#33

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(Christopher...)

Como eu fui burro!

Depois que bea saiu do carro eu realmente me senti um bosta por não compartilhar meu passado com a mesma, já que ela nunca hesitou em me contar sobre sua vida. Dela eu sabia tudo que eu queria e sequer me dei o trabalho de lhe dizer sobre a minha vida, quem sou, quem fui.. Pensei que talvez ela estivesse certa, que eu não deveria esconder tanto sobre mim, a verdade é que eu nunca disse a ninguém o que de fato aconteceu e pela primeira vez eu iria me abrir à alguém, alguém que amo e que confio.. Claro que foi só mais um dos erros que cometi até hoje. Eu estava errado em amar Beatriz, sempre me preocupei em não magoa-la e ela?  ela beijou outro!  ela se entregou a outro cara mesmo sabendo do meu amor por ela, mas no fim não seria eu o outro cara? Ele pelo menos teve algo com ela, um relacionamento sério e eu? Nada tive. Talvez a culpa seja minha. Talvez seja a minha lição por desistir tão fácil de quem amo. E no fim eu fui burro de qualquer forma.

Nunca em toda minha vida tinha me sentido assim, tão enciumado, bravo e decepcionado com uma só pessoa.

Passei anos me dizendo que amar é errado, que não me traria bem algum e então conheci bea e mesmo com toda minha armadura ela deu um jeito de se infiltrar em minha vida, em meu coração.

Minha vontade é de descer naquela lanchonete novamente, arrancar Beatriz dos braços daquele cara e o socar a cara, ela era minha..

-ela nunca foi sua! - dou por mim enfurecido. Estava tão irritado comigo mesmo que nem ao menos olhei para ver o que era, apenas peguei o primeiro objeto em minha frente e o taquei na parede, assim que fui recolher os cacos que se espalharam por toda sala, vi que era o porta retrato que guardei com tanto carinho por todo este tempo. Em meio aos cacos  estava a foto de Ana, na época ela estava grávida de nosso filho, não era uma foto nítida já que tirei sem ela ver, estava tremida e mal dava pra ver seus olhos mas eu a guardei porque mesmo tremida dava para ver seu sorriso, o sorriso que amei por um longo período, o sorriso que nunca mais veria. -Que droga! - Ouço a porta bater, até tinha me esquecido que antes de ir a lanchonete liguei para will e pedi para o mesmo vir para cá. Mas assim que abro a porta vejo que não é William e sim Beatriz, com os olhos avermelhados. Os meus também estavam eu acho mas nem mesmo minha tristeza pode deter minha frieza. - O que você quer aqui?

- Você vai me deixar entrar? - Ela pergunta olhando pra baixo. Sua voz baixa indica a vergonha que suas palavras carregam e por mais que eu estaja magoado com a mesma, daria tudo para  a ver feliz novamente. A verdade é que a culpa não é dela, tudo entre nós dois foi rápido demais e não seria justo eu a culpar por ainda gostar daquele cara.

- Sabe eu estou esperando alguém então.. - Ela me olha surpresa, vejo o medo em seus olhos. Não sei o por que mas tive que dizer o que ela queria ouvir. - Não estou esperando outra mulher.- mesmo ela escondendo, pude ver o alívio em seu semblante - entre logo antes que eu mude de idéia - e assim ela faz,  ela entra e se senta em meu sofá, ela olha os cacos no chão e então me lança um olhar curioso - estava irritado. -  reviro os olhos. - O que você veio fazer aqui?

- Eu.. Bom.- Respira fundo e então retorna a falar.- me desculpe, Chris.- seus olhos aos poucos se enchem de lágrimas, eu odeio ter que ver alguém chorar, nunca sei o que fazer ou dizer e isso piora ainda mais quando se trata de bea a única pessoa que independente da situação eu nunca sei o certo a se fazer. - sabe eu não sei porque deixei aquele beijo acontecer..

- você não precisa se justificar. - vou até a cozinha e pego minha garrafa de uísque. Assim que faço menção de voltar vejo Beatriz plantada em minha frente. A distância entre nós dois era pouca demais para que eu pudesse me sentir seguro.Eu não sei se posso me controlar assim. É patético mas achei que cruzar os braços fosse ajudar em algo.- O que está fazendo?

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Where stories live. Discover now