Capítulo 4

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Pov. Kevin

De repente a porta do meu escritório, abre com tanta força que se chocou contra a parede, produzindo um estrondo, me deixando ver uma mulher... Por Deus, a minha primeira impressão foi que ela estava muito desleixada para ter uma entrevista comigo, sem dúvida muito desagradável. Era como falar com um vagabundo, mas eu devo admitir que, seu rosto, era parecido com o de um anjo.

Meus pensamentos se passaram por alguns minutos e a voz da minha consciência se silenciou para escutar a voz daquela mulher.

- “Senhor Lusiack” - ela disse em um tom desesperado. - “Lamento muito ter entrado dessa forma no seu local de trabalho, mas realmente preciso que me escute, necessito dessa entrevista, para que você entenda sobre a minha instituição. Por favor eu te suplico.”

Sua voz era estridente e aguda. De baixo dessa roupa horrorosa certamente se encontrava uma linda mulher.

Mas o que eu estou pensando?

- “Não me suplique senhorita porque eu não penso em entrevistar você, já que o seu horário acabou faz...” - eu olho para o meu relógio. - “Quinze minutos, por favor se retire ou vou chamar a segurança.”

Eu olhei para a garota. Os seus olhos era uma mistura rara entre azul e verde, mas muito opacos, como se houvesse uma profunda tristeza neles.

Fica calado Lusiack!

- “Senhor Lusiack eu te imploro, não posso falhar com as minhas meninas, elas precisam de mim.” - ela argumentou quase a ponto de chorar e notei um choro sincero, não era como o de minha mãe.

Me lembrei do projeto, aquele que era muito bem feito, o melhor de todos com certeza.

- “Pensasse nisso antes, senhorita” - eu respondo. - “Agora se me desculpar, eu tenho muito trabalho. Se retire por favor.”

- “Senhor uma das minhas meninas se acidentou e tive que cuidar dela, eu te suplico. Nunca chego tarde em nenhum dos meus compromissos. Por favor!” - ela implora juntando suas mãos.

Seus olhos sem dúvida são diferentes, mas eu não posso de olhar para a sua roupa. Deus é horrorosa!

Penso que eu poderia me divertir um tempo com ela. Por que não?

Sinceramente sua expressão triste não me comove.

- “De acordo, sente-se senhorita.”

Ela esboça um lindo sorriso de agradecimento e se senta na cadeira a minha frente. Esse vestido me lembra um que a minha avó costumava usar quando ela estava grávida do meu pai...asqueroso. Como toda roupa de grávida.

- “Me diga senhorita” - eu rio. - “Quem redigiu o projeto?”

- “Eu mesma fiz, senhor Lusiack” - ela afirma com segurança. - “Eu cuido de tudo relacionado a minha organização.”

- “Devo dizer” - eu a olho de cima para baixo. “Que está muito bem redigido, isso eu não posso negar.”

- “Obrigada” - ela volta a me dar um de seus brilhantes sorrisos. - “O senhor quer que eu comente sobre a nossa participação em diferentes âmbitos internacionais?”

Oh não querida, você não vai comandar isso, claro que não.

- “Me diz senhorita, essa roupa que você está vestindo” - eu sinalizo fazendo com que ela olhe para si mesmo. - “Você acha que essa roupa é adequada para vir até a minha empresa, inclusive para falar comigo?”

Agora sim, ela sairá fugindo.

Ela duvida por um momento e responde.

- “Você acha que eu me importo com o que você pensa da minha roupa?” - ela diz sem medo. - “Eu não venho até aqui por mim, e sim pela organização eu dirijo para ajudar as mães solteiras. Não importo com o que você pensa sobre o meu aspecto, eu só preciso que você deixe de ser tão arrogante por um minuto e me escute.”

Essa mulher desagradável me chamou de arrogante?

Claro que sim e devo dizer que ela parece furiosa. O ruim é que eu gostei disso, eu gostei muito como a palavra arrogante saiu da sua boca, a qual é preciosa.

- “Parece que você não se interessa com a minha opinião, posso ver, mas precisa de mim para financiar sua organização... curioso. Você acha que eu teria pessoas trabalhando para mim, vestida dessa maneira?”

- “Estou segura, senhor” - ela diz com a sua arrogância. - “Que você não conta com pessoas tão eficientes como eu.”

- “Que modesta você, senhorita...”

- “Lopez, meu sobrenome é Lopez.”

- “Você é latina?”

- “Sim senhor” - ela adquire um olhar mais sério. - “Mas acho que esse não é o objetivo da entrevista.”

- “Sou eu que comando essa entrevista senhorita Lopez, por tanto, perguntarei o que eu tiver vontade, entendido?”

- “Sim.”

Chamo a minha secretária para me traga dois cafés. Começamos a falar mais tranqui-los, me conta sobre um monte de merda da sua organização. Tenho que reconhecer que ela é uma mulher inteligente, uma mulher que sabe perfeitamente do que fala, uma mulher com estudos. Sem dúvida, se ela criou esse projeto, ela tem no mínimo um estudo universitário.

- “Que estudos você possui, senhorita?”

- “Sou licenciada em Recursos humanos senhor, possuo doutorado em ciências humanas e sou professora na universidade de Oxford, mas pelo momento conto com uma licença.”

Merda! Sem dúvida é uma mulher muito preparada, qualificada e... Oxford, que loucura!

- “Como é que você terminou trabalhando para ajudar essas mulheres, senhorita Lopez? Vejo que é uma mulher preparada, que tem muito conhecimento. Realmente estou muito curioso.”

- “Senhor, o que posso dizer?” - ela olha os seus dedos entrelaçados no seu colo. - “Todos temos paixões, a minha é ajudar os outros.”

Podia perceber que ela escondia algo e isso estava me matando, eu queria...queria saber. Havia algo em seu olhar, uma tristeza que me enchia de mil perguntas de uma vez.

- “Bom senhorita, vou ser franco. Eu já escolhi o projeto que me pareceu mais conveniente, antes da sua chegada” - eu noto a sua tristeza. - “Mas sem dúvida acho que você é a mais competente, está melhor qualificada para dirigir, não só o dinheiro que entregarei, senão tudo o que o que convém na propaganda do projeto em meu espaço de notícias."

- “Senhor” - ela sorriu de uma maneira espetacular. - “Obrigada! Isso significa muito para as minhas garotas, elas realmente precisam disso.”

- “Amanhã a minha assistente vai te ligar e marcar nos uma reunião mais formal para combinar alguns detalhes e assinar o convênio.”

- “De acordo, senhor Lusiack” - ela levantou de sua cadeira e esticou a mão para um cumprimento amistoso.

- “Acho que agora podemos nos apresentar formalmente. Você não acha?”

- “Claro que sim” - notei um tom duvidoso. - “Meu nome é Bianca Lopez.”

- “Bom, bem vinda Bianca. Meu nome é Kevin. Kevin Lusiack.”

Nós cumprimentamos apertando as mãos e quando a minha mão tocou a sua, um eletricidade que passou por todo meu corpo. Quando ela retirou sua mão, eu me senti vazio.

Ela se despede com um sorriso, um muito contagioso porque comecei a sorrir como um bobo.

Sem dúvida Bianca Lopez será a minha próxima conquista!

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora