Capítulo 58 - Surpresas

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.•**•..•**•..•**•..•*KAYA*•..•**•..•**•..•**•.

Acordar com Ethan fazendo carinho em mim era uma das melhores sensações do mundo. Ter seus dedos me tocando e sua boca me acariciando era simplesmente perfeito. Eu estava com tantas saudades dele.

Tomei um banho rápido já que Dalila já tinha acordado. Arrumei nosso quarto enquanto ela fazia o contrário, jogando nossos travesseiros para cima. Peguei um pão e saí com Dalila rumo à tenda de Rainara. Assim que chegamos lá, encontrei Ethan fazendo Rainara rir. Palhaço, como sempre.

—Kaya, querida! —Ela sorriu para mim. —Estávamos falan...

Ethan limpou a garganta e puxou-me para perto. Ergui uma sobrancelha.

—Estavam falando de quê? —Tentei fazer Rainara falar.

—Sobre... a volta dele —Enrolou. —Eu falava para ele que eu estava louca sem notícias de vocês. Conheci o amigo de vocês, o Arthur.

Eu sabia que ela estava mentindo. Rainara não conseguia mentir direito. Não insisti, no entanto.

Coloquei Dalila no espaço que eu e Rainara tínhamos preparado para ela e entreguei-lhe um brinquedo. Voltei para perto de Ethan.

—Poderíamos ter vindo juntos se eu soubesse que viria —Cruzei os braços.

Ele passou o braço por minha cintura, o que fez Rainara sorrir.

—Eu não planejava passar por aqui mas percebi que precisava ver nossa Nara —Piscou para ela.

—Se você não viesse me ver, eu te matava, garoto.

Nós rimos. Ethan apertou minha cintura enquanto ria e minha cabeça rodou. Miserável.

—Preciso ir. Por que a senhora não passa lá em casa mais tarde pra jantar? —Ethan convidou. —Posso preparar algo para nós.

—Eu adoraria —Ela sorriu.

—Ótimo. Vejo vocês mais tarde. Rezem para que eu consiga recuperar meu emprego —Dizendo isso, beijou meu rosto e o de Rainara e saiu.

Acho que fiquei muito tempo observando-o se afastar pois Rainara disse:

—Sentiu saudades, não foi?

—Achei que ele fosse morrer —Suspirei. —Achei que nunca mais fosse ficar livre dele. Pensei que tivesse que me submeter por mais tempo.

Rainara anuiu, voltando a organizar os potes de doces na mesa.

—Pelo menos agora ele está preso, certo? Vai pagar pelas loucuras.

—Eu deveria ficar aliviada mas... não consigo, não sei por quê.

—Você passou muito tempo com ele. Acho que isso influencia.

Ajudei-a a organizar a mesa enquanto observava minha filha pelo canto do olho.

—Talvez.

Era estranho pensar em Pietro. Minha mente ficava confusa: não sabia se me mostrava o Pietro de anos atrás ou o Pietro atual. Entretanto, eu sabia que a prisão dele era mais que necessária. O poder enlouquecera Pietro.

A população reagiu com pouco barulho. Alguns fanáticos da hereditariedade real chiaram porém o resto da população parecia bem tranquila. As fofocas, no entanto, eram infindáveis. Todos queriam saber por que a minha menina, segundo eu, não estava na linha de sucessão do trono, por que o Conselho não falara nada sobre isso. Eu perguntara a Marlon se ele poderia fazer algo quanto a isso (queria que ele tirasse minha filha da lista dos Dagostin) e ele me disse que não poderia fazer nada.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora