Capítulo 6

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Pov. Bianca

Esse homem é um idiota com todas as letras. Primeiro ele me faz ir às pressas até aquele horroroso lugar e depois me irrita tentando fazer eu me sentir mal com a minha cultura.

E o pior foi que ele me tirou do projeto, mesmo precisando do dinheiro não posso permitir que ele insulte as mulheres. Minha luta vai mais além de ajudar as mães solteiras e sim ajudar o meu gênero, mostrar que somos mais fortes do que aparentamos e que nenhum homem pode vir nos rebaixar nem mesmo com um olhar.

No que eu estava pensando?

Quando conheci ele me dei conta de que não seria fácil estar com ele nem dois minutos juntos no mesmo lugar, ele é tão arrogante e cruel, depreciativo e prepotente, todo ao contrário de mim. Mas mesmo depois de toda essa merda, não consigo parar de pensar naqueles olhos azuis brilhantes, que podia iluminar o caminho no meio da penumbra.

Não consigo parar de pensar nos seus olhos. Preciso arrumar um jeito de conseguir o dinheiro para dar início aos novos pavilhões para as meninas. Cada vez são mais e preciso realmente preciso ajudá-las.

Agora eu já não posso contar com o dinheiro desse homem mal nascido, preciso de uma ideia e rápido.

O que eu vou dizer para as meninas?... Elas estavam tão contentes.

Eu deveria voltar e sacrificar o pouco do orgulho que ainda me resta e suplicar por clemência. Mas o meu coração me diz que eu fiz foi o que é certo, esse homem precisa aprender que não pode passar por cima das pessoas.

Pego um táxi e vou em direção ao Centro de Apoio para Mães Solteiras.

Me encontro com Celina, a minha secretária a qual tem uma cara de pena, o que me chamou a atenção já que ela sempre foi uma menina sorridente.

- "Bianca, o senhor Lusiack ligou, parece que ele não irá mais nos patrocinar. O que foi que aconteceu?"

Que maravilha! Agora eu tenho que dar explicações e nem sei por onde começar!

- "Por favor Celina, chame as meninas e peça para elas irem para a sala de conferências, eu preciso conversar com elas."

- "A maioria já foi se deitar com os seus filhos Bianca, é melhor deixar para amanhã."

- "Sim, você tem razão."

[...]

Algumas horas depois eu estava deitada em minha cama, pensando em tudo o que a vida colocou em meu caminho e que não tive cuidado o suficiente. As advertências, os maus momentos que eu tenho passado desde que eu tenho dezesseis anos. Talvez isso que eu esteja passando agora seja um castigo divino por causas das más decisões que eu tenho tomado. Certamente eu não mereço uma oportunidade tão boa.

Eu só posso tentar ajudar essas mulheres que tem sido muito  corajosas, muito mais do que eu tenho sido.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, humidecendo as minhas bochechas. Não passa uma noite que eu não chore desolada, pego o meu mp3 e me afogo nas palavras que saem dos meus fones de ouvidos.

É como uma terapia para mim.

Depois daquela terrível decisão eu sabia muito bem que eu não merecia ter sido feliz, ainda que de alguma forma ajudando essas meninas me deixa feliz, mas desde os meus dezesseis anos eu nunca me permiti desfrutar de um momento que me pertencia, somente nos êxitos de outras pessoas.

Não sou feliz.

Uma pessoa que passa a maior parte da sua vida chorando não é feliz.

Dizem que o tempo cura, mas a cada dia que passa eu estou mais e mais quebrada.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Where stories live. Discover now