Capítulo 18 - Emoções e reações

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Deslizei minhas mãos pelo corpo de Kaya. Meu corpo tremeu quando senti seus lábios nos meus, sua mão me percorrendo sem pudor. O calor já me tomava e eu já não tinha mais controle sobre minhas emoções ou reações. Eu e ela estávamos na mesma cama, sem discutir, apenas nos tocando e nos dando prazer.

Mas aquilo era só um sonho. Acordei molhado... de suor, digo. Pulei para a banheira e demorei ali. Ultimamente, estava difícil não pensar nela. Um sentimento de culpa me tomou. Ela é compromissada, cara. Tentei colocar isso na cabeça de vez mas não funciona muito. Não conseguia parar de pensar naquele beijo maldito. Em como seus lábios macios tocaram os meus, como ela grunhiu e como eu queria continuar aquilo.

—Trabalho pra você no leste, Luzern —Gritaram do outro lado da porta, desligando-me de meus pensamentos.

Eu achava que seria algo leve, devo confessar, mas me levaram para um campo de batalha. A rua estava bem ocupada e vários corpos já estavam espalhados pelo chão quando chegamos.

—Acho que vamos nos divertir um pouco —Patrick falou assim que saltamos dos cavalos.

Seguimos rumo ao inferno. Flechas voavam, soldados agonizavam sobre o próprio sangue. O ar cheirava a morte e suor. Gritos e metal contra metal era o som dominante. Senti o medo me tomar.

—Tudo certo aí, Dagenhart? —Elijah falou quando passou por Kaya. —Melhor cuidar dessa feridinha.

Ela parecia estar um pouco perdida, talvez por conta da dor. Um médico veio conosco então falei com ele para ajudá-la.

—Chamei ajuda pra você —Falei assim que parei perto dela.

Sua expressão mudou quando me viu, o que, de fato, eu esperava. Mesmo assim, ela suspirou. Saí de perto, indo atrás dos outros.

—Chegamos para a festa, cachorros! —Jackson gritou, já socando um soldado inimigo.

Como seu dom lhe dava uma força incrível, o homem morreu na hora. Elijah formou bolas de fogo e atirou contra os invasores. Gal fazia os homens flutuarem - literalmente - e Patrick fazia pequenos tornados engolirem os soldados. Respirei fundo e ativei o meu dom. Dias antes, Marlon tinha me ensinado que eu posso afogar pessoas sem precisar colocá-las dentro da água. Além disso, tínhamos treinado como usar as nuvens ao meu favor.

Me concentrei em um soldado e fiz o que Marlon disse: foquei em meu objetivo. Logo, o homem começou a agonizar, se retorcendo no chão e cuspindo água. Em pouco tempo, parou de se mexer. Como notei que isso ia demorar muito, foquei nas nuvens e deixei o temporal se formar sob as nossas cabeças. Enquanto raios caíam sobre os inimigos, eu tentava dar o meu melhor tanto controlando os raios quanto no combate corpo a corpo. Cerrei meu punho e soquei o rosto do primeiro à minha frente. Dei uma joelhada em sua barriga e dei mais outro soco nele, além de empurrar seus ombros para baixo, ao encontro do meu joelho. O homem caiu, inconsciente.

Peguei a minha espada e comecei a golpear os soldados. Acima da cabeça deles, raios caíam, clareando o céu. Fiz alguns deles se afogarem e cortei a garganta de vários. Tentei lembrar de tudo o que Kaya e Marlon tinham me dito.

Nós estávamos em menor número mas éramos treinados. Os soldados renithianos tinham seus peões, as distrações, que eram justamente os que estávamos enfrentando agora. Então não foi difícil acabar com eles. Enquanto uns pegavam fogo e eram engolidos por pequenos tornados, víamos o grupo de invasores se esvair.

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Cheguei exausto no castelo. Os outros soldados disseram que aquele era "o nível mais baixo", que era como um treinamento para eles. Um treinamento bem exaustivo, eu diria. Me dei um desconto já que era a primeira vez que eu agia. Me entupi de comida na cozinha do castelo e depois me enterrei de novo na banheira. Passei um tempão ali, analisando os cortes que levei nos braços e nas pernas, agora cobertos com curativos.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Where stories live. Discover now