Capítulo 8

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Cada equipe possui um mapa da fazenda. – o Coronel Sanchez falou – O objetivo é seguir as pistas até chegar ao lugar onde os seqüestradores estarão com a vítima. A equipe que voltar com a vitima a salvo, será a vencedora. Mas tem uma regra: os senhores não poderão se separar. Vocês são uma equipe e deverão agir como tal.
Eu sorri. Era uma espécie de caça ao tesouro. Essa atividade parecia brincadeira de criança.
Então, esse que seria o treinamento das Forças Especiais? Tirando a querida General Perroni, esse treinamento seria fácil demais.
...
Puta que pariu!
Nunca em toda a minha vida, eu senti tanta dor. Sério mesmo. Nem mesmo quando Harry e Suzane me espancavam.
Eu estava molhado, cheio de cortes e hematomas pelo corpo e não tinha uma parte do meu corpo que não doía.
Poncho, Tyler e eu estávamos no meio da floresta. Já tínhamos pegado todas as três pistas da atividade que estávamos fazendo e já estávamos procurando pela pista final.
Eu ainda nem acreditava o que nós três tivemos que passar para chegar até esse ponto da atividade. Mas digo uma coisa: esses merdas desses 'boinas verdes' são um bando de filhos da puta. Só pode ser isso.
Para pegar a primeira pista, tivemos que seguir uma trilha à cavalo. O percurso tinha aproximadamente 120 km.
O problema é que os cavalos não tinham sela. Isso mesmo. Você já cavalgou em um cavalo sem sela? Pois então, eu só te falo uma coisa: dói para caralho! Não só as pernas, mas principalmente a coluna, que recebe todo impacto do cavalgar.
E mais. Não foi por apenas alguns minutos. Foram 120 km de ida e 120 km de volta.
No início, você nem sente, mas depois de um tempo, seu corpo começa a dar os primeiros sinais de dor. Já no meio do caminho, você só sente dor. E ponto.
Finalmente, no final da trilha, nós conseguimos encontrar a primeira pista. Ela estava em cima de uma árvore alta. Eu subi na árvore e peguei a pista. Nela tinha outro mapa, que levava até a segunda pista.

Depois de mais de duas horas caminhando pela fazenda debaixo do sol de meio dia, encontramos a segunda pista. Ela estava protegida em um campo cheio de teias parecidas com de aranha, mas feitas de arame farpado. Estruturas de ferro davam o suporte para as teias.
Nós tínhamos que passar pelos arames farpados para chegar até a pista. Na maioria das vezes, o espaço para passarmos era tão pequeno que não tinha como não se cortar.
Resumindo a merda da "brincadeira": eu estava todo cortado. Braços, pernas, pescoço, rosto, mãos, abdômen, peito, costas. Acho que não havia um lugar no meu corpo que não estava cortado. Não eram cortes profundos ou grandes, mas eram inúmeros e o suficiente para doer para caralho.
No meio do campo com teia de arama farpado nós achamos a segunda pista. Ela nos dava coordenadas de como chegar à terceira pista.
Mais uma hora andando na floresta e avistamos a terceira pista. A pista estava em um barquinho no meio de um lago.
Imediatamente, Poncho jogou sua mochila no chão e começou a tirar a roupa.
O que você está fazendo, porra? – eu perguntei para Poncho.
Ele me olhou confuso e depois olhou para o lago. Então eu entendi. O idiota estava tirando a roupa para entrar no lago.
Caralho Poncho! Você não entra em um lago que você não conhece sem roupa não, seu idiota! – eu falei – E se tiver algum bicho? Vai querer ficar sem suas bolas?
Ele engoliu seco.
Poncho, o William tem razão. – Tyler concordou – É melhor entrar com roupa. Está sol forte e logo a gente se seca.
Poncho assentiu e nós três entramos no lago. Eu na frente, Poncho alguns metros atrás de mim e, por último, Tyler. Nós nadamos até o barquinho e peguei a pista no barco.
Depois que saímos do lago, Poncho começou a gritar que eu estava cheio de bichos grudados em mim. Eu olhei para os meus braços e vi que eram sanguessugas.
Ah... caralho! Eu estava todo cortado por causa do maldito arame farpado e tive que mergulhar num lago infestado de sanguessugas??? Só uma coisa vinha à minha mente naquele momento: puta que pariu!

Olhei para Poncho e Tyler e eles também estavam com várias sanguessugas grudadas neles. Argh... definitivamente era nojento. Aqueles bichos grudavam na pele e ficavam ali sugando o sangue.
Ainda bem que estávamos de roupa, senão seria pior. – Tyler falou e eu concordei.
Nós três tivemos que tirar as sanguessugas que estavam grudadas em nossos corpos. Mas tinha um lado positivo: apesar de nojento, não doía.
A terceira pista dava informações de como chegar até a cabana onde estava nossa vitima.
Agora estávamos no meio da floresta, procurando a cabana onde estaria os seqüestradores e a nossa vitima. Pela posição do sol, já estava no meio da tarde.
Eu estou cansado, dolorido e com fome. – Poncho reclamou enquanto andávamos pela floresta.
Reclamar não vai adiantar nada. – eu falei – E se concentre na nossa missão ao invés de ficar choramingando igual a uma menininha.
Poncho resmungou alguma coisa, que eu não entendi.
Achei!!! É ali. – Tyler falou apontando para uma cabana de madeira entre as árvores.
Sem esperar, ele saiu correndo em direção à cabana. Estava tudo muito silencioso, ou seja, alguma coisa estava errada.
Ninguém deixa um refém sozinho. Sempre tem alguém tomando conta. Eu sabia disso muito bem. Todas às vezes que a Cosa Nostra seqüestrava alguém, a primeira precaução era ter pelo menos uns três soldati para vigiar o seqüestrado.
Tyler. – eu gritei – Espera, porra!
Mas era tarde demais. Ele simplesmente caiu em um buraco no chão. O buraco estava disfarçado com alguns pedaços finos de madeira e folhas de árvores. Claro que era uma armadilha.
Poncho ia correr em direção ao buraco, mas eu o segurei.
Porra Poncho! Vai cometer o mesmo erro que o idiota do Tyler? – eu esbravejei.  Desculpa William. – Poncho falou.
Nós nos aproximamos do buraco com cuidado. Andando bem devagar e olhando para todos os lugares antes de darmos mais um passo. Assim foi até chegarmos onde Tyler estava. O buraco era fundo demais para Tyler sair de lá sem ajuda de alguém.
Você está bem Tyler? – Poncho perguntou.

Military SeductionWhere stories live. Discover now