POV Tris
- Algumas horas atrás-
Borhan abriu lentamente os olhos e eu escondi-me atrás de uma cadeira, com a frigideira em riste, não fosse ele decidir vingar-se e aí eu teria de recorrer à minha arma anti-aderente de novo.
- Não te aproximes! - Gritei, agitando a frigideira no ar, ao ver que ele se erguia desajeitadamente.
Ele piscou os olhos sucessivamente e olhou-me com uma expressão confusa. Oh deus, perdeu o juízo. Eu enlouqueci o homem, no pior sentido da palavra.
- Quem és tu?
Oh diabo.
- Hmm sou a Tris. - Respondi, a medo, enquanto ele levava a mão à cabeça.
- És a minha namorada?
O quê?!
- Meu deus, não!
- Podias, és muito bonita. - Respondeu ele, fazendo-me corar. - Onde estamos? E por que é que me doi a cabeça?!
- Estamos em casa do teu meio-irmão e dói-te a cabeça porque eu te bati com uma frigideira. - Expliquei sucintamente, aproximando-me para verificar os danos (além dos não visíveis, é claro). - Senta-te e deixa-me ver como estás.
Ele obedeceu e eu peguei num saco de gelo, aplicando com cuidado.
-Ai! Isso dói! Porque raio é que me bateste com uma frigideira?! - Queixou-se, tentando afastar-me.
- Pára quieto! - Protestei, sentindo-me nervosa com a proximidade a que estamos. - Estavas a pedi-las, gosto pouco de atrevimentos.
Ele riu e a sua gargalhada rouca provocou-me uma sensação agradável na barriga.
- Eu beijei-te? - Perguntou, entre risos.
"E não só." Pensei, recordando a sensação da mão dele a passar por baixo da t-shirt que Zayn me emprestou. Senti as bochechas a arder e tentei disfarçar o facto de estar tão perturbada com toda esta situação.
- Não interessa!
Ele ergueu o rosto, ficando com os lábios perigosamente perto dos meus.
- Eu não me importava de levar com uma frigideira mais vezes se isso significasse que antes te teria beijado.
O meu estômago encheu-se de pequenas borboletas saltitantes e afastei-me rapidamente.
- Borhan!
- É pena não me lembrar de como foi. Podes ajudar-me? - Perguntou ele com um sorriso maroto capaz de prender a respiração a qualquer uma.
- Eu juro que te acerto outra vez! - Ameacei, procurando manter a postura. - Acho que devíamos levar-te ao médico. Ou então... espera um pouco.
Levei a mão ao bolso à procura do telemóvel mas depois lembrei-me que neste momento ele está no fundo do aquário da sala.
- Empresta-me o teu telemóvel. - Ordenei.
Borhan apalpou os bolsos do casaco, e depois de um breve ataque de pânico ao deparar-se com a arma - eu tive de lhe dizer que ele trabalha na polícia, o que é um bocado irónico - lá acabou por me estender o telemóvel. Digitei rapidamente o número de Liam, uma vez que ele é médico, e assim que atendeu eu expus rapidamente a situação:
- Olá Liam. Supondo que, hipoteticamente, alguém acerta com uma frigideira na cabeça de outro alguém, e esse alguém, hipoteticamente, perde a memória. O que seria medicamente aconselhável nesta situação hipotética? - Consegui ouvir um suspiro abafado do outro lado.
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Love Wings
Romance"Diz-se que no amor, quando mais se dá, mais tem para se dar. Mas eu nunca tive nada para dar a ninguém. Às vezes eu chego mesmo a pensar que no lugar do coração, eu não tenho coisa nenhuma, ou talvez um pássaro. Porque é assim que eu me sinto por d...