Capítulo 24.

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POV Tris

- Algumas horas atrás-

Borhan abriu lentamente os olhos e eu escondi-me atrás de uma cadeira, com a frigideira em riste, não fosse ele decidir vingar-se e aí eu teria de recorrer à minha arma anti-aderente de novo.

- Não te aproximes! - Gritei, agitando a frigideira no ar, ao ver que ele se erguia desajeitadamente.

Ele piscou os olhos sucessivamente e olhou-me com uma expressão confusa. Oh deus, perdeu o juízo. Eu enlouqueci o homem, no pior sentido da palavra.

- Quem és tu?

Oh diabo.

- Hmm sou a Tris. - Respondi, a medo, enquanto ele levava a mão à cabeça.

- És a minha namorada?

O quê?!

- Meu deus, não!

- Podias, és muito bonita. - Respondeu ele, fazendo-me corar. - Onde estamos? E por que é que me doi a cabeça?!

- Estamos em casa do teu meio-irmão e dói-te a cabeça porque eu te bati com uma frigideira. - Expliquei sucintamente, aproximando-me para verificar os danos (além dos não visíveis, é claro). - Senta-te e deixa-me ver como estás.

Ele obedeceu e eu peguei num saco de gelo, aplicando com cuidado.

-Ai! Isso dói! Porque raio é que me bateste com uma frigideira?! - Queixou-se, tentando afastar-me.

- Pára quieto! - Protestei, sentindo-me nervosa com a proximidade a que estamos. - Estavas a pedi-las, gosto pouco de atrevimentos.

Ele riu e a sua gargalhada rouca provocou-me uma sensação agradável na barriga.

- Eu beijei-te? - Perguntou, entre risos.

"E não só." Pensei, recordando a sensação da mão dele a passar por baixo da t-shirt que Zayn me emprestou. Senti as bochechas a arder e tentei disfarçar o facto de estar tão perturbada com toda esta situação.

- Não interessa!

Ele ergueu o rosto, ficando com os lábios perigosamente perto dos meus.

- Eu não me importava de levar com uma frigideira mais vezes se isso significasse que antes te teria beijado.

O meu estômago encheu-se de pequenas borboletas saltitantes e afastei-me rapidamente.

- Borhan!

- É pena não me lembrar de como foi. Podes ajudar-me? - Perguntou ele com um sorriso maroto capaz de prender a respiração a qualquer uma.

- Eu juro que te acerto outra vez! - Ameacei, procurando manter a postura. - Acho que devíamos levar-te ao médico. Ou então... espera um pouco.

Levei a mão ao bolso à procura do telemóvel mas depois lembrei-me que neste momento ele está no fundo do aquário da sala.

- Empresta-me o teu telemóvel. - Ordenei.

Borhan apalpou os bolsos do casaco, e depois de um breve ataque de pânico ao deparar-se com a arma - eu tive de lhe dizer que ele trabalha na polícia, o que é um bocado irónico - lá acabou por me estender o telemóvel. Digitei rapidamente o número de Liam, uma vez que ele é médico, e assim que atendeu eu expus rapidamente a situação:

- Olá Liam. Supondo que, hipoteticamente, alguém acerta com uma frigideira na cabeça de outro alguém, e esse alguém, hipoteticamente, perde a memória. O que seria medicamente aconselhável nesta situação hipotética? - Consegui ouvir um suspiro abafado do outro lado.

Love WingsWhere stories live. Discover now