Capítulo 35

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Novamente eu senti aquela sensação ruim que me acompanhava desde o momento que eu acordei com Maite nos meus braços.
Eu olhei nos seus olhos e senti toda sua confiança.
Ao seu lado, sempre. – eu respondi.
Ela deu um sorriso.
Então vamos para guerra, baby. – ela disse arrancando o carro e cantando pneu. Segundos depois, já estávamos a quase cem quilômetros por hora. A paisagem da estrada passava rapidamente por nós. Eu mantinha uma mão na perna de Maite, enquanto ela dirigia concentrada.
Angelique, me envie as imagens do satélite em tempo real. – Maite pediu pelos comunicadores que todos usávamos na orelha.
Já estou te enviando, May. E a partir de agora, todos nós estaremos em conferência o tempo todo. – Angie nos informou da sede.
Ou seja, todos nós escutávamos tudo que qualquer um de nós falasse. Essa conferência nos permitia livre comunicação, mas também servia como proteção, pois saberíamos na hora se algo errado acontecesse com qualquer um de nós.
Maite tirou uma das mãos do volante, pegou o celular em seu cinto e me entregou.
Veja se as imagens já chegaram. – ela disse para mim.
Eu assenti e desbloqueei seu celular, abrindo o arquivo enviado por Angie.
Pela imagem podíamos ver claramente o avião pousado na pista e três caminhonetes pretas que com certeza eram de Don.
Maite olhou rapidamente para as imagens no celular e voltou a prestar atenção na estrada.
Ivan, localize Alessandro. Ana, não perca Don de vista. – Maite ordenou.
Sim, senhora. – os dois a responderam pelo rádio.
Ana e Ivan já estavam na pista, escondidos entre as árvores e com o detonador das bombas. Eles iriam vigiar a aérea e ativar as bombas quando chegasse a hora.
May, a entrada secundária está a quinhentos metros. – Angie avisou.
Entendido. – Maite respondeu.


Uns segundos depois, Maite entrou em uma estrada de terra cheia de buracos, que descobrimos que existia quando verificamos as imagens aéreas tiradas por Poncho. Essa estrada também chegava à pista clandestina só que pelo norte, lado oposto da pista que Don estava acostumado.
Essa nova estrada acabava juntamente com a estrada utilizada por Don e onde estavam Poncho e Sebastian.
Sebastian, qual a localização de vocês? – eu perguntei.
Já entramos na estrada de terra, no quilômetro 03 e estamos a menos de cinco minutos do local. – ele respondeu.
Nós também já estamos na estrada de terra. Estamos no quilômetro 02. – Maite informou a ele a nossa localização.
Era necessário estarmos sincronizados com Sebastian e Poncho para chegarmos à pista ao mesmo tempo e bloquearmos qualquer rota de fuga de Don.
A ideia era eu e Maite chegarmos pelo norte e Sebastian e Poncho pelo sul ao mesmo tempo, bloqueando qualquer passagem.
Ivan, vocês já viram Alessandro? – Maite perguntou.
Positivo. Ele está na caminhonete do meio. Don está do lado de fora do carro, ao lado da porta de onde está Alessandro. Verificamos doze capangas munidos com submetralhadoras Colt Thompson M1. – Ivan respondeu totalmente profissional.
Na sede, ele fez questão de demonstrar que não havia gostado do fato de eu e Maite estarmos juntos novamente, mas minha General simplesmente o ignorou e me disse para fazer o mesmo.
Eu cheguei a cogitar a possibilidade de deixarmos Ivan fora da missão, mas Maite me garantiu que ele não faria nada para nos prejudicar. Ela ainda frisou que a presença dele era necessária porque estávamos com menos homens que Don.
E agora eu percebi que ela estava certa. Ivan agia como um profissional e era peça chave na nossa missão.
E como está Alessandro? – Maite perguntou um tanto hesitante e eu prendi minha respiração, apreensivo.
Ele tem um olho roxo e algumas escoriações visíveis. Ele está notoriamente mais magro, mas parece bem, apesar de tudo. – Ivan relatou deixando um pouco de lado a voz totalmente profissional e parecendo estar satisfeito com o fato de meu pai estar relativamente bem.


Imediatamente eu relaxei um pouco. Meu pai estava bem na medida do possível e isso era o mais importante para mim.
General, vinte segundos. – Poncho nos informou.
Maite me olhou silenciosamente me perguntando se eu estava preparado. Eu balancei a cabeça levemente para ela. Eu estava pronto e sabia que ela também.
Dez segundos, Herrera. – ela respondeu.
Nós já conseguíamos ver o carro onde estavam Poncho e Sebastian. A sensação é que iríamos bater. Os dois carros estavam em alta velocidade e ia um de encontro ao outro.
À minha esquerda, eu podia ver o avião e os carros da Cosa Nostra.
Cinco. – Poncho disse.
Então Maite começou a contagem regressiva:
Quatro... – o carro de Sebastian estava cada vez mais próximo – Três... – eu segurei firme no banco do carona – Dois... – ela contou e eu prendi a respiração - Um.
Os carros então passaram um rente ao outro e frearam com violência. Pronto. A saída estava completamente bloqueado pelas duas blazers pretas das Forças Especiais.
A primeira bomba, Ana. – Maite falou.
No mesmo instante um estrondo ecoou e a poeira levantou cegamente momentaneamente todos.
Agora! – Maite deu a ordem.
Eu, Poncho e Sebastian saímos dos nossos respectivos carros com a metralhadoras em mãos. Do outro lado da pista, Ivan e Ana também se posicionaram. Como nós, eles estavam armados e mirando em Don.
Quando a poeira abaixou, Don tinha a feição assustada ao perceber que estava cercado e que seria impossível o avião descolar com o buraco que a bomba tinha feito no chão de terra.
Anthony Lombardi. Aqui é a unidade alfa das Forças Especiais dos Estados Unidos. Largue as armas e coloque as mãos para o alto. – Maite falou por um alto falante ainda de dentro do carro.
Don abriu a porta do carro e tirou Alessandro de lá, o segurando pelo braço e apontando uma arma para ele. Meu pai estava com os olhos arregalados e parecia estar apavorado.
Não atirem. Alessandro é nossa prioridade. – Maite disse friamente pelo rádio comunicador.

Military SeductionWhere stories live. Discover now