para minha boca, me dando mais um beijo arrasador, me fazendo arder em chamas; abracei-o ainda mais forte, porém agora eu ouvia que estavam realmente esmurrando a porta e desgrudei a minha boca da dele.

- Harry... - falei, sem fôlego. - Tem gente batendo na porta, querendo entrar.

- Eles podem esperar - falou, enquanto mordia minha orelha.

- Abram essa porta, ou vamos arrombar! - ouvi uma voz de homem ameaçando.

- Harry! Por favor, vamos sair daqui! - implorei, criando coragem e empurrando-o com minhas mãos.

Ele olhou para o meu rosto, e vi tanto sentimento em seus olhos que senti minhas pernas ficarem moles, mas ele pareceu me ouvir dessa vez, pois se afastou um pouco.

- Já vamos! - disse, ajeitando suas roupas e seu cabelo.

Fiz o mesmo me olhando rapidamente no espelho, alisando o vestido e passando a mão no cabelo. Harry abriu a porta, e demos de cara com um segurança mal-encarado.

- Algum problema, senhorita? Esse cavalheiro a está molestando? - perguntou se dirigindo a mim, já se preparando para partir para cima do Harry.

- Não, está tudo bem, garanto! - respondi rapidamente.

- Tem certeza? - tornou a perguntar, e confirmei, afirmando com a cabeça.

Depois de lançar mais um olhar ameaçador para o Harry, partiu.

- Vem! - Ele falou, me puxando pela mão.

- Aonde vamos? - Ainda estava atordoada e tropeçava sem parar.

- Você ainda não dançou comigo essa noite - respondeu, me conduzindo à pista de dança.

uncontrollably fond // hs Where stories live. Discover now