Capítulo 3| Christopher

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Estou aguentando esta merda a tempo demais, uma hora sempre cansa.

- Filho se acalma, seu pai não falou por mal.- diz Beth com toda calma do mundo, a um tempo atrás suas falas tinham um grande poder de me acalmar mas dessa vez não vai funcionar.

- COMO NÃO? - ela me olha assustada, bagunço o cabelo tentado manter a calma - desculpa, é só que estou cansado disso, mãe, ele tem que entender que não sou um boneco, já tenho 26 anos, e posso controlar minha vida sozinho, e é por isso que vou embora, sinto muito.

- Tudo bem - ela parece desistir - sua avó deixou a chave do apartamento embaixo do tapete.

Vou até ela e à abraço.

- Eu te amo muito, mas essa merda toda é muito pra mim, dessa vez ele foi longe demais.

Olho para ela mais uma vez, para seus olhos marejados. Para não prolongar o que já é doloroso, coloco meu capacete ligo a moto e vou embora, queria que tudo fosse diferente mas infelizmente está sendo assim.

Nunca pensei que minha avó morasse tão longe, será que assim como eu ela estava fugindo de alguém? Ao Pensar nisso me sinto magoado, nem ao menos me despedi dela antes de sair.

Identifico o endereço e estaciono de frente para o prédio, sua entrada é um pouco quanto rústica, meu apartamento fica no número 6 do sexto andar, subo de elevador e assim como minha mãe havia dito a chave estava embaixo do tapete, assim que entrei me surpreendi, o apartamento é incrível, minha avó tem um ótimo gosto os móveis são novos e modernos, o que me fez pensar que foi reformado recentemente, sento- me no sofá de couro relaxando completamente o corpo.

" acho que morar sozinho não será tão ruim."

Antes que dormisse sentado, levanto- me e guardo os conteúdos das várias caixas que o caminhão de mudanças havia trazido semana passada, percebo que várias delas já foram esvaziadas - minha vó é mesmo um ser incrível- sobrando apenas os objetos pesados como meu computador, televisão etc..

Assim que término tomo um banho e me visto para sair, se tem uma coisa que amo fazer é explorar novos lugares e nada melhor que uma região inteira para ser explorada.

Quando término de calçar meus conturnos escuto alguém bater na porta.

" merda"

Pego meu celular e as Chaves em cima da Mesa e guardo em meu bolso. Quando abro a porta vejo uma garota de costas no meio do corredor.

- Ei garota - ela se vira, e não posso deixa de notar sua beleza,ela me olha nervosa. - Você que bateu na porta? - Ela continua me olhando nervosa e isso está me irritando - Você sabe falar ou só vai ficar me olhando?

Percebo que fui rude mas sou assim e não posso fazer nada.

-sua avó me pediu para lhe entregar isso.- ela me entrega uma travessa e só pelo cheiro sei que é a torta de amora que minha avó fazia quando eu era pequeno, e dizia que uma torta feita com tanto amor só pode se entregar à quem ama de verdade e por isso me sinto perdido ao pegar aquela travessa, olho para a moça e volto de meu pequeno transe. - Ela falou alguma outra coisa?

- Não apenas me entregou as tortas e pediu para que lhe entregasse uma - como assim " as tortas" minha avó nunca presenteou ninguém além de mim e minha mãe com uma torta.

- E de quem era a outra? - Pergunto curioso.

- minha.

Quem era essa garota e por que ela tem tanta intimidade com minha avó? Quer saber esquece.

- Hum- olho para ela mais uma vez - valeu por entregar a torta.

Digo e bato a porta.

- estúpido. - escuto ela gritar do outro lado da porta o que me faz rir.

Deixei a torta em cima da mesa e decidi comer um pedaço assim que chegar.

Saio pela porta e entro no elevador apertando o botão para descer no andar da recepção, assim que a porta abre, saio e vou até a saída do prédio, vejo minha moto estacionada e pergunto a mim mesmo se seria melhor ir com ela, mas acho que para conhecer um lugar o melhor a se fazer é andar, a cidade é estramente acolhedora, todos que passam me cumprimentam como se a muito tempo me conhecem, vejo um pequeno bar, assim que entro noto que tem tudo que eu precisava, um bom Rock com ótimas garotas e no bar um copo grande de cerveja, vou até o balcão e peço:

- Um copo de cerveja e um copo de uísque por favor.

O homem barbudo me olha com um sorriso de lado.

- Vejo que é novo por aqui.

- Sim, cheguei de mudança ainda hoje. - Ele sorri mais uma vez.

- Então irei te servi da minha melhor cerveja por conta da casa. - Abro um sorriso e agradeço, vejo que encontrei o melhor lugar da cidade em apenas uma noite.

Assim que minhas bebidas chegam as entorno rapidamente sentindo o gosto amargo delas descerem em minha garganta.

- Chris? - Viro-me para trás levando um grande choque ao ver will meu grande amigo desde... A tanto tempo que nem lembro - Não acredito que é você! O que faz aqui?

- Me mudei para cá e você, cara?

- estou morando aqui também sabe esse negócio de divórcio é uma merda, acredita que aquela vadia ficou com a minha casa, não foi nada além de interesse da parte dela, bem que você me avisou. - Will se casou à um ano atrás mas todos o avisavam que deborah não o amava que estava ali por interesse.

- Wil, meu caro amigo - dou risada - amar é uma grande merda.

- Concordo com você, Chris- ele ri - não me deixe cometer esse erro novamente.

- Certo então vamos beber e esquecer de toda essa droga - digo dando meu o último gole de cerveja que restava no copo.

Will e eu bebemos e rimos a noite toda, contei a ele minha situação com meu pai e ele ficou incrivelmente surpreso pelo que ele fez.

- Parece que o caos nos persegue meu amigo - william diz com a voz nada sóbria.

Para mim beber sempre foi mais fácil, já que dificilmente fico bêbado, mas por outro lado a ressaca vem em dobro.

- É, will, somos nós esse caos - ele ri - o pior de tudo é que agora não tenho emprego.

- Mas isso não é problema, tem quem diz que aqui é a terra das oportunidades. - Reflito um pouco sobre suas palavras que me deixam motivado - mas me conte, como anda sua vida amorosa? continua o mesmo garanhão de sempre?

Dou Risada e bebo mais um gole do que seria meu quarto copo de cerveja.

- Amar pra que? Se todos um dia vão embora! Prefiro ter meus casos a ter apenas um e sofrer no final. - É assim que eu penso, só amei uma vez e foi a coisa mais tola que já fiz, não só comigo mas com.. Ela também.

- é meu amigo, amar não é nada mais que uma grande roubada.

Conversamos por mais algumas horas, até que vejo em meu relógio que já são três hora da madrugada, ajudo Will a chegar em casa, ele estava visivelmente bêbado, assim que o deito no sofá de sua casa ele apaga por completo, deixo meu número em seu caderno para mantermos contato, quando saio tranco a porta e jogo a chave por debaixo dela.

A rua estava vazia por completo, o silencio era majestoso, quando chego em casa vou direto para o quarto e sem ao menos trocar de roupa me jogo na cama.

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Where stories live. Discover now