Capítuo 34 - Me perdoa

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.•**•..•**•..•**•..•*KAYA*•..•**•..•**•..•**•.

Eu tinha que comprar algumas coisas para a casa: alguns lençóis, grãos e algumas roupas para mim. Aproveitei a oportunidade que Rainara me deu. Caminhei pelas ruas como uma senhora rica: apenas olhando as vitrines. A manhã estava tranquila, o sol eventualmente se escondia atrás das nuvens e o ar tinha cheiro de doce caseiro e bosta de cavalo.

—Dagenhart? —Ouvi me chamarem.

Olhei para trás e vi um garoto moreno sorrir para mim.

—Sim?

—Sou um amigo de Ethan, ele me enviou aqui. Podemos conversar?

Franzi o cenho. Eu reconhecia aquele garoto de algum lugar. Era forte, moreno... Espera...

—Pera, pera... Você não é o pau mandado do comandante? —Perguntei.

Ele deu um sorriso sínico.

—Vamos conversar?

—Se a conversa for entre minha mão e a sua cara, vamos.

Ele estreitou o olhar e me analisou de cima a baixo.

—Acha mesmo que pode comigo?

—É um cagão mesmo —Debochei.

Ele puxou a espada e avançou sobre mim. Desviei do primeiro golpe. Deixei-o deferir seus golpes e me esquivei de todos. Deixei-o cansar. O povo começou a correr e, outros, a assistir.

Ele tentou socar o meu rosto. Segurei seu braço e girei meu corpo, dei uma cotovelada em seu rosto e chutei suas genitais. Ele segurou-me com a força que seu dom lhe concedeu. Cravei as unhas em seu braço e me apoiei para envolver seu pescoço com minhas pernas. Tentei fazê-lo desmaiar mas ele foi mais rápido e me jogou no chão. Consegui me equilibrar de pé antes que, de fato, caísse. Peguei minha adaga na bota. Pernas desprotegidas. Ótimo. Ele veio até mim e acertou-me com um tapa. Dei uma rasteira nele, fiquei sobre suas pernas. Como ele logo começou a se remexer, enterrei a adaga em sua mão, grudando-o ao chão. Ele gritou de dor.

Levantei e comecei a correr. Eu não tinha chance. Bem, eu era boa mas o cara era imortal. Além disso, eu estava grávida. Me escondi atrás de uma loja, perto de uma lata de lixo. Ouvi passos acelerados. Minha respiração estava descontrolada. Tentei me acalmar. Ele não podia me ver. Olhei para frente. O rio que cortava a cidade estava agitado, a correnteza ia rumo ao sul, que me guiaria até perto do bairro da casa de Ethan. Minha chance. Dei uma espiada por trás da lata: Jackson me procurava na loja ao lado. Me preparei, corri e pulei na água gelada.

.•**•..•**•..•**•NARRADORA*•..•**•..•**•.

Um funcionário da corte. Amaya tinha todos os nobres bonitos e ricos aos seus pés e escolheu um funcionário da corte. O rei estava perplexo. Não esperava tal atitude dela. Se bem que, agora, isso não tinha mais importância já que ela não era mais herdeira. Mesmo assim, sentia-se mal. Ela entregou-se a um homem que não estava casado com ela, um homem que não foi por ele aprovado. Nem iria.

Carlos tentou focar no mais importante no momento: as invasões. O filho mais velho estava ao seu lado e dizia:

—Pai, deixe-me ir. Posso lutar ao lado dos nossos soldados.

—Não. Você vai ficar aqui.

—O povo terá mais confiança no reinado se me vir lutando...

O rei balançou a cabeça. Era demais pedir um filho que o ouvisse? Talvez muito tempo no trabalho o fez perder a autoridade sobre eles.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora