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- Vamos? - Christopher apoia seu rosto em meus ombros. já se fizeram  trinta minutos desde que entramos  naquele berçário, o tempo de visita eram de apenas vinte minutos mas Maria nos deixou ficar por mais dez. Eu simplesmente não consigo me afastar desta menina, sei que quando for embora ela não terá mais ninguém. - Ela vai ficar bem, bea, solte-a e vamos embora antes que os seguranças nos venham expulsar.

- como ela poderia ficar bem, Christopher? - Pergunto a ele com os olhos repletos de lágrimas.- ela está sozinha.

- Eu também não acho justo, mas ficar aqui só nos vai arranjar problemas. - seus braços entrelaçam meus ombros, do outro lado da sala vejo Ray segurar seu filho, sua felicidade é contagiante, a menina em meus braços porém nunca saberá o que é ter alguém para ama-lá desta forma. - Vamos embora, bea, amanhã quem sabe possamos vir visita-lá novamente.

- Tudo bem. - olho para aquela bebê mais uma vez, seu olhos são repletos de alegria. - você provavelmente não se lembrará de mim, mas saiba que em todo lugar que eu for, pelo resto da minha vida vou me lembrar do seu sorriso, vou lembra-me de que em algum lugar do mundo vive a garotinha mais linda e forte que tive a oportunidade de conhecer, e se um dia você se sentir sozinha saiba que em uma única noite foi capaz de despertar o meu amor. - Os soluços acabam abafando minha voz. Christopher continua com seus braços ao meu redor e mesmo de canto posso ver em seus olhos a tristeza que também plantou-se nos meus está noite. - Tchau, pequena.

Coloco-a novamente no berço, ela me olha receosa e assim que me viro de costas coloca-se a chorar. Neste momento sinto meu coração se quebrar em mil pedaços. Christopher me olhou receoso e eu soube o que se passou pela sua cabeça, ele achou que eu não fosse conseguir, e por um instante também achei, mas então eu dei um passo para frente e outro logo depois, quando cheguei até a porta olhei mais uma vez para aquela garotinha e repleta de tristeza disse para mim mesma.

" adeus, minha querida.."

Pela primeira vez na vida eu realmente soube o quanto doí perder alguém, aquela criança foi capaz de despertar a luz em mim, só não achei que ela fosse se apagar tão rápido.

No caminho para casa Christopher e eu não dissemos uma palavra sequer, tínhamos vindo de táxi e assim voltamos, tudo que se podia ouvir era o mascar de chiclete irritante do motorista, mas não tinha forças  nem para o mandar fechar a boca.

Christopher por sua vez parecia pensativo como se estivesse a solucionar um mistério, mas ao que se parece ele era difícil demais.

Quando o táxi parou de frente ao meu prédio,  ele e eu entramos no elevador que seguiu seu trajeto silencioso até parar no andar do meu apartamento, a porta se abriu mas me mantive parada, Christopher me olhou curioso porém continuou em silêncio, parecia temer dizer algo, como se falar alguma coisa o trouxesse a minha tristeza e dentro dela uma vez não teria mas ninguém para nos salvar.

O elevador se fecha mais uma vez e só volta a abrir no sexto andar, fui a primeira a sair, Chris teve de dar uma pequena corrida até chegar a porta primeiro e abri-lá, eu entrei, ele logo atrás de mim a fechou. 

- Posso dormir aqui está noite? - minha voz sai baixa e inexpressiva. Christopher pareceu surpreso em me ouvir dizer alguma coisa depois de tanto tempo. - Não quero dormir sozinha está noite.

- Claro que pode, meu amor. - me abraça apertado. - por favor não fique triste.

- isso é difícil.

- Eu prometo que amanhã te levo no hospital. - sua voz faz cócegas no meu pescoço. - E todos os outros dias..

- Até ela ir embora para o orfanato.- digo com desdém.- ela será apenas uma bastarda ..

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz