Capítulo 12 - Precisamos conversar

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.•**•..•**•..•**•..•*ETHAN*•..•**•..•**•..•*

O treino com Marlon foi o mesmo do dia anterior. A diferença é que o ardor nas mãos não me incomodava tanto quanto antes. Os outros também pareciam evoluir bastante e por aquela hora de treino, nós parecíamos imbatíveis. Há um mês, eu pensava que minha droga de vida só iria piorar. Viver de vender algumas verduras e frutas não me faziam ter o que comer todos os dias.

Depois do treino, fui para o pátio, com os outros soldados, para treinar o arco e flecha. Apesar de saber que, depois daquele dom, não seria de muita utilidade. Mesmo assim, eu gostava de praticar. Depois de acertar vários alvos, parei para analisar ao redor. Mesmo sendo um lugar cercado, limitado, o castelo tinha muitas possibilidades. Sei que parece brega mas minha nova vida começou de uma forma inusitada.

Há um mês, eu achava que minha vida não poderia piorar. Me sentia sozinho, sem rumo e sem motivações. Mesmo não tendo muitos objetivos, pelo menos descobri que sirvo para algo.

—Está no tédio, Ethan?

Olhei para trás e vi Kaya atrás de mim. Ela pôs-se ao meu lado.

—Vim praticar o arco e flecha. E você com esse sorrisão aí, o que aprontou? —Falei.

—Só estou feliz —Sorriu para mim.

—Isso me assusta.

Ela riu. Eu nunca a tinha visto daquele jeito.

—Você não estava assim hoje mais cedo.

Ela demorou alguns segundos para responder, como se hesitasse. Interessante.

—É impressão sua.

—Eu acho que não.

—Como você aprendeu a praticar? —Tentou mudar de assunto.

—Na cidade, o pessoal oferecia algumas aulas de graça para "pessoas sem rumo na vida" —Fiz sinal de aspas com os dedos — como eu. Foi bom para mim. Sempre quis aprender a dar flechadas no coração de algumas garotas mesmo —Pisquei para ela.

—Nossa. Essa foi péssima, Luzern —Acabou rindo mesmo assim.

—Nunca tive muita sorte com as meninas mas nenhuma delas foi tão fria como você é comigo.

—Deixa de drama. Eu sou um amorzinho.

Eu gargalhei, tentando soar o mais irônico possível.

—Sou, sim —Ela disse, depois de me observar rindo, indignada. —Olha, preciso ir resolver umas coisas com o chefe da segurança agora. Fique com os guardas e não faça besteira, ok?

—Tá bom. Sou uma criança comportada.

Ela riu um pouco e saiu, se dirigindo para dentro do castelo.

.•**•..•**•..•**•NARRADORA*•..•**•..•**•.

Pietro seguiu para o quarto da irmã, há poucos metros do seu, no mesmo corredor. Com um sorriso no rosto após ter visto Kaya, bateu à porta. Amaya puxou-o para dentro e estranhou:

—Que alegria é essa? Você estava com ela, não estava?

Ele anuiu e suspirou ao lembrar dos momentos deles juntos.

—Ah, que lindos! Pelo menos uma coisa boa acontece nesse castelo —Mantendo a postura elegante, Amaya sentou-se na cama.

—Por que me chamou aqui? —Pietro tentou mudar de assunto.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Where stories live. Discover now