Capítulo 33 - Inferno

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.•**•..•**•..•**•..•*ETHAN*•..•**•..•**•..•*

Os últimos dias no castelo foram uma droga. Eu não consegui descobrir nada sobre Jackson ou sobre o comandante. Arthur também disse que os dois estavam bem quietos ultimamente. Pensei sobre o que Kaya disse e comecei a desconfiar de todos os outros Selecionados. Todos nós temos poder suficiente para destruir o reino e a ideia de um de nós estar aliado ao comandante filho da mãe me assustava.

Muitas coisas me preocupavam: o comandante, Jackson, Pietro, Kaya... o bebê. Estávamos sobre constante ameaça de ataque e eu sentia que Kaya corria um risco enorme estando no centro da cidade, mesmo que ela fosse todo aquele conjunto de mulher lutadora. Depois de ontem, fiquei com medo que algo acontecesse a ela enquanto ela estava sozinha. Quando saí da casa após deixá-la na cama, ainda fiquei cerca de meia hora na frente, caso algo desse errado. Eu estava louco.

Depois de mais um treino com os Selecionados, chamei Marlon para conversar.

—Tio Merlin, alguma novidade?

—Não. Eu te mantenho informado.

Se ele era o mensageiro e não sabia de nada, quem dirá eu!

—Como está Dagenhart? —Perguntou.

Antes que eu pudesse responder, senti uma tontura que me fez desequilibrar e cair. Ouvi Marlon me chamar e a visão girou. E eu apaguei.

Comecei a ver uma matança: milhares de corpos empilhados e sangue para todo lado. Senti uma agonia, um desespero. Olhei para frente e dei de cara com o comandante e Jackson. O Selecionado segurava o rei, que se debatia na tentativa de libertar-se. O cenário de caos no castelo combinava com o desespero dele. O comandante pegou uma espada, deu um sorriso sinistro e afundou a faca no peito do rei.

Abri os olhos puxando o ar com força. Dei de cara com Arthur ao meu lado. Eu estava em um dos alojamentos dos soldados.

—Achei que a princesa não fosse acordar —Disse ele.

Limpei o rosto. O suor me encobria a face.

—Quanto tempo fiquei apagado?

—Tempo suficiente para percebermos que fomos atacados. Estamos indo para o noroeste.

—Então vamos —Coloquei-me de pé.

Eu ainda estava meio tonto e acabei cambaleando.

—Certeza que você quer ir?

—Eu estou bem. Vamos.

.•**•..•**•..•**•NARRADORA*•..•**•..•**•.

Isso está muito errado, pai —Amaya estava a ponto de desmaiar.

Enquanto o conflito no noroeste ocorria, Amaya estava trancada com o pai em seu quarto.

—Nenhuma guerra é politicamente correta.

—O senhor entendeu! —Ela andava de um lado para outro. —Precisamos fazer algo.

—O rei não quer acordo...

—Quer, sim! Ele me quer!

Carlos olhou para a filha. Não tinha mesmo como ela ser sua filha: era tão corajosa. Ao contrário dele, ela estava disposta a qualquer sacrifício pelo reino.

—Você não vai fazer isso.

—Eu preciso. Não vou deixar nin...

—Não, Amaya! Não vamos mais discutir isso! Vá para o seu quarto.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Where stories live. Discover now