Capítulo 28

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Descanse, porque amanhã será um novo dia. – ela disse – E a sua vingança acabou de começar, Levy. Se quiser ver seus pais novamente, se foque nela. Sem distração.
Dizendo isso, ela simplesmente saiu do meu quarto. Eu suspirei, deitando a cabeça no travesseiro.
Ela tinha razão. Eu tinha que me concentrar apenas na minha busca. Mas eu tinha, e precisava de uma distração... que era uma morena linda chamada Maite Perroni.
Logo depois que Maite saiu do meu quarto, eu escutei o som de motor de um carro sendo ligado. Eu sabia que era ela, pois saiu dirigindo como uma louca, cantando pneu.
Mesmo assim, foi impossível não sorrir. Foda-se a raiva dela. Uma esperança estranha parecia ter se alojado em mim, pois eu só pensava que, por mais que ela fosse linha dura, já não tinha mais volta... ela era minha e eu a teria de volta, custe o que custar.
Eu fechei os olhos e, ainda com aquele sentimento borbulhando dentro de mim, esperei o sono chegar.
Meu sono foi agitado. Eu tive vários sonhos bizarros com meus pais, Koko, Maite, Ivan e Don. Uma mistura quase alucinógena de tudo isso, onde meus pais morriam pelas mãos de Don.
Finalmente quando acordei alarmado e suado, percebi que já era manhã.
Eu me sentei na cama e respirei fundo, tentando esquecer aquele sono louco. Afinal, tudo ia dar certo... tinha que dar certo! Nós íamos resgatar meus pais e Don pagaria por tudo.
Algum tempo depois, eu saí da cama e fui para o banheiro. Tomei um banho e fiz minha higiene pessoal rapidamente. Coloquei uma camisa e uma calça jeans e saí do meu quarto quase correndo.
A verdade é que eu queria encontrar com Maite o mais rápido possível. Eu estava ansioso em saber como nós ficaríamos daqui para frente.
Eu estava descendo as escadas quando ouvi a voz de Sebastian, o que me fez desacelerar os meus passos.
Don quer tirar Alessandro e Beatriz do país. – sua voz era séria, quase sombria.
É... era hora de encarar a realidade mais uma vez. Eu continuei descendo as escadas, indo para a sala de jantar.


Isso não pode acontecer! – Angie falou com um tom de voz preocupado – Depois que eles saírem do país será praticamente impossível resgatá-los.
Nesse momento, eu já estava entrando na sala. Vi todos sentados em volta da mesa. Eles nem me notaram, pois estavam concentrados demais na conversa, exceto Maite que tinha um olhar perdido e parecia alheia ao mundo.
Ela tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo e usava as mesmas roupas de ontem à noite. E, para piorar, suas olheiras denunciavam sua falta de sono.
Merda! Onde será que ela foi depois do nosso beijo? Por que ela passou a noite fora? E a pior pergunta era: com quem ela passou a noite?
Será que ela tinha alguém? Não... claro que não! Eu balancei minha cabeça tentando acabar com esses pensamentos idiotas.
Caralho... eu estava começando a ficar paranóico.
Nós temos dois dias. – Ivan falou me trazendo de volta à conversa deles – Até o tratamento de enxaqueca de Victoria Lombardi acabar nós sabemos que eles não farão nada.
Eu decidi não me sentar ao lado deles e fiquei em pé, apoiado na parede, apenas escutando a conversa que se passava e tentando não pensar na noite de Maite.
Então, teremos que agir rapidamente. – Poncho disse – Nós temos que agir antes que Don. É a nossa única saída.
Mas como? – Ana perguntou visivelmente frustrada – Eu estou tentando captar qualquer movimentação estranha na mansão de Don via satélite e até agora nada. Ele é mais esperto do que parece.
Não precisamos agir antes dele. – Maite disse ainda olhando para o nada e todos a olharam – Nós podemos atrasá-lo e tirar vantagem disso.
E como faríamos isso? – Ivan perguntou curioso.
Todos aguardavam sua resposta ansiosamente, principalmente eu.
Don ainda não sabe que você descobriu que ele sequestrou seus pais, certo? – Maite me perguntou, olhando-me pela primeira vez.
Eu me fixei em seu olhar. Queria, de alguma forma, descobrir como ela estava se sentindo depois de ontem à noite. Procurei qualquer indicio que me desse mais esperanças... mas não encontrei nada. Apenas os olhos castanhos inexpressíveis como sempre.


Certo? – ela repetiu já se irritando com meu silêncio.
Certo... certo. Ele acha que eu estou me escondendo de vocês. – eu respondi me concentrando na conversa novamente – Esse era o plano que ele fez para que eu seguisse.
E você sabe onde fica a casa deles? E a sede do Cosa Nostra? – ela questionou.
Claro que sei. – eu disse.
Ótimo! Acho que está na hora de começarmos com os jogos. – ela disse dando um sorriso sacana.
... Nós decidimos que eu, Maite e Poncho iríamos para a sede da Cosa Nostra, enquanto Ana, Angie e Sebastian iriam para a casa de Don e Victoria .
Eu e Maite fomos no carro dela e Poncho foi no carro da mãe dele, mas mantivemos a comunicação via rádio.
A sede é mais bem protegida quando Don e Victoria estão aqui. – eu expliquei a Maite – Mas não quer dizer que não haverá cappos de guarda. Eles trocam de turno de dez em dez horas e daqui à uma hora e meia haverá a troca de turnos. – eu disse olhando para o relógio do painel do carro.
Excelente. Atacaremos o mais rápido possível, quando os cappos estiverem cansados e antes que os substitutos apareçam para a troca. – ela disse e eu assenti.
Eu já estou em posição, pessoal. – Poncho falou pelo rádio – Em dois minutos eu entro na rua da sede.
Ótimo. – Maite falou enquanto dirigia – Não se esqueça de sair correndo, Poncho. Não quero ter que cuidar de você.
Não se preocupem comigo. Só entrem lá e peguem o maior número de provas contra Don e Victoria. – Poncho falou.
Verifiquem se suas armas estão carregadas. – Maite ordenou.
Eu verifiquei mais uma vez a minha arma e minhas munições.
Tudo certo. – eu falei.
Ótimo, porque nós chegamos. – Maite disse parando o carro na rua lateral da sede.
A sede era enorme. Quase um quarteirão todo, em um bairro barra pesada de Nova Iorque. Eu e Maite estávamos parados na parede lateral da sede, esperando pelo sinal de Poncho.
It's show time. Sabe, eu sempre quis fazer isso. – Poncho falou divertido pelo rádio e Maite rolou os olhos – 5. 4. 3. 2. 1.

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