As palavras de Nolan me acertaram em cheio.
Mas não deveriam.
Não tanto a ponto de me fazer virar a quinta dose de tequila para apenas tentar esquecer cada uma delas.
"Kendall Cannes não é mais grande coisa."
— Me dá mais uma.
Bryce me lança um olhar de julgamento.
— Acho que já deu por hoje, Kendall.
Eu passo a língua pelos vestígios da dose passada em meus lábios e arqueio uma das sobrancelhas.
— Bom, eu não. Então apenas faça o seu trabalho e me dê a dose.
Observo o líquido cair no pequeno copinho enquanto Bryce me observa em silêncio. Ele não diz nada e, na verdade, eu não quero ou espero que ele o faça.
— Aqui está.
Eu não dou brecha para o comentário que se forma em seus lábios que se abrem e fecham quando eu coloco o dedo no meio de sua boca, pedindo em silêncio que ele guarde-o para si.
— Obrigada pela má vontade — digo, antes de virar a dose e sentir minha garganta arder com a recepção do líquido.
É incrível a capacidade que somente o álcool tem de fazer sumir da nossa mente tudo que desejamos esquecer ou simplesmente apagar como se o que nos incomodou em algum momento nunca tivesse estado ali, tirando o poder daquilo que ecoa em nossa cabeça.
Momentaneamente ou não, sempre funciona.
— Sabe qual a diferença entre o álcool e as pessoas?
A garota ao meu lado parece confusa com a minha pergunta, mas disfarça e força um sorriso.
— Não faço idéia.
Eu lanço um sorriso torto para ela.
— As pessoas sempre nos decepcionam. E nem se quer se importam. Elas não dão a mínima. Mas o álcool, não. Ele nunca nos decepciona. Nunquinha.
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D.KRESTH
RomancePara ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios. Kendall Cannes era quente c...