Capítulo 8| Beatriz

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Nick olha para Christopher que está atrás de mim e depois me olha frustrado, ele sabe quando não pode ganhar uma luta, Chris é alto e forte, enquanto Nick mais parece um graveto.

- você é a única culpada disso.. - ele diz com a voz embargada de tristeza e raiva. - passei meses te amando, e foi só isso que eu te pedi, que me amasse de volta. Mas nem pra isso você serve.

Assim que me diz estas palavras ele me solta e sai correndo por entre a multidão, Nick estava me segurando com tanta força que assim que me soltou eu cai involuntariamente no chão.

- Bea!  - minhas amigas dizem em unissolo e correm até mim.– você está bem?

- Sim. - respondo agora mais calma. Elas suspiram e então olham para meu vizinho que neste momento me olha com seus olhos cinzentos e repletos por um brilho mortal. - meninas este é o Christopher, meu vizinho.

- Olá. - Responde  sério e em seguida me ajuda a levantar segurando em meus braços que até cinco minutos atrás estavam sendo triturados pelas mãos de Nick. - Mas que merda toda foi essa?

- o que o Nick te disse antes de sair correndo?- Liv me conhece bem o suficiente e por mais que eu não queira  sei que terei de explicar tudo à ela mais tarde.

- Ele é meu ex-namorado, ao que parece ele não conseguiu superar nosso término. – resumo.

- e você está bem? -pergunta preocupado.

Está bem, ele não me parece tão babaca quando me olha assim. Eu sei que não deveria mas foi impossível não notar o quão lindo ele é quando não está ocupado demais sendo um estúpido.

- paçra falar a verdade.. - olho ao meu redor, a música está alta e todos estão dançando, sem nem notar o que houve, fico pensando o que teria acontecido se Christopher não tivesse chegado a tempo. - nem um pouco.

- Eu te levo para casa. - ele diz já me puxando para seu colo.

- . me solta!  E a minhas amigas? - Olho para elas ainda preocupada com seus estados alterados.

- Vamos ficar bem. - viviam tenta sorrir mas é em vão - vou chamar um táxi.

- está vendo? elas ficarão bem.  Agora eu vou te levar pra casa e tratar desse ferimento em sua perna.

Ferimento? Que ferimento?

Olho para minhas pernas e vejo que meu joelho esquerdo  está sangrando, lembrei que ao sair Nick deixou cair um copo e quando eu cai no chão posso ter me machucado com os cacos.

- Só me leve pra casa por favor. - suplico.

Chris me leva quase correndo pra casa, o sangramento que antes era pouco agora aumenta barbaramente, passamos pela entrada e pude perceber que os moradores me olhavam preocupados, olhei para o chão e vi que estava deixando um rastro de sangue. Christopher subiu pelas escadas que por ironia eram o caminho mais rápido, peguei a chave em minha bolsa para que ele pudesse abrir a porta, ssim que entramos ele me leva até o banheiro e me senta na tampa da privada.

- Certo onde tem curativo?. - Pergunta agitado. - está escorrendo bastante sangue, acho que caiu em cima de algum caco.

-esta em cima da geladeira.

Ele me olha por um momento e então sai. Devo estar horrível, não por meu joelho está sangrando uma quantia preocupante mas sim por ainda estar abalada com tudo que houve. Assim que Christopher chega reparo que em sua mão está minha garrafa de uísque.

- Pra que isso? - pergunto.

- Pra você beber. - olho para ele confusa. -  você merece dar um belo gole nesse uísque!

Sim eu realmente mereço. Viro a garrafa de uma só vez dando um longo gole.

- Certo agora vaí arder um pouco. - antes mesmo que eu pudesse reagir Christopher tira a garrafa das minhas mãos e vira em meu machucado.

- PORRA! - fico um minuto em silêncio, apenas esperando a ardência parar um pouco e então digo com raiva: -poderia ter avisado!

- E do que adiantaria? - pergunta indiferente.

- pelo menos estaria preparada psicologicamente!

Acho que algumas lágrimas escorreram dos meus olhos, queria matá-lo mas sei que ele só esta me ajudando. Dou outro longo gole em meu uísque passando a garrafa para Christopher, afinal, ele também merece um gole.

Quando ele terminou o curativo me ajudou a chegar até meu quarto, me colocando cuidadosamente sobre a cama.

- Agora que está melhor posso ir pra casa. - ele levanta deixando-me sozinha na cama.

- Christopher.  -chamo assim que ele sai pela porta do quarto. -minha garrafa ainda não está vazia.

Dou um sorriso e sei que ele entendeu o que eu quis dizer pois se sentou ao meu lado e pegou a garrafa de minhas mãos.

- Então vamos esvazia-lá - sorri perversamente e por Deus, ele parece um pedaço do paraíso, um Paraíso com os olhos infernais. - Me conte como tudo aquilo aconteceu.

Olho para ele e não sei por qual  motivo mas sinto que posso confiar nele, então depois de um gole de uísque começo:

- Nick e eu namoramos por 8 meses, não sei se com esse tempo alguém consegue amar seu companheiro mas ele me amou, amou muito, e eu gostava disso gostava de ser amada, achava a melhor coisa do mundo mas  não sentia o mesmo entende? - dou  um sorriso fraco. - Nunca soube amar. Então com o tempo Nick começou a cobrar esse amor que eu nunca poderia dar a ele até o dia que ele procurou o amor em outra e tudo entre nós acabou, mas parece que ele ainda não superou isso.

Olho para ele totalmente cansada, não fisicamente mas sim mentalmente.

- Até quando vou sofrer por não saber amar? - pergunto. Ele me olha sentindo cada palavra que digo, posso sentir isso, não sei como mas sei que ele entende perfeitamente o que sinto. - Stuart foi meu namoro mais recente, foi o mais próximo que cheguei a amar mas adivinhe? não o amei.

Christopher sorri dando mais um gole de uísque.

- engraçado. Você se esforça para amar alguém e eu faço de tudo para não amar. - Ele toma mais um gole de sua bebida, mas suas falas me deixam curiosa.

- como assim?

Ele me olha e posso ver a tristeza em seus olhos a mesma tristreza que vi nos olhos de Nick está noite e a mesma que vi nos olhos de Stuart, a tristeza que só quem amou pode sentir.

- Amar nunca foi um conto de fadas, é como se entregar à escuridão e andar sem enxergar nada ao seu redor, a procura de algo que só quando encontrar saberá o que é.

Reflito um pouco sobre suas palavras.

- Talvez esteja certo ou talvez não.

Ele balança a cabeça com sarcasmo, como se dissesse: "você vai entender um dia."

- Posso te fazer uma pergunta? - pergunto olhando para os meus pés.

- faça.

- Por que não está me xingando ou me irritando hoje?

Olho para ele que parece escolher a melhor resposta e então diz:

- porque hoje você parece precisar apenas disso, um bom uísque e um papo legal, acho qué já foi machucada demais por uma noite. - Um sorriso sorrateiro escapa por entre meus lábios, Chris me olha e em seguida sorri também.- sem falar que se eu te irritar agora você vai me mandar embora e acredite, eu estou apaixonado por este uísque.

- Sério? Que fofo. - faço minha voz meiga ( que não é nada meiga) - foi a coisa mais romântica que me disse até agora.

Ele ri.

- acho que sei o que pode te ajudar espere aqui! - Chris sorri e sai do quarto.

Não sei o porque mas em minha cabeça tudo que posso pensar agora é:

"por favor não vá embora."

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora