Para ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios.
Kendall Cannes era quente c...
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— Como você está se sentindo hoje, Nolan? — pergunta Hazel, iniciando a nossa seção depois de alguns minutos em silêncio.
Faz uma semana que eu recebi alta do hospital e Phoebe insistiu que a psicóloga da família viesse conversar comigo ao menos três vezes por semana, mesmo contra a minha vontade.
As perguntas são sempre as mesmas, assim como as respostas.
Eu suspiro, encostando-me no sofá.
— Do mesmo jeito que ontem e anteontem e antes de anteontem.
Hazel solta a caneta, que antes segurava em uma das mãos, e desiste de anotar cada uma das palavras que saem da minha boca quando entende que eu não tenho nada de novo para dizer — como das outras vezes.
— Ainda se sente vazio e perdido?
Eu êxito por um momento, mas acabo cedendo. Sei que esse é o seu trabalho e decido facilitar as coisas.
— Sim, Hazel. Totalmente vazio e tão perdido quanto antes. Nada mudou.
Eu havia tido uma recaída, mas não fora como a de alguns anos atrás. As coisas pioraram e estou ciente disso, mas ninguém pode ajudar alguém que não quer ser ajudado. E ela, assim como todos que apenas fingem se importar, deveriam saber que algumas feridas talvez nunca cicatrizem, não importa o quanto tentem.
É perca de tempo.
— Sinto-me um hóspede de passagem em minha própria consciência — desabafo. — E se eu não posso controlar esses sentimentos, como você acha que pode simplesmente livrar-me deles?
Hazel permanece em silêncio, encarando-me como se tentasse enxergar além do que se vê.
— Algumas coisas simplesmente não tem concerto, Hazel.