Capítulo 35

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Pov. Kevin

Desde que ela se foi, não tem parado de chover.

Já fazia quase dois meses que eu não sabia nada dela, inclusive era difícil para mim falar o nome dela, porque parte de mim morria quando fazia isso. Poderia ser possível, por acaso uma pessoa se introduzir em seu corpo e mente e o controlar sem poder resistir a isso? Eu posso confirmar isso, porque era o que estava acontecendo com Bianca.

As visitas ao psicólogo estavam me ajudando mas ainda faltava muito a trabalhar. Se bem que a minha vida parecia a mesma do que sempre foi. Durante o dia eu era o chefe, o dono do império que fazia dinheiro até não poder mais, mas a noite eu me afogava nos meus próprios pensamentos que me submergem de tal maneira que o sono chega às altas horas da noite.

Também pode se dizer, que me ajudava que Bianca tivesse tirado essas inesperadas férias para América Latina. Cada vez que eu visitava o centro eu me encontrava com sua secretária que muito amavelmente me dizia que não tinha notícias de Bianca, mas que todos os dias mandava as instruções necessárias para que o centro funcione de melhor maneira.

Sua ausência me ajudava a não pensar tanto.

Como ela pode se esquecer de tudo tão facilmente? Durante as noites eu pensava e me irritava em pensar que Bianca nunca havia me amado. Deus, isso doía muito, tanto que o álcool havia se convertido em um aliado para mim.

- "Olá Kevin, como você está hoje?"

- "Bem, eu acho."

- "Porque está dizendo isso, Kevin?"

- "Eu sinto muita falta dela Doutor, a noite eu sonho que a campainha da minha casa vai tocar e que ela estará do outro lado da porta, me esperando com aquele lindo sorriso que ela realmente deixa ver quando está feliz."

- "É normal que você não consiga superar isso tão fácil Kevin, pelo que você me disse você foi um menino que cresceu sem o carinho dos seus pais, que eles só te ver como um projeto, um investimento. Bianca te fez sentir que você é um ser humano como qualquer outro, um ser humano que é capaz de sentir amor, de ser humilde, como eu acredito que devemos agradecer a ela, já que você era um tirano."

Eu sorrio porque aquele cara tem razão nisso. Antes de Bianca, a empresa era a minha vida porque ninguém me esperava, agora não posso decidir que uma mulher está me esperando ao finalizar do dia, mas eu tenho encontrado pessoas que tenha me ajudado nos piores momentos, essas pessoas se converteram em minha família.

- "Então eu tenho que agradecer a ela."

- "Kevin, você já parou para pensar que talvez ela esteja abatida por uma situação muito forte que não a deixa viver o presente?"

- "Disso eu tenho certeza doutor, mas parece que ninguém está disposto a me contar a verdade. Meus pais sabem sobre isso, e eu não tenho dúvida que eles não vão abrir a boca. Parece que Henry Payne pagou muito bem a eles, inclusive a imprensa para que ninguém saiba o que aconteceu há 10 anos."

- "Mas tem que haver alguém, alguém que a conheça e te conte. Você faz negócios o tempo todo, sabe como agir com pessoas difíceis e cabeça dura o tempo todo. Não acha que poderia averiguar isso?"

Esse homem tem razão, eu tenho poder e meios para encontrar a verdade. Eu tenho contato com pessoas dos meios de comunicação, alguém tinha que saber algo.

Não ficaria tranquilo esperando que a verdade chegasse até mim, eu iria atrás dela. Peguei o celular e liguei para Mirella pedindo o número de Parker, um jornalista de renome de Londres. Se ele não me der a informação, não sei quem poderá.

Ligação on:

- Alô?

- Senhor Colton Parker?

- Sim, ele mesmo. Quem está falando?

- Sou Kevin Lusiack e preciso ter uma reunião com você o mais rápido possível.

- Olá senhor Lusiack...eu não esperava essa ligação. Mas claro, eu lhe presenteio com uns minutos do meu precioso tempo.

Dinheiro.

Cada palavra que este homem emitia significava dinheiro e para minha sorte eu tenho muito, por isso se eu precisava pagar pela verdade sobre Bianca, eu pagaria, embora no fundo do meu peito me doía que ela não tenha confiado em mim, para me contar o seu passado, o que tanto a atormentava.

- Claro senhor Parker, só me diga onde, quando...e quanto.

O cara riu.

Ficamos de nos encontrar nesse mesmo dia, daqui a algumas horas. Ele viria até o meu escritório, coisa que eu agradeço já que me sentia muito mais confortável ali, além de ter bastante dinheiro nesse lugar.

Ligação off:

[...]

- "Senhor Lusiack, estou aqui, por que o senhor queria se encontrar comigo."

- "Você é um dos melhores jornalistas de Londres e preciso que você me conceda um pouco de informação sobre uma pessoa."

- "Bom, sobre quem é essa pessoa?"

- "Ela se chama Bianca Lopez."

- "Você quer dizer, Bianca Payne, não é?"

- "Sim."

O sujeito duvidou, o que me fez sorrir, por que significava que ele tinha a informação e eu estava disposto a pagar por ela. Peguei o talão de cheque dentro da minha gaveta coloquei um valor que nenhum mortal estaria disposto a negar.

- "Senhor Lusiack sei muito bem de quem você está falando, mas por mais que você me desse todo este império, não posso te dizer absolutamente nada."

- "Porque?"

- "Porque Henry Payne me mataria se soubesse, fui ameaçado de morte e fui obrigado assinar vários contratos que não posso e nem quero quebrar. Sabe acho que você é um homem ocupado, entendi ou você para não perder seu tempo em ir atrás de nenhum jornalista, Payne tem muito dinheiro e não é só no seu trabalho com Telecomunicações, e sim porque ele tem muitos negócios obscuros. Ele mataria qualquer um para conservar o seu nome, o que me surpreende que ele não tenha mandado matar sua própria filha depois...daquilo."

- "Eu tenho muito dinheiro e você sabe disso, e estou disposto a pagar o que for."

- "É uma proposta muito tentadora senhor Lusiack mas eu tenho uma família, e meus colegas também tem as suas, e se essa informação sair de nossas bocas estamos mortos, todos fomos ameaçados senhor estamos sendo muito bem vigiados."

- "O que você está dizendo tá parecendo mais um filme de mafiosos."

- "E é, Henry Payne lida com muito dinheiro, mais do que você pode imaginar."

Essa ideia havia falhado. E as próximas tentativas também falharam porque nenhum jornalista esteve disposto a colaborar inclusive nenhum detetive, era como procurar uma agulha no palheiro.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora