Para ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios.
Kendall Cannes era quente c...
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— Simon trouxe alguns vestidos deslumbrantes de sua nova coleção. Você deveria vê-los. Talvez precisem de alguns ajustes, mas nada muito grandioso.
Esforço-me para não rolar os olhos diante das palavras de minha mãe, forçando o sorriso mais doce que conseguira.
— Talvez mais tarde.
Noah, meu irmão mais velho, inclina-se sobre a extensa mesa de jantar e repõe o vinho em minha taça, franzindo o cenho, mas não o suficiente para que nossa mãe perceba.
Ele não é ingênuo como meu pai e meus dois irmãos mais novos, Collin e Harry, e odeia a forma como Coraline Cannes age ou diz coisas cruéis para mim, por mais que ela tente camuflar a sua intenção de me ofender.
— Todos eles vão ficar perfeitos em você, Kendall — Noah diz, lançando-me uma piscadela e um meio sorriso.
Meus lábios se curvam um pouco mais quando a voz de meu pai atrai minha atenção para a ponta da mesa onde ele está sentado.
— Você está certíssimo, filho.
— Na verdade, você inchou um pouco desde a última vez que nos visitou — é a vez de Harry alfinetar-me.
Collin acerta sua cabeça com um tapa estalado, repreendendo-o.
— Cala a boca, Harry.
— Calem a boca os dois — meu pai interfere, encarando-os com seriedade. — Não permito ofensas nessa casa.
Eu balanço a cabeça, levantando-me sem me preocupar com a sobremesa intocada em minha frente.
Não consigo mais fazer isso.
— Eu preciso ir — exclamo. — Está ficando tarde e eu não gosto de dirigir á noite.
