Capítulo 30

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Eu estava ansioso. Não... ansioso era pouco demais. A verdade é que eu estava nervoso para caralho.
Maite já tinha passado todo o plano de ação sobre o resgate da minha mãe. Era um plano arriscado, mas não tinha outra saída. Era nossa chance e nós iríamos aproveitá-la. Além do mais, Maite era foda e eu confiava nela por completo.
Angie entregou para todos o uniforme, que era uma calça preta, uma camisa preta com o símbolo das Forças Especiais, um cinto especial para guardarmos armas e munição, um colete a prova de balas e, claro, a famosa e indispensável boina verde.
Eu fui para o meu quarto e coloquei o uniforme completo. Me olhei no espelho e vi um capitão das Forças Especiais. Sorri fracamente me lembrando dos olhares orgulhosos dos meus pais na minha formatura como Boina Verde.
Ainda pelo espelho, eu vejo Maite me olhando parada na porta do meu quarto. Eu me viro para encará-la.
Sua arma. – ela disse entrando no quarto e me entregando uma Glock 9 mm.
Eu peguei a arma e a analisei atentamente. Caralho... era uma puta arma. Parecia ser feita sob medida e com certeza era customizada. Eu nunca tinha visto uma arma tão bem feita.
É linda. – eu falei ainda admirando a arma – Eu não sabia que as Forças Especiais tinham armas assim.
E não têm. – ela me respondeu e só então eu a encarei confuso. Ela completou – Essa arma era do meu pai. Foi a primeira arma que ele mandou fazer. Ele me deu quando eu entrei para as Forças Especiais. Segundo ele eu merecia essa arma porque era a única vez que eu tinha lhe dado razão para ter orgulho de mim.
Eu a olhei por alguns segundos. Cara, o pai dela era mesmo um demônio.
Eu não posso aceitar. – eu falei estendendo a arma para ela pegar de volta.
Não estou te perguntando nada, Levy É uma das melhores armas com que eu já atirei. Se você quer salvar seus pais, essa é a arma para isso. – ela disse com a pose irritante de "eu sou a General dessa merda".
Eu não sabia o que dizer. Estava surpreso com a atitude de Maite... mas eu já deveria estar acostumado, pois ela sempre me surpreendia.


Obrigado então. – eu falei sabendo que ela não receberia a arma de volta.
Coloquei a arma na cama e ela se virou para ir embora, mas, antes, eu a segurei pelo pulso.
Maite...
Não temos mais nada para conversar, Levy. – ela disse tentando se desvencilhar de mim.
Eu a segurei com mais força e a empurrei contra a parede, segurando-a com meu corpo. Essa era uma forma segura de segurá-la, mas no fundo eu sabia que eu sempre a prensava contra a parede simplesmente porque eu adorava ficar assim com ela.
Eu só queria te agradecer. Acho que não agradeci o suficiente o que você está fazendo pelos meus pais. – eu falei sincero olhando no fundo dos seus olhos.
Ela ficou calada, mas sua respiração estava completamente descompassada. Seus olhos castanhos estavam presos aos meus. A corrente elétrica passava por todo meu corpo. Ela mordeu o lábio inferior como de costume e eu a prensei ainda mais.
Deus... ela era linda. Simplesmente linda. Eu passei a mão lentamente pelo seu rosto e ela fechou os olhos. Continuei a admirá-la.
Maite... tão linda... – eu disse em um sussurro – Eu... eu te a...😱
Me solta, Levy. – ela cortou, me empurrando e correndo para fora do quarto.😩
Eu consegui a segurar antes que ela chegasse à porta.
Você não vai fugir e vai me escutar agora. – eu falei firme.
Me solta. – ela falou – Você não acha que já fez o bastante? Não se divertiu o suficiente comigo? Você já conseguiu tudo que queria, agora me larga!
Inferno! Era isso que ela pensava de mim?
Não. Eu não vou te soltar até você me escutar. – eu falei – Você não entende. Eu estou apai...
Solta ela, Levy. – a voz de Ivan soou como um trovão no quarto.
Eu me assustei e Maite se aproveitou disso para se desvencilhar de mim. Na porta do meu quarto estavam Ivan e Sebastian, que nos encaravam seriamente.
PUTA MERDA! Será que nem quando eu quero, consigo falar com ela sozinho? Quando eu abri a boca para mandar eles para a puta que pariu, Ivan perguntou olhando somente para Maite:
Tudo bem por aqui?


Na mais perfeita ordem. – ela disse indiferente se desvencilhando de mim – Eu e Levy já falamos tudo o que tínhamos para falar um com o outro.
Eu ia retrucar, mas algo em seu olhar me fez simplesmente parar. Não era o olhar enigmático ou arrogante que eu estava tão acostumado. Era um olhar com dor. Uma dor que só eu entendia.
Maite aproveitou a situação e saiu do quarto. Ivan me deu um olhar mortal e a seguiu para fora do quarto.
Frustrado, passei a mão pelo cabelo.
Eu gosto de você, William. – Sebastian disse – Mas fique longe da Mayzinha. Ela não merece sofrer mais.
Então ele saiu do quarto me deixando sozinho.
Merda. Eu praguejei baixinho. Respirei fundo algumas vezes, peguei a arma que Maite tinha me dado e a guardei no meu cinto.
Dei mais uma olhada no espelho. Eu não era mais o Assassino da Cruz. E jamais seria novamente. Agora eu era William Levy, capitão da equipe alfa das Forças Especiais.
...
O mais importante para todos nós era tirar a minha mãe das mãos da maldita da Cosa Nostra com segurança.
Por isso, eu, Maite e Sebastian estávamos em um helicóptero das Forças Especiais que estava sendo pilotado por Ivan. Ele ficaria responsável apenas por pilotar o helicóptero, pois ainda não tinha se recuperado dos tiros que eu havia dado nele.
Ana e Poncho estavam seguindo o comboio, mas mantinha contato o tempo todo conosco. Fechei os olhos e encostei a cabeça na parede.
Por toda a minha vida, eu fingi para todos que me cercavam. Eu era tão filho da puta que nem mesmo os meus pais sabiam quem eu realmente era.
Durante anos, eu menti... enganei... roubei... matei... mas carma é uma merda: eu enganei a todos... mas, no fim, também fui enganado.
A Cosa Nostra havia sequestrado meus pais. Eu sempre soube que não podia confiar em Don e em Victoria, mas não nunca imaginei que eles seriam os meus inimigos de verdade. Afinal, eles eram meus pais de sangue...
Eles queriam matar as únicas pessoas que eu amo neste mundo. Instintivamente, eu olhei para a linda morena sentada na minha frente. Não... meus pais não eram as únicas pessoas que eu amava...

Military SeductionWhere stories live. Discover now