#32

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Depois de pegar minha bolsa em seu quarto fomos até a garagem de sua casa, nunca em toda minha vida tinha visto uma garagem tão grande, cabiam ali mais de cinco carros e ainda sobraria espaço, mas acho que é padrão ao resto da casa já que tudo nela era gigantesco, dopois de passarmos por dois carros, provavelmente um de dona Beth e o outro do pai de Christopher, fiquei boquiaberta ao ver o carro de Liv e não o de Sophia como havia imaginado.

- Antes que me pergunte - Christopher se vira pra mim e suspira cansado - sim. Esse carro é de liv. Ela nos emprestou já que também estava bêbada e não poderia usá-lo. - ele se vira de costa e depois se vira pra mim novamente - ah, e ela disse para não se preocupar pois ela iria pra casa de táxi.

Christopher ainda está irritado, isso é visível só de olhar em seu rosto, então apenas concordo com a cabeça. É mais seguro me manter calada do quer dizer uma sequer palavra errada. É estranho mas sinto que se Christopher explodir aqui e agora, todos correm perigo.

- Christopher a bomba maluca. - Acabo dizendo em voz alta. Ele me fuzila com seu olhar mas antes que ele pudesse falar algo, entrei no carro e bati a porta, Liv me mataria se me visse maltratar seu  fusca. Christopher entrou logo em seguida, ligando o carro e saindo daquela garagem. Eu ia perguntar quem abriu a porta da mesma mas vi o pequeno controle remoto ao lado dele. - Certo o que foi aquilo?

- aquilo o que? - Ele pergunta sem tirar os olhos da estrada.

- o que mais seria Christopher? - Pergunto impaciente. - Eu te pergunto sobre Anna e você diz " não quero falar sobre isso"- tentei imita-lo mas minha voz saiu mais pra uma foca morrendo. - Eu te pergunto sobre seu pai e você me dá as costas. Qual é? Até quando vai esconder as coisas de mim? Se me ama mesmo por que nunca me contou sobre a Anna? O que de fato aconteceu? Sei que está escondendo algo, não só de mim mas de ray, will, jeff.. De todos!

- Não estou no clima pra discutir agora, Beatriz! - Ele diz irritado. Suas mãos estão a um ponto de fazer do volante apenas suco de tanto que o mesmo o aperta.

- Quem está discutindo aqui? - Olho ao meu redor.- você não quer discutir? Ótimo porque também não quero. Mas acho injusto eu te contar tudo. Te contar todo meu passado e toda minha vida enquanto você quer dar uma de " homem solitário". - Respiro fundo tentando me acalmar. - olha não quer me contar o que houve, certo. Vá a merda se quiser. Mas eu não vou deixar você e aquele ser estranho do seu pai ficarem brincando comigo, beleza?

- não tem a ver com você - ele suspira.

- Atá..- meu riso histérico o surpreende fazendo-o me olhar de relance. - seu pai pergunta o meu nome e você soca a cara dele, mas é claro que não tem a ver comigo!

- Para Beatriz - seu maxilar se contrai - pare com isso!

- Eu vou parar- digo nervosa.- não vou te forçar a confiar em mim. está bom pra você? - Ele não responde o que me deixa inda mais nervosa - certo!

O resto do caminho foi de pura tensão, ninguém ali se deu o trabalho de dizer algo, eu apenas continuei a olhar para janela, sentindo o pouco da brisa que restava naquele dia quente, senti seu olhar sobre minha nuca algumas vezes, mas meu orgulho é grande demais para sequer olha-lo nos olhos. Ele sabia tudo sobre mim e eu? Sabia apenas o que me diziam sobre ele!

Estava tão perdida em meus pensamentos que nem ao menos vi que já havíamos chegado, Christopher estacionou o carro de frente ao prédio.

- Chegamos - ele diz sem olhar em minha direção.

- Obrigado por tudo - minha voz sai mais ríspida do que eu esperava.

- Bea..

- Olha está tudo bem. - Lanço um sorriso amargo em sua direção e saio do carro logo em seguida.

Dessa vez eu achei melhor subir pelas escadas, pelo menos assim eu poderia pensar em outra coisa. O que foi em vão meus pensamentos já tinham planos para está tarde...

