Acordo

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O beijo de Josh é urgente e repleto de desejo, como se estivesse sedento por mim. Não ofereço resistência, pois estou tão desesperada quanto ele. Puxo levemente seus cabelos ao sentir sua boca quente e macia descer até o meu pescoço, provocando arrepios. Deixo escapar um gemido quando, depois de passear pela minha cintura, as mãos do loiro seguram meus seios, por baixo da blusa.

Nossos lábios estão prestes a se unir novamente quando somos interrompidos por batidas na porta. Praguejo baixinho, já prevendo a enrascada em que vamos nos meter caso alguém nos pegue saindo juntos daqui. Estaríamos em todos os sites de fofoca no dia seguinte, com manchetes do tipo "Any Gabrielly é vista deixando banheiro de avião ao lado de seu guarda costas". Yonta nos mataria, com toda certeza.

- Hey, será que pode se apressar? Estou apertada aqui! - ouço a voz de uma mulher seguida de mais batidas.

- Só um minuto! Estou saindo! - digo alto o suficiente para que ela me escute e em seguida sussurro para Josh. - O que vamos fazer?

- Não podemos ficar enrolando. Temos que sair daqui. - ele responde, também sussurrando.

- Mas como? Ninguém pode nos ver juntos. Ficaremos encrencados.

- Rápido, por favor! - a mulher volta a pedir.

- Tenho uma ideia. - o loiro encara meu rosto. Os olhos parecem ansiosos. - Saia primeiro e a distraia. Leve-a um pouco para longe e então poderei sair sem ser visto.

- Certo. Acho que pode funcionar! - levo minha mão até a trava da porta. - Saia em 2 minutos. Será mais que suficiente.

Ele me dá um aceno de cabeça e eu abro a porta, saindo do cubículo. Dou de cara com uma mulher que parece ter aproximadamente a idade da minha mãe. Ela parece surpresa em me ver.

- Ai, meu Deus! - ela coloca as mãos sobre a boca, da mesma forma que fazemos quando não acreditamos no que estamos vendo. - Você não é aquela cantora?

- É, sou eu. - solto uma risadinha, sem graça.

- Ah, eu sabia que te conhecia de algum lugar. A minha filha, Crystal, é uma grande fã do seu trabalho. Você poderia mandar um vídeo pra ela?

- Claro que sim, dona...

- Claire. Meu nome é Claire. - ela sorri. - É um enorme prazer conhecê-la, Leigh-Anne.

- Hein? - a olho confusa.

- Você não é Leigh-Anne Pinnock?

- Hm... Eu... Claro! Sou eu. Onde está seu celular? - tento mudar de assunto. - Eu quero muito gravar o vídeo para a Crystal.

Felizmente consigo afastar a mulher o suficiente para que Josh consiga sair do banheiro. Enquanto estou parada no corredor, gravando o vídeo, ele passa por mim como se nada tivesse acontecido. Quando termino, Claire me agradece e volto ao meu assento, perto do loiro.

- Tudo certo?

- Sim! Ela pensou que eu era do Little Mix, mas deu tudo certo. - dou risada. - Nem quero imaginar a cara de decepção da filha dela quando me ver no vídeo.

- O importante é que escapamos de um escândalo. - ele apoia a cabeça na poltrona e vira seu rosto em minha direção.

- Foi muita sorte. - repito seu gesto. Ficamos assim, nos olhando por alguns segundos. Meu coração se agita. - Josh?

- Hm?

- Você sabe que não pode fugir de mim toda vez que nós tivermos recaídas, não sabe? - digo com a voz baixa, para não atrapalhar as pessoas que dormem a nossa volta. - Principalmente se tudo o que você me disse agora há pouco for verdade.

- Sim, eu sei. - Josh segura minha mão novamente e dessa vez a leva até os lábios e deposita um beijo. - É por isso que não vou mais fugir.

- Não tem mais medo de que sua reputação seja manchada?

- Não. Eu não me importo, desde que você diga que também me quer.

- Caralho! - digo pausadamente e ele começa a rir. - É claro que eu quero.

- Então ótimo. Acho que temos um acordo. Quando você quiser, eu também quero.

- Fechado!

Chegamos a São Paulo bem no meio da tarde devido a mudança de fuso horário. O aeroporto está pouco movimentado, mas ainda sim sou reconhecida por algumas pessoas. Realizo o atendimento com a maior agilidade possível para evitar que um tumulto aconteça e, depois de pegar nossas malas, eu e Josh entramos no primeiro táxi que aparece.

Sorrio emocionada quando chegamos à casa da minha mãe, do outro lado da cidade. Foi onde passei toda a minha infância e a maior parte da adolescência. Ainda tenho as chaves, então não temos problemas para entrar. Depois que abro as portas, Josh me ajuda a entrar com as malas. Tudo está exatamente como me lembro, inclusive o meu antigo quarto. É como se nada tivesse mudado ao longo dos anos.

- Bela casa. - Josh comenta enquanto repara os móveis e a decoração quando voltamos à sala. Havíamos deixado as malas no meu quarto. - Parece muito aconchegante.

- Obrigada. É simples, mas é o meu lugar favorito no mundo todo.

- Onde está a sua família?

- Provavelmente realizando suas atividades cotidianas, já que eu não avisei que viriamos. Quis fazer uma surpresa. - me aproximo do loiro que está parado próximo ao sofá todo florido pela capa de chita. - Não sei ao certo, mas minha irmã deve estar na escola e a tia Laura deve estar no trabalho. Acho que teremos que esperar até que uma delas apareça antes de decidirmos onde você vai dormir. Desculpa, mas não temos quarto de hóspedes por aqui.

- Tudo bem, eu não me importo. Posso dormir em qualquer lugar, inclusive nesse sofá. - ele dá de ombros e em seguida, pousa suas mãos em minha cintura. - A menos que você esteja disposta a dividir sua cama comigo.

- Eu adoraria, Josh. - passo meus braços em volta do seu pescoço. - Mas talvez não seja adequado. Sabe, minha irmã e minha tia nos quartos ao lado...

- Não se preocupe, eu entendo. - ele sorri malicioso. - Mas se pensarmos bem, não tem ninguém além de nós dois aqui agora.

- Safado! - dou risada. - Desculpa, mas acho que deveríamos comer alguma coisa e dormir um pouco. Estou morta e pretendo visitar minha mãe assim que a tia Laura e a Belinha chegarem.

- Está bem. Você tem razão. - ele suspira. - Vamos comer e descansar.

- Isso aí! - me solto dele e começo a guia-lo em direção à cozinha.

Your Love Saved Me • BeauanyWhere stories live. Discover now