Capítulo 17

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Está tudo sob controle, Ivan. Ele acha... acha não... ele tem certeza que eu estou interessada nele. – ela disse rindo sarcasticamente – Como se isso fosse possível.
Só tome cuidado, May. Eu não sei o que ele pode fazer com você, se desconfiar que está sendo enganado desse jeito. – o Coronel Sanchez falou.
Pelo amor de Deus, Ivan! Ele não vai desconfiar de nada. Eu disse a ele que deveríamos manter segredo sobre nós dois, pois eu era chefe dele... e o idiota acreditou. – ela falou debochando.
Eu só quero estar lá para ver quando ele descobrir que foi enganado. – Sanchez disse também debochando – Por isso que se diz que vingança é um prato que se come frio.
Ele vai pagar pelo que fez. Eu jurei que eu acabaria com a vida dele e é isso que eu farei. – a Perroni falou friamente.
Eu sei por que você está tão empenhada nessa vingança. – o Coronel falou – Eu sei o que você está pensando, May.
Ela suspirou.
Ele é o culpado pela morte do Derek. – ela falou, por fim.
May...
Eu sei, Ivan... eu sei que meu irmão se matou... mas foi por culpa desse desgraçado. – ela disse o interrompendo – Ele... ele arruinou.. destruiu a nossa vida... e eu vou destruir a dele também. Eu devo isso à Derek também.
Todos nós sentimos como você, May. Mas você está se arriscando demais. – ele falou carinhosamente – Você está se colocando em risco o tempo todo que fica ao lado desse desgraçado.
Eu preciso fazer isso, Ivan. O que eu estou fazendo não é nada comparada a dor que ele causou em todos nós.
Derek era um irmão para mim. Você melhor do que ninguém sabe disso. – ele falou – Eu também sofri muito pela morte dele... mas eu preciso cuidar de você. Eu prometi isso a ele, May.
Você sempre cuidou de mim, Ivan. – ela disse o abraçando – Mas eu preciso fazer isso. – ela falou irredutível.
Eu te amo querida. Sempre vou amar. – ele falou.
Ah... falando nisso, aqui está a minha aliança. Faça bom proveito... ou sei lá o que você quer fazer com ela. – ela falou.
Obrigado. – ele agradeceu.

Eu nem acredito que está chegando o grande dia. – ela falou.
Nem eu... – ele disse brincando e ela riu – Mas eu vou precisar da sua ajuda para comprar o meu terno.
Eu já sabia. Você não faz nada sem mim. – ela constatou.
Convencida. – ele falou brincando.
Realista, querido. – ela respondeu quase imediatamente.
Eu encostei minhas costas na parede, joguei a cabeça para trás e fechei os olhos. Meu estômago embrulhava e meu coração parecia que ia sair pela minha boca.
Demônio de mulher! Ela estava me enganando? Era tudo fingimento. Não... Não era possível... ela não podia ter fingido o tempo todo... podia?
Eu saí de lá o mais rápido possível e fui para o banheiro. Eu me sentei no bancão do banheiro e passei as mãos pelo meu cabelo.
Meu lado racional dizia: ela tinha se aproximado de mim de propósito... fora tudo friamente calculado por ela. Mas meu lado irracional gritava que era impossível fingir... que ela realmente tinha se envolvido...
Ela podia estar falando de outra pessoa, certo? Errado. Eu sabia que era de mim que eles falavam... mas... por quê? Porra.... eu nem conhecia o irmão dela.
As coisas estavam cada vez mais confusas. Eu sentia que tinha partes desse mistério que eu ainda não sabia... como peças faltando para completar a merda do quebra-cabeças.
E mais. Eu não entendia porque eu me sentia desse jeito... como se eu tivesse perdido o chão... como se eu tivesse sido traído... minha vontade era gritar e quebrar tudo na minha frente.
Eu fiquei um tempo olhando para o nada.
O que eu podia fazer? Ou melhor... o que eu queria fazer? A primeira coisa que eu tinha que descobrir que merda de segredo era esse.
Isso. Se eu descobrisse esse segredo, eu descobriria o que eles estavam planejando.
Pronto. Já estava decidido. Eu iria descobrir o que eles estavam planejando... e Maite ia se arrepender amargamente de ter me enganado.

...
Eu troquei de roupa e fui treinar, como fazia todas as manhãs. Depois de um tempo, já estavam todos na academia, menos a Perroni e o Sanchez.
Eu descontei no saco de boxe toda a minha frustração. Soco pós soco e eu fui pensando em tudo que tinha acontecido.
Se eu achava que estava puto com Don e Victoria, eu descobri que estava enganado. A raiva que eu tinha sentido não era nada comparando do que eu estava sentindo agora.
Eu já esperava uma traição de Don e Victoria... não é à toa que eu nunca confiei nos dois... só que eu não esperava que Maite me traísse dessa forma tão... calculada.
Arghhhhhh!!!!!!!! Que merda eu estava pensando? Os 'boinas verdes' eram meus inimigos... Eu era a porra de um espião. Eu estava os enganando. Eu iria traí-los. Eu os enganava e eles me enganavam... não tinha nada de mais... era normal... mas por que eu me sentia tão... magoado? Irritado? Traído?
Maldita Peroni!!!! Filha de uma puta!!!
Calma Levy. – o Coronel Rulli falou divertido – Não adianta judiar do saco... ele não tem culpa de nada.
Eu parei de socar o saco e passei a mão pelo cabelo sem graça.
Eu... – eu até tentei falar alguma coisa, mas ficou preso na garganta.
Bem... antes o saco do que algum de nós, como da última vez, né? – ele disse rindo.
Sebastian! – Angie que estava passando o repreendeu – Deixa o William descontar tudo no saco. Ninguém te incomoda quando você faz o mesmo.
Me deixa implicar com ele, Angie linda... – ele pediu igual a uma criança.
Angie riu e me olhou.
Não liga para ele não, William. – ela disse ainda rindo – Ele adora encher o saco de todo mundo.
Eu também ri.
Deixa Angie. – eu falei – Eu não ligo não.
O Levy é um dos meus, baby. – ele disse piscando para ela.
Ela riu e ele voltou a fazer as flexões que ele estava fazendo. E eu voltei minha atenção para o saco de boxe.

Military SeductionWhere stories live. Discover now