Capítulo 17.

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[*Notas da autora: Tantos comentários e votos, assim sim! *_* obrigado gente*]

POV Rose

Rose, tu acabaste de beijar o teu patrão bipolar, misterioso e incrivelmente giro. E agora?

Assim que separamos os nossos lábios, como não seria de esperar outra coisa, as minhas bochechas tingiram-se automaticamente de uma cor rosada odiosa. Eu queria dizer alguma coisa sexy ou algo do género, mas não sei se é de estar destreinada nestas andanças do flirt ou se simplesmente emburreci do todo, porque quando abri a boca para falar saiu nada mais nada menos do que esta frase:

- Se soubesse que ia ser assim, tinha dito que gostava de ananás mais cedo.

Raios, Rose, será que pensar antes de falar não será uma ideia interessante?

Zayn riu e envolveu-me nos seus braços compridos, encaixando o rosto na curva do meu pescoço e inspirando profundamente. Senti-me arrepiar com o gesto e mesmo sem conseguir ver o seu rosto, sabia que ele estava a sorrir com isso. Enerva-me ser tão transparente: arranjo sempre maneira de me denunciar, mesmo contra vontade.

- Está a ficar tarde. – Disse ele, pegando-me na mão e conduzindo-me para o carro.

            Subitamente uma ideia passou-me pela cabeça e fiquei parada no meio do caminho, de olhos arregalados.

            - Rose? – Perguntou ele, confuso.

            Oh deus.

            - Zayn…a tua namorada? – Perguntei, trincando o lábio nervosamente. Eu não me acredito que acabei de beijar alguém comprometido! Isso faz de mim uma pessoa ainda mais horrível do que já era. Assim que proferi a minha pergunta ele começou a rir-se, o que não me agradou minimamente. Ainda faz pouco da pobre mocinha?!

            - Sua tonta, a Susan não é minha namorada.

Oh. Estou a gostar, conta mais…

- É uma amiga de infância.

Eu sorri timidamente, envergonhada com a situação.

- Achas que eu sou o tipo de pessoa que faria uma coisa dessas? - Perguntou ele, em tom de brincadeira.

Essa pergunta agitou algo dentro de mim: eu queria responder que não, que ele não é esse tipo de pessoa, mas eu não faço a mínima ideia do tipo de pessoa que ele é. Além da questão dos ananases, eu pouco mais sei sobre ele, e isso assusta-me. Não é ele que me assusta, mas antes o facto de eu não saber nada sobre ele, e ainda assim sentir-me tão confiante de que ele é uma pessoa maravilhosa. Uma pessoa maravilhosa que, no final, eu vou ter de arrumar da minha vida, como as restantes.

É como uma espécie de amnésia no coração, da qual eu estou brutalmente consciente e contra a qual não posso fazer nada; porque sou assim desde que me lembro e duvido que vá mudar algum dia.

- Não, não acho. - Respondi secamente ao fim dos meus devaneios. - É só que eu ainda não descobri o tipo de pessoa que és.

E nesse momento eu soube que, de uma forma estranha, quase sobrenatural, ele conseguia compreender os meus pensamentos acerca da nossa repentina aproximação. Senti-me como se estivesse completamente exposta, totalmente acessível em todas as partes da minha mente, e desviei o olhar, entrando no carro. Pareceu-me ouvi-lo sussurrar "Talvez não devas”, mas não tenho a certeza.

O resto do caminho foi passado em silêncio, comigo perdida nos meus pensamentos e com ele concentrado na estrada, quem sabe também perdido nos pensamentos dele.

Love WingsWhere stories live. Discover now