Capítulo 26

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Pov. Kevin

Não sei o que está me acontecendo essa manhã, mas vir trabalhar hoje de manhã me resultou uma irritação tremenda. Fazia muito tempo que eu não passava um dia tão maravilhoso como o de ontem. Bianca, em tão pouco tempo, soube me mostrar como pode ser bom as pequenas coisas da vida; é curioso como um cara como eu, que tem absolutamente tudo, encontrar em uma cesta de piquenique, um lago e uma mulher bonita, a felicidade plena.

Se meu pai estivesse aqui pensaria que eu sou um tonto, um homem fraco que baba por uma mulher sem posição. Para mim essas coisas já não importam.

Quando se tem levado uma vida tão vazia por tanto tempo, pode encontrar facilmente a luz do sol junto a companhia mais agradável e sincera. E Bianca era meu raio de luz em meio a tanta tempestade, com ela poderia encontrar o caminho de casa, sempre.

- "Olá Mirella, como está?"

Ela fica inspecionando meu estudo sorriso e depois me acompanha com a dela.

- "Esteve com ela, eu sabia. Você morre de amor por essa mulher..."

Meu cenho se franze e a ponho em seu lugar, ela decide se calar de uma vez. Pega o seu tablet e me acompanha até o meu escritório me lembrando as reuniões pendentes.

- "Há, já ia me esquecendo Kevin, tem um homem te esperando em seu escritório."

Kevin? Desde quando ela pode me chamar de Kevin?

- "Desculpe? Você me chamou de Kevin?"

- "Sim claro, esse é o seu nome!"

Ela sorri e como hoje estou de bom humor, decido não repreendê-la por sua falta de respeito. Por Deus, eu sou o seu chefe, um Deus neste lugar e ela é uma insignificante empregada.

Mas o seu sorriso cínico me faz esquecer seu lugar aqui e decido omitir aquilo. Mirella é uma secretária muito eficiente e faz anos que trabalha para mim, assim suponho que poderia me chamar pelo nome.

Ponto para Bianca, ela faz com que eu seja mais humanitário.

- "Está bem, traga o café."

Não me aborreço em perguntar quem é, porque sei que hoje virá o novo contador que se encarregará dos gastos do centro.

Entro no meu escritório e encontro um bastardo muito confortável.

- "Olá Lusiack."

- "Olá Collingwood, a que devo a sua visita?"

- "Você sabe muito bem porque eu vim."

Pedaço de merda, insuportável e arrogante. Parece uma cópia fiel do meu antigo eu. Outro ponto para Bianca que me faz lembrar o quão estúpido podemos chegar a ser às vezes.

- "Algum investimento?"

- "Não se faça de tonto comigo, sei muito bem que agora você fica rodando Bianca. Se afaste dela."

O que estava por fazer me daria problemas com Bianca, ela havia me pedido para ser paciente e ter discrição com isso mas eu não podia permitir que este idiota, seja mais idiota do que eu era.
Ponto para mim.

- "E se eu estiver rodando?"

- "Se afaste dela, ela vai voltar pra mim!"

- "Como pode ter tanta certeza?"

- "Eu tenho certeza."

Ele me entregou uma quantidade de papéis, que obviamente eu não iria ler.

- "Resume esses papéis Richard."

- "É o meu pedido de divórcio. Vou me separar de A Andreia Hamilton e voltarei com Bianca."

- "Como pode ter tanta certeza de que ela vai voltar para você?"

- "Eu sou o amor da vida dela, sou seu único homem. Fui eu que a fiz mulher, Kevin. E sei de boa fonte de que depois de mim ela não ficou com mais ninguém, e foi assim porque ela nunca pode me esquecer."

Ela inevitável não lembrar das palavras de Bianca:

"Quando eu te beijei eu senti como se estivesse o traindo."

E aliás ela estava chorando olhando para a foto daquele idiota. Pela primeira vez, em toda a minha existência, me sentia inseguro de mim mesmo, mas não podia fraquejar nesse encontro, não podia me deixar vencer tão fácil.

Se ele queria lutar com ela, então isso seria uma guerra.

- "Você a abandonou. O que te faz sentir tão seguro que ela perdoar a sua ausência?"

- "Será algo que vamos superar juntos, eu vou curar cada ferida."

- "Deixa-me dizer o que me surpreende. Não sei como, sendo você que fez essas feridas, poderá repará-las."

- "Nosso amor durou todos esses anos, dez anos Kevin. Eu saberei ser paciente. Quando nos separamos, eu precisava começar a minha vida, por que eu tinha certas metas que com Bianca, eu não iria conseguir. Agora que eu consegui, nada me impede de estar com ela."

- "Não sei que metas você se refere, mas você foi muito idiota para abandoná-la, não merece nem respirar o mesmo ar que ela."

- "Deixa eu te dar um conselho: Afaste-se dela agora, cumpra os seus sonhos, com ela você não vai poder. Só faz alguns anos que você está na frente desse tão vasto império, com Bianca você perderá tudo, respeito, prestígio, eu..., em troca já tenho todo o meu futuro assegurado e agora estou pronto para ser feliz com ela."

O que ele queria me dizer com isso? Ele estava desmerecendo Bianca por completo, cara idiota. Eu seria feliz com ela e ninguém, nem meu pai, nem toda a maldita Londres ia me impedir.

- "Agora me deixe te dar um conselho: Não se aproxime dela. Eu não serei um idiota como você, que abandonou a melhor mulher que alguém poderia ter, serei mais inteligente do que você, Collingwood. E sim, pode ser que tenha pouco tempo que estou no comando dessa companhia, mas como eu ninguém pode dirigir melhor, nem meu pai, nem ninguém."

- "Você não sabe onde está se metendo, e não serei eu que mostrará quem é Bianca, acabará descobrindo por sí mesmo. E então se dará conta do quão equivocado estava."

- "É um risco que eu vou correr. E para deixar claro, ela está comigo, por isso não se aproxime ou vou partir a sua cara."

- "Pode falar o que quiser, adeus Lusiack."

Todo o meu corpo foi invadido por uma adrenalina, que eu deveria expulsar em algum lugar. Saí dali deixando mil coisas pendentes para fazer. Que tudo vá para o Diabo.

Maldito, mil vezes maldito Collingwood. Havia conseguido que eu duvida-se de tudo o que Bianca era e isso me desagradava. Sabia que ela tinha um passado indecifrável mas não acreditava que pudesse ser tão pesado.

Devia esquecer do bastardo. Não devia me importar com todo o peso que Bianca carregou sozinha durante todo esse tempo, devia ser o que precisa: Um companhia, alguém que a ajude a lutar as suas batalhas.

Imediatamente me lembrei de como havia se sentido tão nervosa só de sentir o meu toque. Isso era um sinal que fazia muito tempo que não ficava com um homem, mas, dez anos sem nada? Ela havia sido tão fiel a ele havia há tanto tempo enquanto ele fazia a vida com outra. Ela estaria o esperando?

E se ela decidisse terminar essa relação nascente para ficar com Richard?

Devia, tinha e precisava esclarecer todas essas dúvidas. Eu seria completamente sincero mas precisava que ela também fosse. Sem mais mentiras, sem mais segredos.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora