Estou encarando a tela do meu celular por vários segundos. Talvez minutos. Não sei ao certo. Mas já disquei o seu número e apaguei cerca de seis vezes seguidas, ou mais.
E depois de exatamente dois minutos — é, eu contei — me perguntando se eu deveria ligar ou não, suspirei e virei mais uma dose de uísque, decidido a ligar dessa vez.
Um toque. Quatro toques. Sete toques.
Kendall não atendeu.
Guardo o celular no bolso e levanto o rosto, encontrando os olhos atentos e curiosos de Thomás em minha direção.
— Está ligando para Megan?
Eu ergo uma das sobrancelhas, tentando pensar em um único motivo que tenha o levado a fazer-me essa pergunta.
Sei que ele está acostumado a meter o nariz onde não é chamado por conta de sua grande e insistente curiosidade, mas, considerando que nós nunca conversamos sobre Megan, e conhecendo-o bem o suficiente para saber que ele não dá a mínima para o meu ou qualquer relacionamento, desconfio do seu interesse repentino.
— Sim — minto, ciente de que ele não vai acreditar e provavelmente insistirá até conseguir saber a verdade.
Thomás franze o cenho.
— Estranho — ele leva a garrafa de cerveja até os lábios, virando o líquido. — Ela esteve aqui agora a pouco, procurando por você. Eu disse que não tinha te visto.
Eu o encaro.
Ele está mentindo.
Sei disso porque Megan fora visitar os seus avós e ficará o final de semana todo em Hoboken, New Jersey.
— E o engraçado é que, quando eu fui procurar por você, alguém disse ter te visto em uma discussão com um bartender por causa de Kendall Cannes.
YOU ARE READING
D.KRESTH
RomancePara ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios. Kendall Cannes era quente c...