Capítulo 41

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Pov. Kevin

Em algum momento da minha vida supus que estava dando o melhor de mim, mas agora eu descobri que nada pode ser eterno. E é verdade, quando o destino diz não, é não. E só agora eu compreendo isso.

Suponho que o destino tem outros planos para mim, e é agora quando devo aceitar, porque o caminho que eu havia escolhido pelo o que parece não era o correto.

Bianca...já fazia um mês que eu não sabia nada dela. Depois daquela conversa melancólica que tivemos, quando ela me pediu, na verdade me suplicou para que eu me afastasse dela. Obviamente eu não queria fazer isso, queria continuar demonstrando que nada e nem ninguém podia me deter, queria ser o seu herói. Mas assim como todos os heróis tem as suas fraquezas, eu também tenho e a minha era Bianca.

Ela me disse que se eu não me afastasse dela, ela iria me odiar pelo resto de sua vida e eu não queria o seu ódio, eu queria o seu amor. Aliás, eu sabia o porque ela se empenhava em me afastar: ela não se sentia mulher o suficiente para mim, porque não podia me dar filhos, e foi aí quando a odiei: odiei que ela decidisse por mim.

- "Kevin, você está me escutando?" - a voz de Mirella me trouxe de volta a realidade.

Já fazia um tempo que eu não ouvia ninguém, eu só estava esperando que o tempo passasse e que me pusesse em frente a um salva vidas que me ajudasse a não me afundar mais nessa realidade que me agoniava.

- "Kevin, o que você acha que fazermos na primavera?"

Eu as olhei, Eloísa e Mirella enfim iam dar o próximo passo, iriam dizer o tão esperado sim depois de quase 5 anos de relacionamento. Eloísa havia se declarado para Mirella numa fria noite de outono, onde a chuva caia em abundância e o clima solicitava que os amantes ficassem juntos para dar-se calor mutuamente.

- "Acho, acho que na primavera vai ser ótimo."

- "Kevin, tecnicamente você é a minha dama de honra, por favor, poderia se empenhar mais em seu trabalho? Somos suas melhores amigas..."

Odiava quando uma das duas fazia eu me sentir uma merda ambulante, mas as duas tinham razão em tudo. Elas haviam sido a minha única família desde que meu pai e eu nos enfrentamos e ele me deixou, basicamente, sem trabalho. Embora se eu pensar melhor nessa situação, eu deixei de ter uma família quando o meu avô morreu.

- "Bom, eu acho que na primavera é melhor porque vocês podem fazer a cerimônia em minha casa de campo, as flores vão está radiantes e poderão ser parte da decoração. O que vocês acham?"

- "Kevin Lusiack." - elas disseram em uníssono. - "Nós te amamos."

[...]

- "Senhor Lusiack?"

Fazia alguns dias que eu havia recebido uma ligação de Ryan Philips, um prestigiado advogado em Londres, quem logo iria se aposentar, mas por situações maiores, continuava a desempenhar o trabalho de advogado.

Sua ligação havia me deixado com vários dúvidas, mas eu supus que o meu pai queria que eu assinasse algum documento de renuncia ou algo assim. Embora fazia quase um mês de nosso enfrentamento, me parecia um tanto justo que agora fizéssemos os trâmites correspondentes.

De qualquer forma, eu pouco me importava com isso, logo começaria a levantar a minha própria empresa. Levaria um pouco de tempo, trabalho e dinheiro para isso, mas assim como o meu avô fez no passado, eu faria, começaria do zero.

Não tem parado de Chover (COMPLETA)Where stories live. Discover now