t r i n t a e u m

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Eu nunca vou poder desprender-me do sentimento que se instalou em meu peito quando o toque do meu telefone alertou-me de uma nova mensagem e, ansiando para ser de Kendall, não hesite em abri-la no mesmo instante

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Eu nunca vou poder desprender-me do sentimento que se instalou em meu peito quando o toque do meu telefone alertou-me de uma nova mensagem e, ansiando para ser de Kendall, não hesite em abri-la no mesmo instante. Mas, quando vi o que era, eu quis não ter clicado no vídeo. Eu realmente quis. Porque foi o meu maior pesadelo.

— Era a noite de meu aniversário. Você havia partido para Illinois. E, por um segundo, pensei que estava o perdendo. E doeu, Nolan. Caramba, como doeu... Então, pela primeira vez eu me permiti chorar por você e soube, no momento em que você entrou naquele carro e desapareceu em meio a todos o outros, que você carregava uma parte de mim consigo e eu uma parte de você comigo. Não havia mais como negar ou fingir que não sentia o que minha mente, corpo e alma gritavam. — Ela prosseguiu, a voz baixa, como se as próprias palavras estivessem machucando-a. — Eu precisava me livrar de tudo que envolvia você. Eu precisava não sentir nada por você. Eu precisava não pensar em você. Eu precisava não me importar com você. E foi o que aconteceu. Naquela mesma noite, quando fui até a mansão dos Blinders, consegui esquecê-lo. Por um momento, você simplesmente desapareceu de minha mente e não existiu mais em mim. Era como se eu nunca tivesse te conhecido. E, de repente, a angústia foi substituída por ódio. Nolan, jamais vou esquecer do desejo de vingança que corroeu dolorosamente cada célula de meu corpo quando pensei que você havia desistido de mim. De nós. Nem em mil anos, Nolan, serei capaz de esquecer do dia em que eu me odiei por ter cometido a pior e mais brutal de minhas ações.

Eu fiquei parado, apenas observando-a.

— Foi apenas um erro. Kendall insistiu. A súplica estava tanto em suas íris esverdeadas quanto em seu tom de voz embargado. — Não significou nada. Por favor, acredite em mim.

Se eu não estivesse lutando contra as lágrimas, estaria rindo de suas palavras.

— Alguma vez nós significamos algo para você? — questionei, evitando o seu olhar.

Uma parte de mim era raiva. A outra, mágoa. Meus lábios estavam trêmulos e meu coração, ardendo no peito, parecia prestes a explodir ou quebrar em milhões de pedacinhos.

Soube então, que não poderia ser inquebrável.

Mas eu estava rachando. Apenas rachando, até que a pior das mentiras saiu de seus lábios e, em um único segundo, eu quebrei.

Eu te amo, Nolan.

Então, a primeira lágrima caiu. E a segunda, antes mesmo de preencher toda a extensão de meus olhos, foi substituída pelo sorriso amargurado que entornou os cantos de minha boca no momento em que virei-me para ela.

Senti a dor me corroer por dentro.

Não, Kendall... — contestei, com o olhar firmemente nivelado ao seu. — Você não tem idéia do que é o amor. Você não tem noção do que significa amar alguém. Você não tem capacidade para lidar com sentimentos porque você nunca os teve. Mas você nunca poderia me amar, afinal. Porque, para amar alguém, você precisa lutar contra o mundo para não machucá-lo. E você nem ao menos conseguiu lutar contra a parte de si mesma que, no fundo, sempre soube que não seria a minha salvação, mas minha ruína.

Silêncio.

Foi tudo o que ouvi além da garoa.

— Eu sinto muito. — Ela, enfim, disse. A voz fraquejando, quase inaudível. — Eu sinto tanto.

De repente, a tempestade caiu.

E por fim, com o céu desfazendo-se sobre nós, os olhos espremidos diante da chuva que mesclava-se com as lágrimas que escorriam freneticamente por seu rosto e, também, pelo meu, lutei contra a brasa dolorosa que estava queimando-me por dentro e fiz a única coisa que pensei jamais ser capaz: eu memorizei suas íris esverdeadas pela última vez.

— Eu também — repeti, como um adeus.

E quando os fogos de artifícios estouraram, liberando violentamente as milhares de partículas coloridas que encapsulavam sobre toda Nova York, celebrando o Réveillon, eu soube que não havia mais como voltar.

Era tarde demais.

Fim

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Fim.

D.KRESTHOnde histórias criam vida. Descubra agora