Capítulo 18

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Pov. Bianca

“Você acredita que porque solucionamos o problema te aceitaremos de novo. Esqueça Bianca, pra mim você está morta, sua presença já é detestável.”

Quando eu era menina três coisas para mim era muito claras: uma delas era que a minha mãe era uma princesa morena que havia conquistado um príncipe loiro de olhos turquesas. Em segundo lugar era que esse Príncipe loiro era o meu herói e em terceiro lugar é que existiam finais felizes.

Agora, aos meus 26 anos só podia ter certeza de uma. Meu pai me odiava e sem dúvida a minha existência não era feliz e tão pouco terminaria sendo.

É incrível o quanto uma criança pode ser inocente, ver o maravilhoso da vida em cada momento do dia, sorrir por qualquer coisa, desfrutar do absurdo. Mas eu sou adulta e a minha passagem por esse mundo já não tem muito sentido para mim, só estou sobrevivendo e não vivendo.

O que mais poderia me acontecer?

Claro, só algo estranho, como estar dormindo numa cama que não é minha, ao lado de um certo homem que me tira o sono e que me faz cantar canções de Pink Floyd antes de dormir. Mas que merda eu estou fazendo aqui?

Olho para o meu lado e ali está ele. O que eu posso dizer dele que eu não tenha dito? Ele é um sonho, tem um corpo bonito e um cabelo lindo. Seus traços me encantam. Como seria dormir todas as noites ao lado de Kevin? Por acaso posso ser mais puritana? Por Deus! Como seria fazer sexo com ele? Chega, preciso me dar um golpe mental, minha mente está me traindo. Ela está brincando com o meu juízo.

Tenho que sair daqui, mesmo podendo ver que ele está completamente vestido como eu, parece que eu me embebedei até perder o sentido e terminar aqui. Como eu vim parar aqui?

Me levanto suavemente e olho para o lado onde eu posso detectar um banheiro. Espero que ele realmente não se irrite por usar o seu banheiro, mas eu suponho que não, já que ele me deitou em sua cama. Quantas terão dormido aqui? Chega Bianca, se controla por favor, isso é uma loucura, Kevin Lusiack é só o seu sócio e somente poderiam chegar uma grandiosa amizade. Claro que sim.

Volto a olhar para ele. A quem estou enganando, sem dúvida já não posso contar com a minha consciência, ela já me abandonou.

Uma vez que saio do banheiro encontro a cama vazia. Onde ele está? Escuto barulhos vindo do outro lado da porta. Quando cruzo a porta vejo um enorme corredor que leva a outro cômodo. É uma sala de estar, com um grande sofá e a grande televisão que está ligada.

- “Olá Bianca, como você amanheceu?”

Ele está ali parado, tão sexy que eu quase tenho um treco. Por Deus! Eu tenho que parar com esses pensamentos tão indecentes.

- “Olá Kev, eu...acordei bem, mas estou bastante perdida para ser sincera, acho que te devo uma desculpa por ontem à noite.”

- “Olha Bianca, fica tranquila, você não tem que me explicar nada, a menos que você queira.”

- “Não, não acho que seja uma boa ideia.”

- “Tudo bem, eu já pedi o café da manhã, eles já vão trazer.”

- “Isso é ótimo, estou morrendo de fome. Onde estamos?”

- “Em um hotel.”

Isso não me agrada em nada, pensei que estaríamos em sua casa. Porque não fomos para lá? Eu olho para ele e vejo que ele está muito concentrado no seu celular.

- “Kev, eu sinto muito por ontem à noite, é sério. Eu acho melhor não me levar mais para esses jantares beneficentes, não quero encontrar certas pessoas.”

- “Richard Collingwood está entre essas pessoas?”

Era óbvio que ele o conhecia, Richard tem ações em quase todas as empresas de Londres, ele é um homem extremamente poderoso e nos últimos anos ele tem se interessado nas indústrias de telecomunicações. Sim, eu o investiguei pela internet, me sinto patética.

- “Você o conhece?”

- “Claro que sim, somos do mesmo clube e temos vários negócios juntos. Mas eu tenho mais do que a certeza de que ele é um idiota.”

- “Porque está dizendo isso?”

- “É evidente que vocês tiveram algo em algum momento. Se ele não está com você é porque ele é um idiota, estou seguro disso.”

Quando olhei em seus olhos, me dei conta de que ele estava do meu lado. Senti algo no estômago, não sei se era fome ou esse homem estava mexendo com todos os poros do meu corpo.

Estou quase que segura que a opção dois era a certa.

Ele aproximou de mim e segurou o meu rosto. Eu queria parecer tranquila, mas não podia. Ele vai me beijar, ele não seria capaz. Ou seria?

- “Você é linda, mas eu ainda não consegui decifrar a cor dos seus olhos.”

- “Eles são diferentes.”

- “Já vejo...eu quero te beijar Bianca, mas eu não quero que você fuja como você costuma fazer.”

- “Não me beije por favor, se não você cairá comigo.”

- “Então irei cair com você.”

Seus lindos lábios tomaram os meus. Quanto tempo fazia que um homem não me beijava? Eu sabia a resposta, mas eu não queria lembrar disso, porque esse beijo sem dúvida era o melhor beijo que recebi em minha vida. Seu sabor era delicioso, tudo nele era. O beijo se aprofundou e tomou um ritmo mais desenfreado e em algum momento, se tornando totalmente desconhecido pra mim. Eu estava sentindo o seu abdômen marcado e seus braços fortes. Kevin começou a tocar as minhas costas e me puxar com força para ele, como se não quisesse que eu escapasse.

E como eu faria? Não tinha escapatória.

Meu cérebro não estava cooperando, nesse momento era o coração que estava coordenando os meus movimentos. Isso acabaria mal, muito mal. Mas em um segundo, o meu cérebro voltou a controlar meu subconsciente e controlei a situação.

- “Devemos parar Kev.”

- “Eu não quero Bianca, não me proíba de te beijar.”

- “Eu preciso ir por favor, me deixa ir, eu preciso ficar sozinha.”

Seu olhar era de autêntico fracasso, ele não me deteve, o que eu agradeci, mas de alguma forma senti falta do seu toque. Saí daquele quarto correndo como se fosse uma manada de touros que correm pelas ruas da Espanha.

Fugir, era só isso que eu podia fazer, não podia arrastá-lo para a ruína junto comigo.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Where stories live. Discover now