Capítulo 29

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Devagar, eu passei o braço pela sua cintura com medo que ela me rejeitasse. Eu sequer conseguia abrir os olhos. Eu só queria estar ali, nem que ela não dissesse nada.
O sono começou a chegar e eu fui ficando mais mole do que já estava. Maite deitou em meu peito. Ela parecia tranquila, mas eu ainda tinha incógnitas na minha cabeça.
Eu estava quase dormindo quando escutei.
Por você. – ela sussurrou – Eu entrei nessa por você.💕
Eu tinha dormindo... ou melhor, desmaiado. Há tempos eu não dormia tão bem como naquela noite.
Mesmo ainda meio inconsciente pelo sono, eu tinha plena ciência do corpo de Maite junto ao meu. Ela se remexeu e resmungou alguma coisa, enquanto se encaixava ainda mais no meu corpo.
Suas pernas estavam enroladas nas minhas... seu braço passava pela minha barriga e seu rosto descansava tranquilamente em meu peito, enquanto eu a segurava pela cintura.
A noite de ontem tinha sido maravilhosa. Como eu sentia falta dessa mulher! E agora era como se nada tivesse acontecido, Maite parecia até outra pessoa.
Eu realmente comecei a acreditar novamente que eu e Maite tínhamos alguma esperança. Afinal, eu ainda me lembrava das últimas palavras dela antes de dormir. Ela estava nessa por mim... por mim!
Sorri largamente, ainda com os olhos fechados. Sim. Tínhamos uma chance de nos acertar. Eu a amava e sabia que ela sentia alguma coisa por mim.
Eu faria de tudo para ela me perdoar. Sei que eu tinha sido um filho da puta, mas eu estava disposto a fazer qualquer coisa por ela. Por nós. Eu não conseguia mais viver sem ela... e nem queria.
De longe, escutei um telefone começar a tocar. Mesmo sem querer, eu abri meus olhos, me acostumando com a claridade.
Percebi que Maite havia acordado assustada com o toque do telefone. Ela se remexeu incomodada na cama e eu a encarei.
Dá para me soltar, Levy? – ela me perguntou com a voz de quem acabou de acordar e já sem nenhum traço de paciência na voz.
Eu não disse nada, apenas a soltei. Rapidamente, e sem se preocupar com sua nudez, ela se levantou da cama e atendeu ao seu celular.


Eu me sentei na cama e fiquei a observando. Ela estava de costas para mim, com uma mão na cintura enquanto segurava o celular com a outra. Eu sorri feito um bobo para aquela visão.
Perroni. – ela disse ainda com a voz sonolenta e irritada.
Ela esperou alguns segundos e disse:
Ótimo. Era exatamente isso que estávamos esperando.
Ela se sentou na cama, do meu lado, ainda de costas para mim. Ela realmente não parecia estar nem um pouco constrangida pela sua nudeza.
Sem me conter, eu passei a mão pelas suas costas. Foi quando ela se virou e me olhou com raiva. Rapidamente, com a mão livre, ela segurou a minha mão e torceu meu dedo anular, sem largar o celular. Instintivamente, eu dei um grunhido de dor.
Ninguém, Ivan. – ela disse ao telefone – Continue.
Ela falava tranquilamente ao telefone enquanto torcia ainda mais meu dedo. Eu já nem escutava sua conversa com Ivan.
Eu só fiquei parado, sem, sequer, respirar. E só então ela parou de torcer, mas continuou me segurando com força. Droga de mulher!
Não, nós ainda estamos no hotel. – ela disse ao telefone.
Eu me mexi, incomodado e foi o suficiente para ela torcer um pouco meu dedo. Merda! Ela ia quebrar o meu dedo. Eu grunhi de dor e ela me deu um olhar mortal, silenciosamente me mandando calar a boca.
Filha de uma... argh.. a dor parecia ainda pior agora.
Estamos a caminho. Chegaremos por volta de meio dia. Até logo. – ela desligou o celular, o jogando na cama.
Ela me olhou com raiva mais uma vez, mas soltou o meu dedo.
Você é louca? – eu perguntei enquanto olhava minha mão machucada, rapidamente segurando meu dedo, que doía para caralho.
Nunca mais ouse me tocar desse jeito. – ela me ameaçou se levantando bruscamente.
Como assim? Essa mulher era louca ou o que? Eu a encarei sério. Meu bom humor estava indo para o ralo... afinal, não havia bom humor no mundo que aguentasse mais de dois minutos ao lado dessa louca.
Nunca mais te tocar? – eu repeti incrédulo – Pois não foi isso que pareceu ontem quando você literalmente me agarrou. – eu retruquei.
Ela apenas deu uma risada sarcástica.


Eu estava bêbada e com tesão, Levy. – ela disse acidamente – Se não fosse você, seria o primeiro pênis que passasse pela minha frente.
As palavras dela me atingiram como um soco no estômago. Vadia filha de uma puta. Senti meu estomago embrulhar de raiva. Ela realmente tinha o poder de me tirar do sério. Me agarrava como uma louca e agora tinha esse surto bipolar.
Eu só pensei que... argh... – eu falei mais para mim do que para ela e fechei meus olhos, passando as mãos pelo meu cabelo.
Pois pensou errado. – ela disse friamente e eu abri os olhos – Agora se levante e se arrume rápido, Levy. – ela falou indo em direção ao banheiro – Porque nós já estamos atrasados.
Ela entrou no banheiro e fechou a porta. Segundo depois, eu escutei o som do chuveiro sendo ligado.
Eu fiquei parado na cama, olhando para o nada. Que merda de mulher! Eu nunca sabia como agir com ela... era sempre um campo minado. Hora eu estava a salvo, hora estava pisando em uma mina. O que eu ia fazer com ela?
Eu arrumei minhas coisas rapidamente, mas não me vesti, apenas coloquei minha cueca, porque eu ainda ia tomar banho. Depois de tudo mais ou menos arrumado, eu liguei a televisão.
Estava passando um jornal qualquer. A repórter ruiva estava em frente à sede das Forças Especiais e havia uma foto de Don e Victoria ao fundo com as palavras "FUGITIVOS" escrito em vermelho.
... A Major Comtreras, assessora de imprensa das Forças Especiais, fez um comunicado especial esta madrugada. Anthony e Victoria Lombardi são procurados pelo sequestro de Alessandro e Beatriz Levy...
Nesse momento, apareceu uma foto dos meus pais.
... Qualquer pista sobre o paradeiro deles deve ser reportada imediatamente às Forças Especiais pelo telefone 912. Eles são perigosos e estão armados...
Ainda não está pronto, Levy? – Maite chegou do nada me assustando.
Porra. – eu resmunguei sentindo meu coração acelerado – Não sabe andar fazendo barulho não, caralho? 😂

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