29

4.9K 403 446
                                    


Ele tocou carinhosamente a minha bochecha com a ponta dos dedos, como se fosse dizer algo mais, e eu fiquei ali esperando pelo que viria. Mas, quando dei por mim, me soltou, formando uma distância razoável entre nós.

- Acho que você está cansada, foi um dia difícil, melhor pararmos por hoje. Tudo bem?

Eu apenas assenti com a cabeça, e ele então se aproximou novamente, para me dar um beijo rápido na testa. Quando percebi, já tinha ido embora e eu estava sozinha. No último dia de ensaio, Harry já estava dançando direitinho e sem erros. Claro que nunca seria um dançarino profissional, mas pelo menos não ia fazer feio. Chegamos a casa aquela noite, e fui direto tomar um bom banho. Confesso que estava exausta, tinha sido uma semana muito puxada, tanto física como emocionalmente. Fiz um lanche rápido e fui direto para a cama. Mal havia começado a ler uma revista quando o Harry apareceu, já de banho tomado e de cabelo molhado.

- Estou atrapalhando? - perguntou, parado à porta.

- Não, pode entrar - respondi, enquanto continuava a ler a revista, distraída.

- Só queria agradecer o que você fez por mim essa semana - disse, caminhando em minha direção.

- Não foi nada, tenho certeza que se fosse o oposto você faria o mesmo por mim - falei ao fechar a revista, quando ele parou ao meu lado.

- Sim, mas eu queria te agradecer de alguma forma especial - disse, alegre, mostrando-me algo parecido com uma embalagem de creme dental.

- O que é isso?

- Creme corporal relaxante. Vou te presentear com uma massagem caprichada nos pés! - respondeu, já se sentando na minha cama.

- Quê?! - perguntei, constrangida. - Não precisa, Harry, de verdade!

- Deixa de ser boba, é o mínimo que eu posso fazer - insistiu, pegando meus pés e colocando- os em cima de suas pernas cruzadas. - Agora, relaxa e aproveita. Relaxar?

Eu estava mais tensa do que nunca! Ele começou espalhando o creme pelo meu pé direito, depois iniciou uma massagem deliciosa, fazendo movimentos circulares com os dedos. Comecei a sentir arrepios, que me subiam pelas pernas e iam até o meu último fio de cabelo. Passei a respirar mais rápido, enquanto as sensações só aumentavam. "Minha nossa, e ele ainda está no primeiro pé!", pensei, respirando profundamente. "Que tortura!" Quando ele começou a apertar mais forte, tive que morder o lábio para não gemer.

- Estou te machucando? - perguntou, de repente. - Você está com uma cara engraçada, parece que está sentindo dor.

- Não, estou ótima, é que eu tenho os pés muito sensíveis - tentei disfarçar.

Ele sorriu e passou a massagear o outro pé, enquanto eu cobria os olhos com meu braço.

- Hum... - acabei murmurando, quando ele apertou um ponto especialmente sensível.

- Sabia que você ia gostar - comentou, sorrindo angelicalmente.

- Ai, aperta mais aí... - pedi.

- Aqui?

- Isso, vai com força e não para! - pedi, completamente rendida.

- Deixa comigo!

- Ai, que delícia! - suspirei, e ele soltou uma risada.

- A gente falando desse jeito, não parece que estamos fazendo um monte de sacanagem? - Fui obrigada a rir também. - Já ouvi falar que para algumas pessoas os pés são zonas erógenas. "Com certeza sou uma delas!", pensei. - Pronto, acabei. Foi bom para você?

- Foi ótimo, obrigada. - Se ele ao menos desconfiasse o quanto tinha sido bom para mim... de repente, tive uma ideia. - Agora é a minha vez.

- Como assim? - perguntou, surpreso.

- Quero retribuir a delicadeza - disse, me levantando. - Vem, tira a camiseta e deita aqui de costas - pedi, dando um tapinha no colchão.

Ele pareceu meio na dúvida, mas acabou me atendendo. Sentei-me com as pernas abertas em cima dele, peguei o tubo do creme de massagem, coloquei uma quantidade generosa nas mãos e comecei a espalhá-la nas suas costas. Comecei massageando seus ombros vigorosamente, sentindo os nódulos de tensão e me concentrando neles.

- Nossa, onde você aprendeu a fazer isso? - perguntou.

- Digamos que isso é um talento natural.

- Você dança, faz massagem, me pergunto o que mais você sabe fazer bem... - ele disse rouco, e eu preferi não responder.

Continuei fazendo a massagem, baixando as mãos lentamente, até que me aproximei da sua calça e escutei um suspiro. Concentrei-me naquela região, só por mais um tempo, parei, dei um tapinha rápido no seu bumbum e disse:

- Prontinho, pode levantar. - E saí de cima dele. Ao vê-lo sair cambaleante, comprovei que a segunda fase do plano essa noite tinha sido um sucesso.

uncontrollably fond // hs Where stories live. Discover now