Capítulo 20 - Algo em que acreditar

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Acordei ao som de uma explosão. No instinto, peguei meu punhal, que estava embaixo do travesseiro. Levantei e fui até a porta. Encostei o ouvido nela, à espera de algum ruído. Outra explosão sacudiu o castelo. Vesti meu uniforme rapidamente e abri a porta. Os guardas estavam com suas espadas em mãos, espreitando o corredor. Falei para os guardas se preparassem para descermos e entrei no quarto de Ethan.

—Vamos!

Ele saiu de trás da cama com a espada em uma mão e uma esfera de água na outra.

—Ah, é você —Suspirou, aliviado.

Passou por mim e eu fui atrás dos guardas.

—Estão evacuando o castelo. Vão levar o rei e seus filhos para uma base nossa perto do reino aliado mais próximo —Uma das guardas falou. —Conseguiram direcionar o ataque para cá. Mais peões.

—Recebi informações de que estão atacando outro ponto na cidade —Outra disse. —Estão nos atacando para avançarem com mais facilidade por lá.

—Tenham cuidado —Falei.

Avançamos devagar, como se estivéssemos pisando em ovos. Ethan ainda mantinha a esfera de água e a espada em punho. Descemos as escadas esperando pelo pior. O salão estava vazio. Estava muito quieto. Mas aí outra explosão derrubou a parede do salão. Os escombros voaram por toda o local, tendo várias pedras voado em nossa direção. Segurei a cabeça de Ethan e empurrei para baixo, a fim de protegê-lo das mesmas.

—Vão! —A guarda que estava conosco ordenou.

Descemos correndo e passamos pela abertura na parede, encontrando os renithianos. Eles cercavam o local. Era impressionante como esses idiotas se multiplicavam como praga. Filhos da mãe. Avançaram sobre nós. Os reforços apareceram atrás de nós então não estávamos tão atrás.

O sol começava a aparecer no céu então ainda estava meio escuro, o que dificultava um pouco ter uma noção de quantos estávamos enfrentando. Outros dois Selecionados apareceram e ativaram seus dons: fogo e telecinesia. Um soldado me atacou com um punhal. Segurei sua mão e forcei para que a afastasse de mim. Enquanto afastava seus braços de mim, dei uma cabeçada nele e o homem cambaleou. Chutei seu esterno e afundei um punhal em seu pescoço.

Ethan fez raios caírem sobre os invasores. Elijah fazia os soldados entrarem em combustão e a garota jogava outros de distâncias enormes.

Sabe, quando eu era mais nova, achava horrível ter que matar pessoas para poder me defender. Mas aí eu entrei na Guarda Real. Fui ensinada a ser fria, ensinada a ficar quieta independente da situação em que estivesse. Machuque primeiro e pergunte depois.

Mas eu também sabia que aqueles homens têm famílias, são apenas testes, cobaias. Seus comandantes sabiam que eles iriam morrer. Só queriam saber como nós éramos, queriam "sentir o terreno". Se eles queriam se assustar, que fosse. Eu daria o meu melhor. Sempre.

Meu segredo era nunca olhar nos olhos. Não podia deixar o lado humano falar naquele momento. Sim, eu era um monstro. Eu precisava ser. Eu cortava barrigas, pescoços, corações, braços e pernas. Não podia me deixar abalar por isso. Naquele momento, estava coberta de sangue de estranhos, vendo-os pegar fogo e se afogarem. Era bom que eles não hesitavam em matar. Novamente, precisava ser fria. A proteção do nosso reino era o que importava e eu soube de mais de cem cidadãos inocentes apenas com aquelas duas invasões. E não conseguiria ficar calma diante disso.

Fui para perto de Ethan. Ele estava suado e sujo. Tinha um corte em sua testa e outro na perna.

—Como está indo? —Perguntei.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Where stories live. Discover now