Capítulo 19

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Mas a ordem dela foi de não nos separarmos. – ele tentou argumentar.
Sua voz estava fraca pela dor.
Não adianta ficarmos aqui esperando alguém aparecer, porra! – eu esbravejei.
Eu o deixei com uma das minhas armas e com quase todas as minhas balas.
Se alguém entrar, atire sem pensar. – eu falei.
Eu saí da sala, com minha arma em mãos. Eu olhei para os dois lados e fui para o norte, onde eu sabia que estariam o Coronel Sanchez e o Rulli.
Minutos depois, eu ainda estava procurando pelo Coronel Rulli e pelo Coronel Sanchez, mas eu não os encontrei em lugar nenhum.
Estranho. Eles não estavam na posição que a Perroni ordenou. Eu tinha a sensação de que alguma coisa estava muito errada.
Eu continuei procurando por eles pela casa abandonada. Eu andava cuidadosamente pelos corredores, com a arma em mãos. Mas tudo estava silencioso demais.
Eu já estava no lado noroeste da casa e não tinha visto mais ninguém... nem um ladrão... nem um 'boina verde'.
Escutei um barulho e depois um grito desesperado vindo de uma sala. Cuidadosamente, eu abri a porta e não acreditei nos meus próprios olhos.
Meu único pensamento foi: eu estava na merda! Eu deveria ter fugido daquela merda enquanto era tempo.
Agora era tarde demais.
Meu olhar encontrou com os da Perroni. Ela me encarava com um olhar frio e ausente de qualquer sentimento e eu tive certeza que eu morreria naquele momento.

A Perroni bufou, impaciente com a minha falta de reação. Então, ela tirou a arma que estava em sua cintura e a apontou na minha direção.
Entre e feche a merda da porta antes que eu meta um tiro no meio da sua testa, Levy – ela repetiu a ordem sem qualquer traço de paciência em sua voz..
Sem alternativa, eu entrei e fechei a porta, mecanicamente. Merda, merda e merda. Agora eu estava fudido e mal pago.
Eu só tinha um pensamento: como eu podia sair dessa? Sinceramente? Eu não via como.
Eu corri o olhar pela sala e vi um aparelho de choque. Vi também um soco inglês, um chicote, duas facas de tamanhos diferentes, algumas cordas e outros aparelhos que eu conhecia das torturas da Cosa Nostra. Ao lado da mesa, tinha um balde com água.
Naquele momento eu só pensava que eu poderia ser o próximo. Droga! Por que eu não fui dar ouvidos ao Poncho e fiquei lá com ele? Mas não... o idiota aqui tinha que bancar o herói e sair da minha área.
Mas por que eles estavam batendo desse jeito em Royce? Será que eles estavam em parceria com os Cordopatri? Ou seria o Royce?
Essa porra estava confusa demais para o meu gosto. Maldita hora que eu fui aceitar essa merda de missão. Tudo culpa da maldita da Elizabeth e do filho da puta do Don.
Guarde a sua arma, Capitão. – a Perroni me ordenou – Ela será desnecessária aqui.
Eu olhei para minha mão e percebi que eu, instintivamente, estava apontando a arma para eles. Eu pensei alguns segundos, mas não me parecia uma boa ideia contrariar a ordem da Perroni naquele exato momento. Então, eu travei a mina arma e a coloquei na minha cintura.
Agora vê se fica quieto no canto da sala, Levy. – A Perroni disse para mim nervosa – E não nos atrapalhe mais.
Eu me encostei na parede e fiquei observando o que estava acontecendo. Pelo jeito, eu seria um mero espectador... de um filme de terrror.
Me ajuda. – Royce me pediu com um fio de voz – Pelo amor de Deus, William ... me ajuda!
Eu apenas fiquei o olhando, sem dizer ou fazer nada.
Ninguém vai te ajudar, filho da puta! – o Coronel Sanchez falou com ódio.

Ele, então, foi até a mesa e pegou o soco inglês, o colocando nos dedos. Ele olhou para mim e deu um meio sorriso. Era perceptível o prazer que ele estava sentindo nisso tudo.
Eu estremeci só de imaginar o que estava passando pela mente dele.
Agora você vai ter o que você merece. – ele falou e se aproximou lentamente.
Eu o olhava atentamente e fiquei apenas esperando ele agir. Então, ele deu um soco no rosto do Royce. A Perroni e o Rulli tiveram que segurar Royce mais firmemente, por causa da força do soco. O sangue voou longe, sujando a parede de sangue.
Eu não fiz nada. Não fui eu! Eu não sei de nada. Eu juro. – Royce choramingava entre os socos que o Coronel Sanchez desferia em seu rosto sem dó nenhuma.
Mentir agora não vai te levar a nada, desgraçado! Nós sabemos quem você é. Você nunca conseguiu nos enganar. – o Coronel Sanchez falou com o tom carregado de ódio.
O Coronel Sanchez olhou para a Maite e para o Coronel Rulli. Ele, então, tirou o soco inglês e o colocou na mesa.
Eu juro que está sendo mais prazeroso que eu imaginei que seria. – o Sanchez disse estralando os dedos das mãos.
Os três sorriram maldosamente. O cheiro de sangue e suor era quase insuportável.  Agora é a minha vez. – a Perroni anunciou.
O Coronel Sanchez assentiu.
Ele segurou Royce pelo braço, onde a Perroni estava segurando antes e a General ficou de frente para o pobre coitado do Royce.
Agora você vai apanhar de uma mulher, seu maldito! – ela disse lhe dando um soco no rosto – O que você acha disso?
Royce já não estava conseguindo se sustentar com suas próprias pernas... o que o matinha "em pé" eram o Sanchez e o Rulli, que o seguravam pelos braços.
A General ela deu um chute no saco, seguido de um murro no estômago. Ela se aproximou mais dele e, puxando seu cabelo com força para baixo, o forçou a encará-la.
Você não tem competência para ser um 'boina verde'. – ela disse cruelmente – Nunca teve... na verdade, você não passa de um incompetente.
A General o soltou e deu desferiu um soco nas costelas dele.

Military SeductionWhere stories live. Discover now