capítulo 39.

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POV Tris

- Tris, por amor de deus, senta-te!

            Lancei um olhar carrancudo ao Zayn e foi o suficiente para ele não voltar a repetir a sugestão. Ninguém se senta depois de um “eu também te amo”, especialmente se o sujeito de tal afeição estiver gravemente ferido.

            - Tris, devias comer algo.

            - Ele disse que também me ama.

 Tenho consciência que é a única coisa que consigo responder desde que entramos no hospital: eu não quero comer, eu quero vê-lo e agradecer-lhe, só isso. Dizem que o amor não se agradece, mas de tudo aquilo que eu estou a sentir neste momento, a gratidão é o que se destaca. Da mesma forma que agradeço quando me abrem uma porta para entrar, também sinto que devo agradecer quando me abrem o coração: não há gesto mais valioso que esse, o de dar licença ao amor.

Os médicos andam numa correria louca e por mais que eu implore por informações, elas nunca são suficientes: ao que parece ele ainda está inconsciente e estão a fazer uma série de exames para perceber a extensão dos danos. A preocupação neste momento é com possíveis lesões internas, e por isso ainda temos de aguardar mais algum tempo.

- Onde é que ele está?!

A voz da Tinna soou no corredor e isso despertou-me da espécie de entorpecimento em que me encontro desde que cheguei.

- Tinna?! O que estás aqui a fazer?! - Todos olharam para mim com uma expressão incrédula e só depois é que percebi: não importa o quanto ele me ama, ela continua a ser namorada dele.

- A questão é: o que é que TU estás aqui a fazer. - Disparou ela, parando à minha frente.

- Tris? Está tudo bem? Estiveste a chorar? - Oh não. Louis. Eu não estou mesmo pronta para pensar nisto agora, eu só quero vê-lo. E agradecer-lhe. Só isso. E possivelmente dizer-lhe que tem de acabar com a cobra e ficar comigo para sempre… só isso.

- Está tudo bem eu só… espera lá, vocês vieram juntos?!

Algo me está a escapar aqui, mas antes que pudesse pensar nisso a enfermeira aproximou-se de mim:

- Mr. Borhan já está no quarto, a senhora é a namorada, certo?

- Sim. - Respondi sem hesitar, sabendo que de outra forma nunca me deixariam entrar primeiro.

- DESCULPA?! - As vozes de Louis e Tinna rebentaram nos meus ouvidos mas apressei o passo pelos corredores antes que eles pudessem começar uma discussão.

- É uma coisa recente… - Justifiquei-me à enfermeira, que os repreendeu pelo barulho antes de me alcançar no caminho.

- O seu nome é Beatriz? - Perguntou ela, desconfiada.

- É Beatrice, mas como é que…

- Ele não parou de chamar por uma tal de “Bea” desde que acordou. - Ela sorriu calorosamente e apetece-me abraçá-la de tão grande que é a minha felicidade.

- Como é que ele está? - Perguntei, receosa, seguindo-a até ao quarto.

- Felizmente não há danos graves, apenas alguns cortes exteriores e algumas contusões, mas nada que uns bons dias de descanso não resolvam.

- Bea... - Uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar despertou a minha atenção e atravessei o quarto rapidamente até alcançar a cama onde ele está deitado. Apesar do rosto coberto de cortes, continua a ser absurdamente belo e sinto a habitual corrente eléctrica a atravessar o meu corpo assim que me aproximo.

Love WingsWhere stories live. Discover now