Capítulo 32

2.3K 193 7
                                    

Pov. Kevin

- "Interrompo?"

Maldito seja, era o que me faltava. se eu pensava que Henry Payne era insuportável, eu estava errado. Este sujeito é ainda mais.

- "Na verdade, sim..."

- "Calado filho!"

Filho da...

- "Não posso acreditar que eu tive que deixar a minha agenda apertada, para vir solucionar sua vida amorosa. Você está doente da cabeça?"

- "Pode ir pai, pode ir se deitar com uma das suas melhores amantes. Deixa de se meter em minha vida."

- "Não deixarei de fazer se isso implica a minha empresa. Como te ocorreu criar outro plano de benefício? Você está doente? Por acaso não conhece os custos? Isso vai nos custar uma fortuna!"

- "Temos dinheiro o suficiente para fazer isso, aliás isso deixará uma boa imagem para a empresa."

- "Você não fará isso, só sobre o meu cadáver."

Ele foi até o pequeno bar e tomou um gole de whisky, se sentou em uma cadeira. Olhei para Bianca e me encontrei com um olhar preocupado. Céus, eu não queria que ela passasse por isso, sabia que o cretino do meu pai a culparia por eu ter tomado essa decisão inesperada.

- "Devo imaginar que essa é a senhorita Bianca Payne?"

- "Lopez, senhor."

Bianca estava preocupada, mas por nada nesse mundo eu deixaria o meu pai a rebaixar ou a intimidar.

- "Finalmente que eu volto a te ver, só que agora com outro sobrenome, o sobrenome de sua mãe, uma pena que você não seja tão fina como ela. Ela é uma dama."

Isso era tudo, Bianca era a minha Esperança e eu não deixaria que ninguém, inclusive o meu pai a machucasse.

- "Pai, vai embora, eu vou solucionar tudo. E por favor se dirija a Bianca com respeito, ela é a minha namorada."

Os olhos do meu pai se arregalaram e sua fúria cresceu. Por que ninguém queria me ver com ela?

- "Espero que essa seja uma brincadeira de muito mal gosto, Kevin."

- "Sabe que eu não sou um homem de brincar."

- "Você se dá conta do que está me dizendo Kevin? Sabe quanto dinheiro eu investi em você? Para que agora você venha me dizer que perderá tudo por essa mulher."

- "Eu não sou um investimento pai, eu sou o seu filho!"

- "Um filho muito idiota pelo que eu vejo. E você uma mulher muito rápida!"

Bianca estava ali quieta, como se estivesse esperando que tudo de mal acontecesse. Eu iria descobrir os seus segredos agora? O que mais podia haver além de seu vício no álcool e nas drogas?

- "Eu só te digo uma coisa filho: Você não fará Esse contrato de benefício, estamos perdendo milhares por causa desse estúpido centro de ajuda mulheres, para que venha gastar mais com essas pessoas esfarrapadas que não sabem o que fazer das suas vidas."

Bianca começou a chorar desesperadamente e a minha alma se encheu de tristeza nesse instante. Me doía muito por ela ter que passar por toda essa merda, me doía por causa coisa que ela teve que passar sozinha, me doía toda a sua dor.

- "Bianca Payne. Quanto tempo você vai continuar escondendo a verdade? Você não acha que o meu filho merece saber da verdade?"

Suas palavras pareciam presas em sua garganta. Ela queria falar mas parece que não conseguia emitir um som.

- "Pai ,para, deixa ela em paz."

- "Nenhum filho meu vai estar com uma mulher alcoólatra, drogada e libertina. Você me escutou? E se pretender continuar com isso, eu te deserdo. Você vai perder tudo."

- "Então vou perder tudo."

- "Não!"

A voz vinda do canto da sala ecoou por todo o escritório. Bianca já podia falar e parece que ela estava se negando a esta comigo aconteça o que acontecer. Eu não queria ouvir o que vinha a seguir.

- "Não senhor Lusiack, não faça isso, ele não sabe o que está dizendo. Nem sequer estamos juntos, só tivemos uma noite..."

- "Não diga isso Bianca, não minta, você me ama."

- "Está vendo filho, ela nem sequer sente a mesma coisa que você."

Não queria admitir mas a minha voz estava quebrada. Por que ela estava negando tudo? os sentimentos que ela havia expressado para mim e agora ela estando negando, está me matando.

- "Pai, eu vou te pedir com educação, por favor vai embora, sai daqui eu preciso conversar com ela."

- "Estou indo, mas lembre-se, se eu souber que você continua com ela, vou te tirar tudo."

Era curioso, porque por mais que eu tivesse tudo, se Bianca não estava comigo eu não tinha nada. Nada.

Fui até ela, uma vez que o meu pai saiu do escritório. Seu choro se intensificou, enquanto a minha consciência não parava de trabalhar. Não queria, não estava disposto a negar tudo o que eu sentia por Bianca.

- "Fica calma."

Segurei o seu queixo e o levantei para que os seus olhos se encontrasse com os meus. Eram azuis, mas estavam vazios.

- "Não...você não entende Kevin, por favor se afaste de mim. Isso é impossível."

- "Bianca por favor não fale isso. Eu daria tudo por você."

- "Eu não quero que você deixe nada por mim, não quero que você faça um sacrifício para ficar comigo. Quero ser digna de você e isso eu nunca vou poder."

- "Você é mais digna do que ninguém."

- "Está chegando hora de você saber de tudo Kevin, sem mais mentiras."

- "Bem, estou pronto para te escutar."

- "Eu vou fazer, mas não agora. Na verdade eu preciso ir, eu te peço."

- "Merda Bianca! Porque esperar? Deus, seja o que for eu te perdôo, Ok?"

- "O problema Kevin, é que eu não me perdôo."

Ela pegou as suas coisas e saiu do meu escritório me deixando esperando que reconsidere e volte pra mim. Mas ela não voltou.

Tão pouco apareceu nos dias seguintes.

Tão pouco foi ao jantar beneficente.

Tão pouco atendeu às minhas ligações.

Eu não soube dele há vários dias, até que o correio deixou uma carta que cheirava a fritas.

Cheirava como Bianca.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Where stories live. Discover now