Capítulo 21

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(Alguns dias depois)

- Zazza, porque estás a sorrir? – Perguntou Emma numa sexta-feira à noite enquanto víamos o Dumbo pela milionésima vez.

- Eu? – Perguntei embaraçado, desviando o olhar da televisão. 

- Sim, tu. Antes eras como o tio patinhas, sorrias poucas vezes, mas agora pareces o gato da Alice do país das maravilhas! – Disse ela, fazendo-me arregalar os olhos. – Zayn Malik, alguém te deu um autocolante e tu não me contaste?!

Oh meu deus, desde quando é que a minha pequena é tão atenta?

- É a menina do quadro do pássaro, não é? – Perguntou Emma, fazendo com que a minha boca se abrisse de espanto.

Bom. Ela não deixa de ter a sua razão: não tenho estado muito com a Rose nestes últimos dias pois ela está a tratar de pôr em ordem umas reuniões que teremos em Paris daqui a umas semanas, enquanto eu tenho passado a maior parte do tempo em conferências, mas ainda assim, a todo o momento dou por mim a pensar nela.

- Não sei de onde tiraste essa ideia tonta, Emma, eu não…

O telemóvel tocou e eu atendi de imediato, salvando-me da conversa constrangedora.

- Menino Zayn?

- Dona Leila, olá!

- Eu estou a ligar porque amanhã não poderei ir buscar a Emma ao infantário, e sei que tem uma reunião e…

- Eu posso falar com a Susan. – Respondi.

- Eu já falei com ela e a Susan tem de sair mais cedo, mas eu conheço uma…

- Não.

- Menino, ouça...

- Não. – Repeti de forma rude, arrependendo-me de seguida. – Desculpe, Leila, é só que eu não quero deixá-la com alguém que não conheço.

- Meu querido, eu garanto-lhe que é uma pessoa da minha inteira confiança, eu trabalho para si há anos e cuido da Emma desde que nasceu, acha que eu a poria em risco?!

            Eu suspirei pesadamente. Tenho a certeza que não, mas mesmo assim eu não consigo sequer pensar nisso.

- Dona Leila eu…

- Zayn, por favor. Eu garanto-lhe que ela é de confiança, é minha sobrinha.

            Parei durante uns segundos e finalmente respondi:

- Está combinado.

- Eu prometo que vai correr tudo bem.

- Assim espero.

*

Andei o dia todo numa pilha de nervos e agora, a caminho de casa, fiz uma nota mental para mais tarde ligar a Rose para compensá-la pelo meu mau humor do dia de hoje. Ela realmente não merece levar por tabela de cada vez que eu estou enervado ou nervoso e tenho de saber lidar melhor com isso.

            - Emma, cheguei! – Gritei assim que entrei em casa, respirando de alívio quando a vi correr para os meus braços… Mas algo está errado. Ela fez um gesto com as mãos e eu entendi de imediato que estava demasiado assustada para falar. O meu coração disparou e ela apontou para a porta da sala, pelo que me aproximei e vi que estava trancada. Rodei a chave e entrei, abrindo a boca de espanto.

*

POV TRIS

(algumas horas atrás)

Love WingsWhere stories live. Discover now