Capítulo 30

2.5K 210 8
                                    

Pov. Kevin

Chegamos a um belo restaurante francês e decidimos nos sentar um pouco afastados das grandes janelas. Com muito custo Bianca acabou cedendo aparecer comigo, mas não estava muito segura de irmos comer fora. Ainda não podia entender a sua rejeição de se mostrar, já que éramos adultos e não precisava esconder o que estava acontecendo conosco, e Richard, Andreia e William já sabiam, só bastava algumas horas para que todos descobrissem, inclusive a imprensa de Londres.

Ela não estava confortável e as suas mãos demonstravam isso, estavam tremendo, por isso a segurei fortemente para demonstrar que estava tudo bem. seus olhos pareciam aterrorizados.

- "Kevin, sua imagem pública é muito importante?"

- "Bom...sou o presidente de um grande império...por isso suponho que é importante."

- "Entendo."

Porque isso agora? As palavras de Richard faziam eco em minha mente: "Só faz alguns anos que você está na frente desse tão vasto império, com Bianca você perderá tudo, respeito, prestígio..."

Sua linda voz interrompeu os meus pensamentos.

- "Deveríamos ir embora."

- "Não. Não temos porque esconder nada de ninguém. E quem não gostar pode ir para o inferno."

- "Mas Kevin..."

- "Mas nada."

Eu não ia julgá-la, não ia fazer isso, eu havia me prometido e não seria como Richard, seria melhor do que aquele idiota.

- "Bianca, o que ocorre? Você teme que seu pai descubra e não queira investir mais em minhas empresas?"

- "Não, mas eu não quero que você termine me odiando."

- "Eu nunca poderia te odiar, você é o que eu mais amo em todo esse fodido mundo."

Me detive por um momento. Eu havia dito que a amava? Sim, eu a amava e com muita intensidade. Ela havia se convertido no centro da minha vida, mera meu tudo.

Seu olhar era estranho, parecia triste mas feliz ao mesmo tempo. Era tão imprevisível.

- "Você me ama?"

- "Sim, e de nada serve esconder isso. Tão pouco quero esconder, quero mostrar ao mundo que tudo em mim te pertence."

- "Eu..."

- "Eu não disse isso na intenção de você me responder da mesma forma, Bianca. Sei que ainda é cedo pra você. Procure me conhecer mais e você dará conta que os meus sentimentos por você são verdadeiros."

- "Não preciso te conhecer mais..."

Ela pegou a minha mão e a levou até a sua bochecha.

- "E não quero negar mais..."

Ela beijou a minha mão e depois ela se debruçou sobre a mesa para me beijar. Eu correspondi da mesma maneira até que me detive para olhar pra ela fixamente.

- "O que é que você não quer mais negar?"

- "Eu..."

Não era difícil sentir que havia mais alguém conosco, alguém estava observando toda acena.

- "Bom...acho que eu não esperava ver isso...neste lugar."

Ambos nos demos a volta e ali estava a plateia Payne-Lopez-Collingwood-Hamilton para nós observar. Causalidades da vida? Não é o estúpido destino.

- "Oh, meu Deus."

Bianca estava estupefata, seus olhos não acreditava estar vendo toda a sua ex-família, reunida no mesmo lugar. Por Deus essa cidade tem dezenas de restaurantes, porque diabos eles tinham que ver justamente neste?

Eu não deixaria que essas pessoas nos incomodarem, eu não deixaria que eles voltassem a machucar Bianca nunca mais.

- "Olha...que coincidência."

Meus tom era depreciativo. Não queria demonstrar a essas pessoas que eu também estava nervoso e eu precisava dar segurança para Bianca. Segurei a sua mão e não deixei ela soltar.

- "Parece que todos gostamos da mesma comida." - o idiota do Collingwood falou.

- "O que posso dizer? François é o melhor cheff francês em Londres."

Estúpido Collingwood. Estúpido e prepotente.

- "Bom acho que estamos interrompendo um jantar...de negócios?"

Payne sabia que isso era um jantar em caráter passional, não tinha nada a ver com negócios.

- "Não, claro que não Henry."

Intrometido.

- "Bom Lusiack, nos vemos logo espero te ver semana que vem no jantar de gala...lembra que é muito importante que você esteja lá, seu pai precisa que..."

- "Henry te agradeço que me lembre dos meus compromissos, mas não preciso que me digam o que tenho ou não fazer...mas fique tranquilo, nós iremos ao jantar de gala."

Absolutamente todos olharam diretamente para Bianca. Seus olhares pareciam inquisidores, cada uma delas estavam machucando ela por dentro.

- "Iremos?"

- "Claro que sim, Bianca vai me acompanhar."

O maldito silêncio incômodo voltou e com ele Bianca se fez lembrar de sua incômoda presença.

- "Se me desculpem, preciso ir ao banheiro."

Eu assenti. Esse jantar já tinha ido pelo ralo, mas ninguém iria tratar mal essa mulher, porque ele era o meu tudo e não a perderia por um punhado de idiotas presunçosos. Todos observamos Bianca caminhar até o banheiro, eu queria saber se ela não iria fugir de novo e eles esperava que ela se afastasse para me dizer o quão tonto eu era para estar com ela.

- "Pensei que você fosse mais inteligente Kevin..."

Isso me enfureceu. Minhas perspectivas haviam mudado consideravelmente: Se algum dia eu tivesse um filho, eu tinha certeza de que não seria como esse cretino ou como o meu pai, eu seria como deveria ser, amoroso, carinhoso, um pai de verdade.

- "Eu sou Payne, é uma pena que eu não posso dizer o mesmo de outras pessoas."

Me retirei dali e fui atrás de Bianca. Era isso o que se sentia ao defender alguém que amamos? Acho que sim.

Parei em frente a porta do banheiro e ela saiu. Para a minha sorte ela não estava chorando.

Todos esses estúpidos continuavam olhando para nós, então eu decidi mostrar pra eles que eu não seria como nenhum deles. Segurei o rosto de Bianca entre as mãos e a beijei, para a minha boa sorte ela não me rejeitou, só pausou o beijo e me olhou.

- "Nunca mais você vai estar sozinha de novo, Bianca. Nunca mais."

Ela sorriu e isso era o que eu precisava para sair desse lugar e fazê-la minha de novo, umas mil e uma vezes.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Where stories live. Discover now