Epílogo.

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- alô, Christopher?

- Oi meu amor. Me ligando a essa hora?..  Deixe-me adivinhar: te ligaram da escola outra vez. - ele pode não admitir mas sei que isso só o diverte.

- Acertou. O que será que está garota aprontou desta vez?

- Não sei. - Ele ri.- estou voltando do show agora, te vejo na escola.

- te vejo lá, Beijos.

Desligo a ligação e vou até a cozinha, nem ao menos tomei meu café da manhã. Sabe, não sei o porquê de Vitória se meter em tantas encrencas, já fui convocada três vezes em sua escola este mês e por mais que eu tente não consigo achar um meio de repreende-lá, os castigos não resolvem, acho que sou boba demais, sempre cedo ao seu biquinho de pato e não aguento vê-lá naquele banquinho rosa que nomeiei como: "cantinho da reflexão". Eu não a posso culpar, ela tem a personalidade forte e sei que esse  é um dos grandes fatores de sua rebeldia mas também é isso que a faz uma garota tão peculiar, mesmo tendo que ir a sua escola mais vezes do que eu gostaria não posso simplesmente exigir que ela deixe de ser quem ela é.

Eu a conheço, toda vez que apronta é em prol de alguém. Como quando jogou feijão na cara de seu colega de turma porque ele havia puxado o cabelo de sua amiguinha Lili. Ela é assim, sempre defende alguém e mesmo tendo apenas seis anos de idade sei que essa será sua maior qualidade, eu não posso mudar isso e   nem mesmo quero.

Assim que termino meu café corro até meu carro ( sim. Eu finalmente aprendi a dirigir e acreditem se quiser ainda não bati o carro. Ainda.) quando faço menção de dar partida meu telefone toca, para minha surpresa é minha mãe.

- Oi mamãe.

Apesar da pressa não posso deixar de me sentir maravilhada com sua ligação, ninguém melhor que minha mãe para me ajudar agora. Eu realmente não sei o que fazer mas ela com certeza irá me dar algum conselho.

- Oi filha. Como está minha neta?

Tem sido assim esses últimos anos, de início minha mãe ficou muito surpresa com a notícia. "você é mãe?!" mas depois que eu expliquei que não seria mãe solteira e que minha filha não dormiria em um corredor e sim em um lindo quarto ela ficou ainda mais feliz com a notícia do que eu, disse que agora eu veria pelo que ela passou e tentei não encarar isso como uma praga.  Mas apesar disso ela tem sido uma ótima avó, Vitória é a sua neta mais velha mas não a única, sofia teve um filho e hoje ele já tem dois anos, Vitória se auto declarou a babá dele e toda semana eu a levo para "cuidar"  do Gabriel.

- Foi parar na diretoria outra vez!

- primariamente eu preciso rir um pouco da sua cara.- sim ela está rindo da minha cara. Tenho a melhor Mãe do mundo.-  agora, falando sério. Não fique brava com ela minha filha, crianças aprontam mesmo, apenas oriente-a a ser uma pessoa boa, dedicada e sabia.

- Como?

- Sei lá a filha é tua, Bea, resolva você.

Desde quando minha mãe se tornou essa pessoa debochada? Eu mereço!

Depois de mais algumas palavras cruzadas ela desliga o telefone "vou ajudar seu pai a pintar a garagem." volto a ligar o carro e sigo em direção a escola de Vitória, graças a boa comissão de Christopher e com a minha nova estabilidade financeira
( Me tornei  uma renomada designer de interiores, há há.) podemos bancar uma boa educação à nossa filha. 

Estaciono o carro no estacionamento da escola e sigo andando até a entrada da direção, assim que chego vejo os olhinhos avermelhados de Vitória por de trás da porta de vidro, ela certamente deve ter chorado bastante, apesar de ser uma criança bastante impulsiva ainda é a minha menininha sensível e meiga.

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Where stories live. Discover now