Capítulo 33

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POV Borhan

- A Tris vai à frente. – Ordenei, ajudando-a a entrar para o carro com alguma dificuldade. 

- Eu posso fazer isso sozinha, obrigado. – Respondeu rudemente, afastando-me com brusquidão.

Criaturinha orgulhosa.

Assim que consegui enfiá-la no banco, rodei a chave na ignição, fazendo o motor arrancar e ligando o rádio automaticamente. No preciso momento em que o fiz arrependi-me de morte:

“…Agora se que la tierra es el cielo, te quiero, te quiero…”

Um coro de risos encheu o carro e eu amaldiçoei-me baixinho por não me ter lembrado desta merda antes.

            - Hmm… amor, o que é isto? – Perguntou Tinna, fazendo com que Tris ainda se risse mais, entrecortando as gargalhas com gemidos de dor.

            - Foi a Emma! Eu tive de a levar ao infantário ontem e ela trouxe o CD da Violeta com ela! – Justifiquei, num misto de irritação e embaraço.

            - Admite que tens uma paixão secreta por esse tipo de música! – Provocou Tris, reprimindo uma gargalhada devido às dores.

            - Queres ir a pé?! – Respondi, voltando o rosto na direção dela. Embora esteja a divertir-se com a minha situação ridícula, ela está pálida e em sofrimento, o que não me agrada nem um pouco.

            - E não ter de te ouvir o caminho todo?! Era perfeito! Só que espera…oh, pois! A tua namorada partiu-me um pé!

            - NÃO PARTI COISA NENHUMA! – Guinchou Tinna do banco de trás, esticando-se para alcançar Tris e instalando uma confusão enorme no carro, mas felizmente o Louis segurou-a.

            - Vocês conhecem-se?! Parecem odiar-se! – Constatou Louis, ainda segurando a piranha loira.

            - Tivemos um breve encontro em casa do Zayn, nada agradável. – Explicou ela, cruzando os braços sobre o peito.

            - Não disseste isso nas noites que se seguiram. – Sussurrei rispidamente para que só ela ouvisse, o que a fez corar.

            - Imbecil.

            - Parva.

            - Como te sentes Tris? – Interrompeu Louis, curvando-se sobre o banco.

            - Mal, não vês?! – Protestou ela, trincando o lábio subtilmente. Raios, por que é que tem de ser tão linda?!

            - Bom, já falta pouco para chegarmos.

Ai Bea, Bea, Bea, só te metes em trabalhos.

*

Suspirei pesadamente e enfiei as mãos nos bolsos para disfarçar o nervosismo. Eu juro que estou capaz de matar a Tinna das formas mais macabras que me lembro e estou a precisar de todo o meu autocontrolo para não pôr o Louis daqui para fora. Ele é tão atencioso que até mete nojo, não admira que ela o queira ter por perto... ela, ela, ela, sempre ela, desde quando é que eu  me importo?! Mas a verdade é que no momento em que a vi cair, o meu primeiro instinto foi correr até junto dela para garantir que estava tudo bem. Depois pensei em Louis e em como é ele que deve ter esse papel, o de zelar pelo bem de Tris, e resolvi não me envolver muito... e aqui estou eu.

- Borhan, vamos para casa. Para minha casa. - Pedinchou sugestivamente Tinna, falando-me ao ouvido.

- Não podemos, temos de levar o Louis e a Tris a casa. - Justifiquei, evitando dizer que eu não sairia daqui nem a troco de dinheiro sem saber algo de Tris primeiro. - Espera aqui, vou ao Mc Donalds que passamos à vinda buscar algo para nós os três jantarmos. Até já.

Love WingsWhere stories live. Discover now