Capítulo 29.

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POV Rose

- Ainda de noite em Paris-

Senti o coração apertar e libertei-me rapidamente dos braços de Zayn, atingindo-o no peito uma e outra vez com os punhos cerrados.

- Tu prometeste! - Berrei, lutando contra as lágrimas. - Tu prometeste que não ias fazê-lo! Tu prometeste, Zayn! Agora quando esta sensação passar, eu vou ter de mandar-te embora da minha vida porque eu não vou conseguir corresponder…agora eu sinto-me assim mas depois isto vai passar e eu… PORRA, ZAYN! Eu não quero magoar-te! Tu devias ter-te afastado! Eu sou como o Eduardo-mãos-de-tesoura, tudo que tento agarrar acabo por desfazer, mesmo sem ser a minha vontade, mas isto sou eu! Eu sou um monstro com coração de gelo e devia fechar-me num sótão para não magoar mais pessoas como tu e…

Ele agarrou-me os pulsos com força, calando-me com um beijo, e nesse momento eu deixei as lágrimas escorrer pelo meu rosto livremente.

- Rose, olha para mim. - Zayn estendeu a mão, limpando-me as lágrimas carinhosamente, e encostou a testa à minha, sorrindo. - “Seria um privilégio ter o meu coração partido por ti”.

Eu ri fracamente ao ouvi-lo citar John Green mais uma vez, e deixei que ele me envolvesse com os braços, encostando a cabeça no seu peito.

- Rose, tu avisaste-me, agora eu estou por minha conta e risco: se quero sujeitar-me a ser magoado ou não, cabe-me somente a mim decidir, não a ti. - Disse ele calmamente, mexendo no meu cabelo. - Além disso, eu não vou exigir-te nada.

Eu olhei para ele, confusa. Como assim? Uma pessoa quando ama exige sempre.

- Não vou prometer-te um final feliz: não vou dizer-te que vou ser o responsável por colar os teus pedaços partidos, muito menos vou fazer com que penses que venho na intenção de te fazer ganhar vontade de ficar onde quer que seja. Tu não pertences a ninguém, Rose, e eu sei disso melhor que ninguém. - O meu coração encheu-se de uma sensação estranha, quase como se eu não gostasse de ouvi-lo dizer aquilo. Um nervoso miudinho percorreu o meu corpo ao aperceber-me que preferia que ele tivesse dito que eu lhe pertencia. - Eu…deixa-me só andar por perto, sim? Sem promessas, sem exigências… Eu só… diz-me o que sentes.

Eu apertei mais os braços em torno do seu corpo e enterrei o rosto na curva do pescoço dele, inspirando profundamente.

- Eu sinto-me esquisita, Zayn. - Confessei, sem saber o que dizer. Suspirei pesadamente e levantei-me, enrolando-me no lençol e dirigindo-me à janela, ficando de costas para ele. - Na maior parte do tempo, quando estás perto, sinto-me como se estivesse a haver uma festa de drum’n’base de borboletas no meu estômago. Mas eu não sei se isto é amor. Eu nunca o senti, por isso como posso ter a certeza que é isto?! E se não for? E se amanhã passar?! Eu não aguento, Zayn, eu não aguento a ideia de te magoar, e também a ideia de ficar vazia de novo…Eu acho que tu não vais ser capaz de colar os meus pedaços partidos, como disseste, mas fazes-me esquecê-los quando estou contigo. Eu sinto-me explosiva, como se estivesse a deixar de caber em mim mesma, e ao mesmo tempo serena, porque a tua presença acalma-me. Sinto-me leve, capaz de voar só com um sopro, mas não quero fazê-lo…bom, ok, eu quero, mas não sozinha… eu acho…eu quero que sejas as minhas asas. Eu não gosto de pontes, tu sabes, não gosto de exigências e promessas…mas no meio disto tudo, neste momento, eu sinto que…eu acho…eu sou um bocadinho tua, percebes? - Ele remexeu-se na cama mas eu permaneci de frente para a janela. - E esse bocadinho meu que tu me roubaste…não dá para construir uma ponte forte, mas dá para nos ligar por um fiozinho… Eu não sei se amanhã ele se vai romper, ou se vamos juntar mais e mais fios até fazer uma corda e…tu sabes que as coisas funcionam melhor na minha cabeça quando eu faço metáforas, por isso deixa-me continuar!

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