Assim que cheguei em casa senti minha barriga roncar, só agora eu percebo que não tomei café. E pra falar a verdade faz muito tempo que não tomo o chá de seu José. Pego minhas chaves em cima do balcão e saiu de casa. Fui até lá andando já que é próximo de minha casa. Quando cheguei vi que seu José atendia outro freguês então fiz meu pedido com Filipe seu sobrinho.

- bom dia - ele me comprimenta - o que posso fazer por você?

- Poderia me ver um chá com..

- espuma de chantilly por cima?- sou interrompida pelo rapaz que acaba de ser atendido por seu José.

- desculpa eu te conheço? - Pergunto. O rapaz então se vira de frente a mim e assim que tira seu capuz sinto meu coração se afundar dentro do peito novamente, o que ele esta fazendo aqui? -.. Stuart?

- oi beatriz - ele sorri. Seu sorriso continua sendo acolhedor. O rapaz que antes estava a me atender sorri e se retira indo preparar meu pedido.
- como você está?

- bem ..  o que faz por aqui? - minha voz falha.

- Vim apenas ver como estava - ele sorri. Seus braços se envolvem em minha cintura e antes que eu pudesse reagir ele me abraça. - Senti sua falta.

- É.. Eu não esperava te ver por aqui. - Desvio meu olhar para tudo menos para seu grande par de olhos castanhos. Me sinto mal pelo fim de nossa relação, e ainda mais por não conseguir sentir mais nada por ele, nem ao menos saudade. - Você está bem?

- não muito - ele acaricia minha bochecha me deixando um tanto quanto incomodada. - eu me arrependo mais a cada dia de ter dito todas aquelas palavras rudes a você.

- Não faça isso Stuart- afasto suas mãos. - Sabe que eu não..

- Eu sei que você não me ama - pude sentir a tristeza em sua voz - mas podemos tentar de novo!

- Não nós não... - ele nem ao menos me espera terminar a frase, passando sua mão por minha nuca e me puxando para um beijo, sua língua pede passagem e mesmo relutante eu a deixo entrar, ele acaricia meus cabelos, seu beijo é calmo e nele eu vejo toda a tristeza que Stuart carrega. A culpa então bate na porta me fazendo ceder mais a aquele beijo. Passo a mão por seus cabelos rentes ao coro cabeludo. Ele passa a mão por minha cintura, seu toque delicado, diferente do toque ousado de Christopher.. "o que?" a imagem de Christopher então me vem a cabeça, ai meu Deus. O que eu estou fazendo? me desvencilho de Stuart que me olha surpreso. - Eu não posso ficar com você porque...

- É bom saber que seguiu o meu conselho Beatriz! - Vejo Christopher na entrada com os braços cruzados. seria minha impressão ou ele está com lágrimas nos olhos? Ele se aproxima perplexo - eu estava indo a sua casa! Te contar tudo, mas.. - Ele seca uma de suas lágrimas com as mão - mas acho que é melhor não interromper não é mesmo?

- Christopher o que você acaba de ver não passa de um mal entendido - sinto meu coração acelerar, eu não posso perde-lo, não pela segunda vez. - Por favor..

- então o que eu acabo de ver Beatriz? - Ele me olha indignado - Esquece - ele me dá as costas e sai pela porta.

- preciso saber de algo? - Stuart pergunta enquanto bagunça os cabelos. - Você está com esse cara Beatriz?

- é complicado.

- Certo eu vou embora - ele se levanta - se cuida. - eu poderia dizer para ele ficar, poderia tentar algo mas não posso, e de fato não quero. quero Christopher e ninguém mais, por isso não o impedi de ir embora.

- Dia difícil em moça - o rapaz me entrega o chá.

- Nem me fale - digo ainda confusa.

Que merda acabou de acontecer? Que merda de dia!

Eu não sei o que está acontecendo comigo, eu acabo de perder a única pessoa que.. Eu não acredito! Quando isso aconteceu? Quando passei a.. não pode ser. Se fosse eu nao estaria assim. Não estaria na merda. Não é isso que eu esperava sentir. Eu..

" até que enfim sacou! "

Essa vozinha denovo. Eu estou ficando louca.. É isso eu estou completamente maluca!

" Qual é mesmo o nome da sua loucura? Ah, sim é Christopher, não é Beatriz? O que foi? Não está feliz com o seu primeiro amor?"

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Where stories live. Discover now